E por onde andámos ontem? Se vos disser que perto da meia-noite ouviamos cantos gregorianos no mais emblematico monumento templário de Portugal ? E se vos disser que durante aproximadamente 6 horas, juntamente com algumas dezenas de pessoas, percorremos no Convento de Cristo, caminhos e salas cujas portas raramente se abrem aos visitantes em horario habitual?

Imaginam Guilherme de Baskerville gritando “Adso! Adso!” em desespero ao ver que arde “… a maior biblioteca de toda a Cristandade.”? Pois podem imaginar. E podem ver também. Lembram-se de vos ter falado dos Fatias de Cá? Pois foram eles que representaram o famoso texto de Umberto Eco O Nome da Rosa (se não leram o livro ao menos viram o filme certo?), transformando o Convento de Cristo numa abadia algures em Italia onde misteriosamente frades Beneditinos morriam que nem tordos e onde Franciscanos e Dominicanos (chamados pelos primeiros de Cães do Senhor – Domini Cannis) se reuniram uma noite para, numa farsa monumental, se abrir a porta ao Papa João XXII de forma a que este pudesse (pouco faltou) considerar hereges os seguidores de São Francisco de Assis.

Enquanto isto se passa e Guilherme desvenda o mistério das mortes, somos levados a comer cinco ou seis vezes entre frutos secos, canja e arroz com carne, terminando com bolos vários, fatias de tomar e café. Tudo isto regado a tinto, por vezes quente (e que bom que era), ajudava a (re)criar o ambiente. Tudo, mas tudo bom. Muito bom. Vamos certamente continuar a acompanhar as aventuras de Carlos Carvalheiro e companhia e tentar fazer com que muitos mais amigos nos sigam. Da primeira vez fomos quatro. Desta vez fomos treze. Da próxima quantos iremos?

O Nome da Rosa (The name of the Rose)

O Nome da Rosa
versão teatral a partir do texto de Umberto Eco
Convento de Cristo – Tomar
Domingos às 18h18m
Interdito a menores de 12 anos e a portadores de telemóvel

Da nossa passagem por Tomar há ainda a referir o repasto de almoço tardio que nos foi servido pela Sra. Maria no restaurante “O Petisco”. Os secretos de porco no brasa abundantes e apetitosos, o pão e o vinho da casa (outro jarro e o teatro era logo ali) e os miminhos (tanto doce de ovo meu Deus) a finalizar deixaram-nos com vontade de lá ir provar outras especialidades da casa. A repetir certamente.

O Petisco
Rua Centro Republicano, 105
Telf. 249 324 422
2300 Tomar

10 thoughts on “O nome da rosa, o convento e o tinto.

  1. Grande livro que é. Estou a analisar a obra na cadeira de semiótica na faculdade (os signos).
    Grande homenagem que o Umberto Eco prestou ao Sir Arthur Conan Doyle ;)
    Aposto que essa versão teatral é bastante interessante, pena não a poder ver.

  2. É realmente um grande livro. Foi exactamente o personagem de Guilherme de Baskerville que me levou a interessar pelos Franciscanos e, posteriormente, pelos Cavaleiros do Templo. Umberto Eco não só presta homenagem a Sir Arthur Conan Doyle como dizes como também dá liberdade às ideas que lhe ficaram das suas próprias incursões pela história medieval…
    E não a podes ver porquê Rui?

  3. Nós também tinhamos a ideia de que teria que ser em altura de férias uma vez que a peça só é representada ao Domingo e na segunda toda a gente trabalha mas, lá se arranjou coragem e fomo à mesma. Hoje custa um bocadito mais pois alguns de nós só dormimos quatro ou cinco horas mas valeu a pena. Aliás, já está tudo a pensar na próxima vez, também em Tomar e também pelos “Fatias de Cá” para assistir à peça “T de Lempicka”… Aos Sábados.

  4. Excelente! Que pena ser tão longe.
    BTW, o doless.net parece ter morrido de vez. Agora é mesmo definitivo, o outro URL.

  5. Este homem hoje ’tá doido. Se escreveres molhó cú em vez de molha o cú ainda poupas uma letra (que no poupar é que está o ganho). Mas ele não deiza de ter a sua razão.
    Mas zé, o João está lá em baixo no Algarve. Aquilo é muito longe pá…

  6. Wow… só wow. Quem me dera… Umberto Eco em Tomar. ai ai ai.
    Mas no Convento do Cristo já andei pelos buraquinhos normalmente fechados, nos andaimes na Charola, pelo tenhado etc. e mais não digo.
    BTW, mais alguém delirou como eu a ler Balduino? (Já para não mencionar o Péndulo de Focault).

  7. Pois é, “O Nome da Rosa”.
    Quem não leu devia ler, um “policial” histórico como aquele há poucos (ou nenhuns).
    E lá não existe só fantasia. Há muito de realidade passada na época.
    Depois de lerem este, leiam o Pêndulo de Foucoult. Embora não seja de fácil leitura, (eu fi-lo por duas etapas) é digno de registo a imagem que Humberto Eco faz das seitas secretas, e a forma como constrói o romence a volta do assunto.
    E isto sem cair em “lugares comuns” como acontece com uma boa parte das obras que proliferam sobre o tema, que quase se repetem umas às outras.
    Boa leitura.

  8. por favor me ajuda eu entra num convento se vcs estiver com al saite de convento me passa pois eu quero muito ser freira me ajuda

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