A boa ficção cientifica deve ser baseada em boa ciência. Lembro-me de ter lido isto em algum sitio e de ter achado algum sentido à frase. Tanto que não me esqueci e uso-a com alguma regularidade…

Star Trek (O Caminho das Estrelas na versão portuguesa) é, à sua maneira, boa ficção cientifica. Não é hardcore sci-fi como diz o meu amigo Pedro Pinheiro mas é boa ficção cientifica.

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Ontem no Twitter discutia com o Pedro Couto e Santos (e outros mais como o @Madril e o @trodrigues) um vídeo que anda por ai a correr em que a Death Star acaba com a USS Enterprise… É uma guerra antiga. Como bem referiu o Pedro, só aqui podemos encontrar 783 páginas de Star Trek vs Star Wars

Mas vendo bem a coisa, nem tinha razão de ser. Star Wars é entretenimento. Ponto. É bom, claro. Tem muito boa qualidade. Em todos os sentidos. Textos, interpretações, efeitos, tudo… Mas é entretenimento. A mim só me admira como demorou tanto tempo para aparecer um Jar Jar Binks

Star Trek vai um bocado além disso. Star Trek foi desde o seu inicio em 1966, uma forma de passar ao mundo mensagens que este devia ouvir. A influência cultural desta série foi decisiva para alguns direitos, liberdades e garantias na terra da democracia e por consequência, com grande impacto para o resto do Mundo.

O flower power estava na berra e com ele ideais como o da Paz Universal (não se discute aqui o carácter utópico de tal conceito) eram ponto de ordem em qualquer agenda de peso. Não é à toa que os Vulcanos, (povo com um passado de violência lá no seu planeta a 16 anos luz da terra) têm como lema “Vida longa e próspera”.

O amor livre era outro dos temas quentes dos anos 60 e 70. Foi também com Star Trek, no episódio “Plato’s Stepchildren” emitido em Novembro de 1968, que a América assistiu na televisão pela primeira vez a um beijo entre raças diferentes. O Capitão James T. Kirk (William Shatner) e a Tenente Uhura (Nichelle Nichols) são os protagonistas de uma “cena polémica” que se mantém até à data. Abanou moralidades…

Assuntos como a politica e a religião também eram frequentemente apresentados e quase sempre fugindo aos trâmites da altura. Devemos ter sempre em conta a sociedade conservadora e moralista da América de então…

O criador de Star Trek, Gene Roddenberry disse:

Ao criar um novo Mundo com novas regras, eu pude fazer fazer algumas afirmações sobre sexo, religião, Vietname, politica e misseis intercontinentais… Sem dúvida, nós fizemos-lo em Star Trek. Nós estávamos a enviar mensagens (…)

E ainda só estávamos na série televisiva…

7 thoughts on “Star Trek The Original Series (I)

  1. Here we go again… Isso se o Spock não lhe desse o “toque” antes…

  2. Nem te passa pela cabeça as capacidade furtivas e dissimuladoras do povo de Vulcano… Não há Força que os apanhe…

  3. Agora que o Spock aparece no Fringe fiquei com vontade de ver a “primeira de todas” de Star Trek, mas eu acho que a melhor sem dúvida é a Star Trek Voyager.

    Vejo uma todos os dias antes de ir para a cama. Uma, ou seja, uns minutos de uma.

    Rui

  4. Credo, que sacrilégio, a melhor a Voyager…Argh!! Para mim é a pior de longe…uma copia deslavada dp ST NG, e muito pior que o DeepSpace Nine, ou mesmo a recente Entreprise…
    Quanto à comparação SWars e STrek, nunca achei que fizesse muito sentido. SW sempre foi mais virado para o espectaculo, para o entretenimento, para o cinema. O STrek é uma seria de televisão que pelo meio faz telefilmes. O ST sempre foi mais pelas personagens, as historias. SW e ST simplesmente passam no futuro e no espaço, e as semelhanças ficam por ai…e discutir DeathStar Vs Enterprise..é ainda mais pointless…já o Cube dos Borg Vs DeathStar…hummmm. ;)

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