Acabou o primeiro semestre. Venha de lá o próximo.

Façamos então uma análise até à data, daquela que posso chamar de “A Grande Aventura Universitária“.

Antes de mais, um esclarecimento sobre o nome. Grande Aventura porquê? O que tem de mais andar na universidade? Bem, ainda que o considere um feito em condições normais (18 anos, acabado o ensino secundário) tenho que lhe (me) dar um valor acrescido quando se resolve ingressar no Ensino Superior Público na casa dos 30’s, mais para os 40’s do que para estes, principalmente quando já se conta com um emprego que nos ocupa quase metade do dia (total e não útil) e, de maior peso em qualquer balança, uma família. Banho de modéstia tomado, continuemos então.

FCSH - Faculdade Ciências Sociais e Humanas

Comecemos pelo tema que, na mente de alguns, estabelecerá a bitola pela qual se medirá o sucesso desta aventura: As notas. Semestre terminado, um 17, um 14, um 13 e dois 10. Ou seja, se a mesquinhez for tamanha que só isso interesse, calem-se lá que o resultado é claro. E posso desde já esclarecer que tenciono fazer melhorias de notas…


Um outro tema que gerou alguma animada discussão entre amigos e conhecidos foi a questão da integração. Não pensei que fosse fácil. Ainda assim, sem medos…

Tenho na grande maioria dos casos, mais 18 anos do que os meus colegas de curso. Sou mais velho que alguns dos meus professores. Ainda assim, a resposta à questão da integração, foi logo de inicio dada pelos meus próprios colegas da FCSH, quando me tornaram resultado de um Quiz do Facebook (“Que caloiro da FCSH és tu?“).

É certo que as noitadas no Bairro, as ganzas na esplanada (ouvi dizer ok?) ou manter um perfil no Hi5 não são bem os meus mundos mas, grosso modo, não me lembro de ter estado sentado à mesa com colegas, onde houvesse algum constrangimento ou falta de tema. Com maior ou menor maturidade (convenhamos, há alguns casos gritantes), as conversas acabam sempre em bom porto.

Por ultimo, nesta breve análise, o tema que me foi referido mais vezes: “Mas que raio vais lá tu aprender? E ainda por cima, em Ciências da Comunicação…”. Tanta coisa…

Só como exemplo, encantei-me por Howard Becker e o seu Outsiders e passei a interessar-me, de forma completamente diferente pelo risco, depois de ler o Risk da Deborah Lupton. A cibernética ganhou um novo significado e os robots nunca mais serão os mesmos depois de ler o The Human Use of Human Beings: Cybernetics and Society do Wiener.

Relembrei Umberto Eco, e  entre paixões, descobri uma imagem de Cristo no Blade Runner (e não é como estão a pensar). Passei a ver as fotografias com outros olhos, depois de ler Walter Benjamin e de conhecer a sua aura. Com Foucault passei a pensar na observação atenta ao invés de só observar e com Adriano Rodrigues voltei a lembrar o valor das histórias de vida. Acham pouco para um semestre? E fica tanto por dizer…

Concluindo, a aventura universitária continua. A minha filha diz-me pela manhã “Boa escola…” logo seguido de um “… e bom trabalho.” . Que melhor incentivo posso querer?

13 thoughts on “Aventuras Universitárias

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