Sim, escrevi Tempo com maiuscula porque é com maiuscula que ele deve ser escrito. Que mais não seja como representação do respeito que lhe tenho. Já que ultimamente (pelo menos segundo a Xana), não o tenho a ele. Ao Tempo.
Hoje fui almoçar com a Xana. Com Tempo. E com vontade. De comer e de falar. E rir. Rir muito. Rir como já não faziamos há uns tempos. E por motivos parvos o que nos agradou mais ainda. É um dos nossos trunfos. Ao fim de tanto tempo juntos (16 anos é muito tempo para quem tem 31 não é?) mantermos a capacidade de rir á minima parvoice um do outro. Chegámos a imaginarmo-nos daqui a 40 anos, entre um T1 alugado em Londres e um barracão junto à agua em Veneza… Na cena entravam também bengalas de soro (daquelas que se arrastam pelos corredores dos hospitais) e outros artefactos médicos que não são para aqui chamados… E dai, rir. Rir muito uma vez mais. E a comida do Imperador (ái perolas a São Marcos) escolhida por não ter molhos (que o fim-de-semana foi drástico) que bem soube como sempre… E entretanto eram horas (expressão engraçada. Como se alguma vez deixassem de as ser). O Tempo tinha passado e tinhamos que voltar. E de entre muito riso sorriso e conversa, ficou a seriedade do tema: O Tempo. O que a Xana dizia não termos e o que eu insistia em que sempre se arranja um bocadinho. Hoje apeteceu-me escrever. E escrevi.