Tanto se tem falado da importância dos blogs na liberdade de imprensa que me lembrei de colocar aqui uma entrada sobre o assunto. Não vou entrar em debates sobre o que é legal ou não ou sobre o que é moral ou não. Confesso que actualmente só não escrevo aqui o que não quero escrever mas que por vezes penso bem se quero ou não escrever algo. Há já muito aprendi que não é só a vingança que se serve fria e que, tal como dizem os fisicos, cada acção dá origem a uma reacção e como tal…

Assim sendo, deixo aqui uma ajuda a todos quantos me questionam se há ou não maneira de escrever coisas na web sem ninguem saber quem as escreveu. A minha opinião sincera? Não, não há. Em 1994 alguem me disse que (e esse alguem era responsável por uma area de internet de uma das maiores empresas do mundo), a única máquina segura é aquela que não está ligada a nada. Só à electricidade (na altura não se falava em Internet via cabo electrico). Pode dar mais ou menos trabalho mas, dependendo do interesse que possam ter no que escrevam, penso que há sempre forma de saber quem são. No entanto, há também formas de se protegerem e tornarem a coisa um pouco mais dificil podendo até fazer com que quem quer que vos queira identificar perca o interesse em o fazer tendo em conta a dificuldade (ou custo) que a identificação implica.

Aquilo que vos apresento abaixo não é de forma alguma um manual de como realizar acções ilicitas ou “como chatear o patrão sem que ele saiba quem sou eu”. Trata-se de uma publicação que não só é completamente legitima como também foi feita com a mais nobre das intenções: Defender a liberdade de cada um de nós dizer o que pensa. Trata-se do Handbook for bloggers and cyber-dissidents editado em PDF pela organização Reporters Without Borders. Aconselha-se vivamente a leitura do mesmo. Ainda que não tenhamos intenção de passar despercebido, é sempre bom saber com o que podemos contar.

Ainda sobre o assunto, a referir o artigo da Electronic Frontier Foundation, How to blog Safely.

6 thoughts on “Anonymous blogging e coisas do género.

  1. Por vezes o uso deste tipo de ferramentas dá muito jeito. Por razões óbvias lembro-me da realidade corporativa por exemplo… O incrivel é que ainda ouço pessoas que me dizem que isto é só a mania da teoria da conspiração…

  2. Pois…, a minha opinião sobre o tema é …, acredito na liberdade de expressão, e na velha máxima de que «a liberdade do um acaba onde começa a liberdade do outro». Ora, sendo livre de me exprimir, dentro de uma racionalidade consensual, não sinto necessidade de anonimato, ao nível dos blogs, naturalmente.
    Concordo que esse tipo de ferramentas pode ser muito útil, isto para quem «necessite» de «blogar» anonimamente (isto ainda sem chegar a casos extremos de países onde a liberdade não existe). Por outro lado, nunca gostei, nem gosto, de blogs totalmente anónimos, pois lembram-me sempre «cartas anónimas», um instrumento nojento, que ainda hoje vinga na nossa sociedade e, pasme-se, é aceite por instituições públicas como argumento para desencadear processos de investigação. Mas divago.

  3. Completamente. Mas a malta concorda ok. Volto a referir: “Ainda que não tenhamos intenção de passar despercebido, é sempre bom saber com o que podemos contar.”.

  4. Bem, acho uma pessoa só se preocupa com essas coisas quando sabe que anda a escrever coisas que podem ser perigosas, caso descobertas, tipo revelar segredos sujos de empresas ou de outra coisa qualquer, ou difamar..
    Eu, tal como tu, ja usei a tecla “del” muitas vezes, depois de me aperceber que aquilo que estava a escrever poderia ser mal-interpretado e trazer-me dissabores, mesmo assim, as vezes acho que piso a linha, mas hey, depois as coisas perdem a piada, porque se eu eu estiver sempre a controlar-me, acabo por tirar a parte divertida da coisa…digo eu..que tambem gosto da minha dose de mal-dizer lol
    Mas ha coisas que sobre elas, ninguem mas apanha a escrever, isso há, ha que aprender com a experiencia alheia he he

  5. Tal como eu dizes bem. Devemos usar bom senso em quase tudo na vida e esta é daquelas situações em que o bom senso deve imperar ao fim e ao cabo, o que aqui se escrever, tarde ou nunca desaparece. Mas convem não esquecer que o mundo dá muitas voltas e aquilo que hoje temos como certo, amanhã pode não o ser e como tal “… é sempre bom saber com o que podemos contar.”.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*