Férias. Não as minhas. As da Patricia. Começaram oficialmente as férias da Patricia. Durante as próximas cinco ou seis semanas irá fazer um périplo por casa dos avós o que lhe garante muito, muito passeio (e gelados e bolos e praia e gelados e campo e gelados…).

E as férias começaram bem. No caminho para a Lourinhã, logo depois da saida da A8, mais precisamente no cruzamento do Vale da Borra eis senão quando somos mandados parar por um agente da GNR. Após breve observação e enquanto a Susana manobrava de forma a deixar o carro tal e qual queria um dos agentes (e queria muito pela forma como gesticulava), pareceu-me estar perante um daqueles bloqueios de estrada que noutros tempos se viam ali no Pais Basco. Três ou quatro viaturas, GNR’s na estrada, GNR’s nos carros, GNR’s atrás das moitas, enfim, GNR’s em tudo quanto era sitio. “Temos terroristas por cá” pensei. Carros civis parados eram já quatro ou cinco e um dos agentes gritava “Pára esse também, esse também!” enquanto apontava furiosamente para mais uma viatura na estrada. Aberta a janela chega o agente. Confesso que não reparei no “Bom-dia” ou na continência. Estava a prestar atenção à Patricia que na sua cadeira lá atrás dizia já de mão empinada e de uma forma que aparentemente sós nós entendemos “Parados em nome da Lei!”. O Noddy omnipresente… Levou os documentos. Pouco depois, outro agente, primando pela simpatia, aproximou-se da janela e perguntou se já lá tinha estado alguem. Tipo “Os senhores já foram atendidos?”. Sim, mas pode trazer qualquer coisa fresca por favor… Veio o primeiro agente. Trouxe os documentos. “A Sra. condutora vinha a 95 numa via cujo limite é de 70. Não é grave. Não terá implicações na carta. A contra-ordenação será enviada para a sua residência.”. A sério. O homem acaba de nos dizer que vamos pagar doze contos e nós saimos dali contentes porque o achamos simpático e educado. De notar que, enquanto ali estivemos parados, foram paradas mais quatro ou cinco viaturas e que, quando arrancámos já só ouvimos um dos agentes a gritar para outro que estava no meio da estrada “Pára os três! Esses três são para enconstar!”…
A tarde foi de praia e nada como começar as férias na praia certo? A paternidade está definitivamente a causar grandes mudanças. Só pode. Antes de ser pai, quem de entre os que me conhecem me imaginaria numa tarde de Sábado (note-se que disse tarde e não fim de tarde), sentado numa toalha, pés na areia junto ao mar? Nem eu, que dos poucos ainda sou o que me conhece melhor… A praia chama-se São Bernardino e fica perto de Peniche. O areal é pequeno e estava completamente coberto por corpos estendidos ao Sol (culto que ainda assim, continuo sem entender). A Susana dizia no outro dia ( curiosamente também numa praia) em tom jocoso a um amigo nosso que eu já estava a fazer avanços, que tinha chegado à praia e despido a camisola. será mesmo um avanço?

Moleskine na areia

Ao contrário de outros dias, neste Sábado não me imaginava a pôr os pés na agua. Além do mais tinha ficado de guarda ao “acampamento”. Ainda não me habituei à ideia (e desconfio que nunca me habituarei) de deixar meia vida, entre carteiras e cartões, abandonadas à sombra de um chapéu… Tempos houve em que uma ida à praia tinha para mim uma única preocupação: Que me roubassem as botas. Toalha não levava e as calças de ganga estavam sempre gastas demais para que alguem as quisesse…

Uma outra coisa que me faz uma certa confusão é não saber a razão pela qual, de tempos a tempos, certamente combinados com alguma antecedência, os tais corpos que cobrem o areal se levantam e qual pinguins se vão juntar à beira d’agua olhando a imensidão do mar (toque romantico. Acredito que muitos destes pinguins olham sim para a imensidão de rabos e mamas que por ali pululam).

A noite acabou depois por se revelar uma alegre surpresa. Dificil seria não ser alegre uma vez que acabámos em Óbidos, no mui ilustre bar Cave do Vale onde junto com um casal amigo deixámos o empregado a dizer que só nos servia mais uma rodada de Toupeiros (ninguem sabe o que são) mas que seria a última uma vez que o bar fechava às duas. Já eram três…

No Domingo, logo após o almoço foi hora da sesta e isso significava que voltariamos a casa deixando por lá a Patricia. Um beijo grande e um abraço antes de dormir sabendo que quando ela acordasse nós não estariamos lá. Para Lisboa que se faz tarde… Saudades…

Bar cave do Vale
Rua Dom João d’Ornelas
2510-074 Óbidos
Telf. 262 95 92 72

p.s. Este é no seu intimo, um post lamechas. O que não disse, pensei.

5 thoughts on “Post lamechas

  1. PEDRO, lamechas ou não eu gostei muito e achei que são os ares da praia que te fizeram escerever tão bem….continua !!!

  2. Snif, Snif, e a filha foi de férias….
    Mas Pedrinho, também nós estamos de férias!!!
    Cinema, jantar fora todos os dias….que queres mais???
    Ela merece e nós também. Viva as férias.

  3. Este comentário serve apenas para deixar transparecer a inveja latente de quem NÃO tem a possibilidade de deixar a filha com avós, nas férias. Fora isso, «it’s all good». Gozem bem! *s

  4. Huuummmm… O que quero mais??? Bem, sempre podia sair o Euromilhões à senhora minha mãe que achas?
    A Susana tem um gosto especial por me colocar questões para as quais ela já sabe a resposta… Estivessemos a conversar e tal podia indiciar que ela gosta de me ouvir… Viva as férias… Mas hoje já a vamos ver…

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