As conversas andam atrasadas por aqui não? Já há quem pergunte se não como há dias. Restaurante Senhora Mãe logo ali depois da Sé de Lisboa, como quem sobe para Santa Luzia. Foi já na passada semana que lá fomos jantar com um casal amigo.


Num sitio onde passo a pé tantas vezes, durante o dia já agrada a visão da esplanada junto à estrada de sossego bairrista mas ainda não me tinha dado para lá entrar. Bom, muito bom pois que à noite a coisa fica certamente melhor. A reserva estava feita e a recepção encaminhou-nos com simpatia em dose certa para uma mesa a um canto com vista para toda a sala. E que sala. Para os amigos que iam connosco não era novidade que já eram antigos clientes quando aqui funcionava o bar Divina Comida mas para nós foi uma agradável surpresa. O ar rústico das paredes em terra e pedra combina em perfeição com a madeira das mesas e o ferro das cadeiras. Mantendo a traça de casa centenária, misturando-lhe elementos de nítida inspiração actual conseguem um equilíbrio no espaço bastante agradável que convida a estar.

Os dias passados talvez não ajudem a debitar aqui toda a informação da mesa mas ainda assim cá vai: De couvert as manteigas feitas em casa e um doce que não recordo. Recordo porém que não ficou nada na mesa. Pedimos de entrada um carpaccio de carne de vaca que foi prontamente servido com fino queijo e rucula (suave e quase doce como eu gosto). Muito saboroso, a carne estava tenra como há muito não provava em carpaccio. Eis que chegava à mesa o senhor das alegrias desta feita em forma de Quinta do Crasto Tinto. O Douro veio de lembrança que a senhora amiga muito o tem em consideração. E ainda bem. De gosto e travo a Douro (que não é o meu favorito) assim que cai ao copo, assentado alguns minutos bebe-se quase como agua e pede-se mais. A comprovar a facilidade veio a segunda dose para os pratos.

Os pratos… Bife à Senhora Mãe. Não é um, são dois. Dois bifes com batata frita à Portuguesa (rodelas???) e um molho que não identifico mas que me parece ter queijo ali à mistura. Fosse qual fosse, ainda lá voltarei para tirar as dúvidas. Não sobre o sabor que era bem bom mas sobre o molho. Veio também para a mesa uma posta de bacalhau fresco (relembro que é preciso gostar de peixe) sobre uma polenta de abóbora e coberta com um lagostim aberto. O sabor leve do peixe combinava perfeitamente com a textura da polenta dando à boca um paladar condizente com a imagem que oferecia ao olhos.

Tudo estava já aviado mas seria desfeita ao jantar em si sair sem a sobremesa e assim sendo eis que foi servido um sorbet de limão com espumante. Sou suspeito pelo meu gosto ao sorbet mas estando o sabor agradável não vi grande ganho pelo espumante que aliás tirou consistência à bolinha gelada. Igualmente de sobremesa veio algo que recordo ter de nome “Dois Chocolates”. A experiência foi tal que podiam vir mais dois ou três. Sim que não é grande mas é delicioso (foi a opinião do género masculino já que as senhoras presentes não sendo fans de chocolate renegaram a especialidade logo de inicio).

Contas feitas, e com direito a um passeio a pé em ritmo acelerado até à Cerca Moura em busca de saciar o vicio a quem o tem (não eu que me deixei dessas coisas) que por aqui não se vende tabaco, a noite valeu a pena em todos os sentidos. A companhia, como sempre agradável e bem disposta, só por si é meio caminho andado. O restaurante Senhora Mãe não desapontou, pelo contrário ganhou quem o aconselhasse logo no dia seguinte.

Restaurante Senhora Mãe
Largo de São Martinho 6 – 7 – Lisboa
1100-537 LISBOA
Telf. 218875599

11 thoughts on “Restaurante Senhora Mãe, depois da Sé.

  1. Uuuiii… Just kidding.
    Até nem ficou caro comparado com o resto do mês… Faz as contas a 25/30 euros por pessoa.

  2. Nada caro, não senhora! Com a vinhaça e tudo! Estava à espera de mais… fica no meu roteiro… Será que em 2017 ainda existe?
    Como é que vocês fazem para estacionar o carro?
    Ali em Alfama estão 2 restaurantes que eu gostava imenso – o bem-me-quer e o S. António de Alfama – mas como agora não se pode estacionar os veículos, deixei de lá ir…
    Bjs

  3. Ora bem… O Santo António de Alfama tem lá uma posta de bacalhau com batatas e maionese no forno que é uma perdição hein?

    Estacionar o carro por acaso não foi complicado mas, benesses de morar aqui perto, é costume ir a pé…

  4. E as cascas de batatas com maionese de alho de entrada?? Eram (já lá não vou há muito tempo) uma maravilha!
    E o bem-me-quer, não conheces? É mesmo quase ao lado do S. António (um ou dois números de porta antes), restaurante pequenino, com uma comidinha caseira feita na hora que era (novamente, já lá não vou há muito tempo) um espectáculo!
    Bemequer Malmequer
    Largo de S. Miguel, nº 25 – Alfama
    218 876 535

  5. Pois, se dizes que a gerência é outra provavelmente aquilo está mudado… Eu ia lá de vez em quando só para nos banquetearmos com as entradas… eram óptimas.
    O bemequer que falo não é esse vegetariano, apesar de também o conhecer e ser bonzinho!
    O melhor vegetariano que provei até hoje em Lisboa foi os tibetanos, mas há outros também muito bons: o Terra e o Oriente Chiado.

    Os Tibetanos – Rua do Salitre, 117
    Tel.: 21 384 20 28 http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/desenvReg.asp?reg=332036

    TERRA – Rua da Palmeira, 15
    Tel. reservas: 707 108 108
    http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/desenvReg.asp?reg=390273

    Oriente Chiado – Rua Ivens 28 – Lisboa
    T: 213 431 530
    http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/desenvReg.asp?reg=381290

    Já me gabaram muito estes dois, mas ainda não experimentei:

    Jardim dos Sentidos – R. da Mãe d’Água, 7
    (Junto à Praça da Alegria)
    Tel.: 21 342 36 70
    http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/desenvReg.asp?reg=391901

    PSI
    Alameda Stº António dos Capuchos, Jardim dos Sabores
    Telefone: 213 590 573
    http://www.restaurante-psi.com/

  6. A Susana já me falou de alguns dos vegetarianos que aqui referes. Ao contrário do que se possa pensar, não tem sido por minha culpa que ainda não os fomos visitar (a Susana já conhece alguns). Assim que possível lá iremos mas conhecendo-me como conheço sei de antemão que nem todos os pratos me convencem… A ver vamos. De qualquer forma, obrigado pelas dicas

    p.s. A Susana também é lifecooler adicted.

  7. Não é uma questão de vicio, mas sim gostar de estar bem informada, sobre o que se passa na minha cidade.
    O próximo será o jardim dos sentidos, até porque tem componente de massagens!!! Adoro.
    Ana: bejufas aos herdeiros.

  8. Muito bem dito, Mãe! Faço minhas as tuas palavras!
    Isto tudo porque os homens não sabem pedir indicações dos caminhos…
    Essa componente de massagens confesso que me atrai mesmo! Mas ainda não tive oportunidade!
    Bjocas à Tita!

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