Na continuação do relato da nossa viagem a Londres, começo exactamente onde tinha ficado: A tarde de Sexta-feira. Terminado que estava o cruzeiro do Bateaux London resolvemos continuar junto ao rio e o próximo ponto obrigatório era sem duvida o London Eye também conhecido como a roda do Millennium (não, não tem nada a ver ok?).
Na nossa anterior viagem a terras de Sua Majestade ainda não existia tal coisa. Inaugurada a 31 de Dezembro de 1999 (dai o tal Millennium), a London Eye era à data a maior roda de observação do Mundo com os seus 135 metros de altura. A fila para lá entrar era imensa mas entende-se porquê. Como se trata de um dos maiores atractivos turísticos de Londres a segurança é redobrada. Toda a gente é revistada à entrada dos pés à cabeça. A roda leva um máximo de 800 pessoas em cada volta divididas pelas 32 cápsulas (que pesam cada uma só por si algo como 10 toneladas) e cada volta dura cerca de 30 minutos. A Susana queixou-se de que era tempo a mais mas está convencida de que a viagem durou ai uns 15 minutos o que quer dizer que a coisa se leva bem. 26 cm por segundo foi a velocidade que os engenheiros acharam como a mais correcta para ver convenientemente a paisagem que se estende quase por 40 Km. A viagem que começou com o Sol ainda alto terminou já com o fim-de-tarde. Mais um passeio a guardar de memória e em algumas fotografias mais no sitio do costume…
West End we go. A noite caia e uma viagem a Londres não seria uma viagem a Londres sem um espectáculo no West End. Da outra vez vimos no Theatre Royal Drury Lane uma exibição de Miss Saigon que nunca iremos esquecer. Queriamos repetir a dose de emoção. A escolha caiu sobre Wicked. Este famoso espectáculo da Broadway estava em exibição em Nova Iorque quando lá estivemos mas como não havia tempo para tudo, passou. Em Londres não passaria. Directos ao Apollo Victoria Theatre onde os bilhetes já nos aguardavam ainda deu tempo para uma passagem pela Victoria Station para apreciar o reboliço de uma das grandes estações de comboio europeias… De volta à sala. Enquanto abre e não abre aprecia-se o Hall. Nem de propósito, todo verde… Ah, pois, o verde… Vocês ainda não sabem. Wicked é “a história não contada das bruxas de Oz”, que é como quem diz, conta-nos a história de Glinda a bruxa boa e de Elphaba a bruxa… Verde. Lembram-se de “O feiticeiro de OZ“? Não? Não há problema. A história de Wicked conta-vos tudo. E acreditem (mesmo aqueles que viram vezes sem fim a historia da pequena Dorothy) que nem tudo, aliás, muito pouco é o que parece. Wicked vem contar-nos o que se passou para que a bruxa má do Oeste ficasse assim tão má e vem também desvendar o segredo da sua morte. Até lá chegar há muito que rir (que este é um musical bem humorado) e algumas coisas em que pensar que a moral também aqui tem lugar marcado. Numa encenação fantástica (como aliás outra coisa não seria de esperar no West End) e uma produção de outro mundo (aqui os cenários são realmente cenários), as vozes soam como encantadas… A meninice das duas bruxas está presente em cada nota mas as suas vozes podem fazer tremer quando é essa a intenção. A sala (igualmente fantástica e super lotada) vibra. A viagem já está paga. O espectáculo acaba e nós saimos com a clara certeza de que estes momentos são únicos. Outra certeza ainda é a de havemos de voltar.
A noite acaba novamente em Victoria Station. Uns hamburgers sentados a ver quem passa. A viagem continua…
Que saudades de Londres……que vontade………