Dizia-me o director lá no trabalho que eu poderia começar este artigo com uma daquelas expressões à Artur Albarran tipo: “Dia de Aderente FNAC: A mentira, a desilusão, a tristeza, a decepção…“. Pois. Talvez fosse demais… Não sei se alguém me mentiu. Bem, aparentemente, sim. Mas não o posso provar e como tal, ficarei só pelo “Dia de Aderente FNAC: O dia em que o serviço desapontou“.

O conceito de Dia de Aderente FNAC é fácil de explicar para quem não o conhece: Desde que se tenha o Cartão FNAC, tudo o que está à venda na dita loja tem no Dia de Aderente FNAC 10% de desconto imediato e, para valores superiores a 250 euros, tem também a possibilidade de pagar em 10 prestações mensais sem juros. Para ter o tal cartão FNAC é tão simples como solicitar o mesmo em qualquer uma das lojas da famosa cadeia de lojas.

Ora, não será necessário referir que nos tais Dia de Aderente FNAC, que a loja realiza duas ou três vezes por ano, a afluência às lojas FNAC é enorme notando-se principalmente pelas gigantescas filas que se formam junto da Área de Apoio ao Cliente com recém-chegados ao conceito a quererem obter o tal cartão… Até aqui tudo bem. Ficamos todos a ganhar.

Agora a história propriamente dita. Queria eu, ao fim de longa angústia gerada pelo processo de decisão (que como refere o António Damásio, é bem mais emotivo do que racional mas isso é fica para outro dia), adquirir um telemóvel (smartphone???) Nokia E71. E o dia era ideal para isso.

Só pelos 10% de desconto já compensaria mas a vantagem das 10 vezes sem juros então tornava a compra quase perfeita. Quis o destino que não fosse o único lá no trabalho a desejar esta pequena grande jóia tecnológica que é o E71 e pelas 10 da manhã, aproveitando uma pequena pausa para o café, lá damos um pulo até à FNAC do Chiado para gastar dinheiro.

Chegados à referida loja cometendo aquilo que para mim é quase uma heresia: Sem ir aos livros e aos DVD’s primeiro, dirigi-me de imediato à área reservada para os telemóveis, pda’s, gps’s e afins. E digo eu ao jovem atrás do balcão: “Bom dia. Estamos interessados no Nokia E71. Não um mas dois. Tem alguns para entrega?”.

Após um curto espaço de silêncio contemplativo olhando para o monitor diz o jovem que não, não há nenhum Nokia E71 na loja FNAC do Chiado. Dá ainda a justificação de o stock da loja terá esgotado no dia anterior. E que eram muitos. Nada a fazer então. A pergunta da praxe impõe-se: Pode confirmar se há alguns Nokias E71 em alguma das outras lojas FNAC? Novo silêncio e a resposta: Só se houver no Colombo.

Confesso que “Só se houver no Colombo” não era a resposta esperada. Não sei se conseguem confirmar no sistema informático (antes acho que conseguiam) mas pelo menos por telefone podia tentar. E não, não estava ninguém atrás de mim para ser atendido… Dei a entender ao jovem que ir ao à FNAC do Colombo só para saber se havia alguns Nokia E71 em stock não me parecia uma opção muito viável e muito menos tal proposta poderia ser entendida como bom serviço.

Ele lá pegou no telefone e esteve durante alguns minutos sem que do outro lado alguém lhe respondesse. Disse-me que não estava a conseguir contactar a outra loja mas deu-me um numero de telefone dizendo que era o mais directo possível, que tentasse eu. Após várias tentativas de contactar a FNAC Colombo através do numero que o colaborador da FNAC Chiado me tinha dado, e não tendo sucesso em ultrapassar a mensagem que teimava em me afirmar que o numero marcado não era possível ser contactado, resolvi tentar colocar a questão ao Call-Center da FNAC.A coisa piorou ai.

A jovem que me atendeu o telefone no Call-Center da FNAC identifica a empresa e dá os bons dias mas esquece-se de se identificar a ela. Talvez por formação mas certamente por principio gosto de saber com quem estou a falar e é isso que começo por perguntar. Paula é a resposta. Tristes pais que não dotando tal criatura, a Paula, nem de sobrenome nem de apelido a votaram a passar despercebida. Adiante. Nem estive para me chatear. O que eu queria mesmo era um Nokia E71.

Diz-me a Paula que não é possível contactar as lojas pois estas não falam directamente com os Clientes (bem, antes falavam. Sinais dos tempos…) e, por ser dia de aderente também não é possível verificar stocks. Sim. O sistema informático da FNAC é tão avançado que, em Dia de Aderente FNAC deve inibir o acesso aos stocks das lojas que não aquela em que o colaborador se encontre. Só pode ser isso.

Muito bem. Quando meto algo na cabeça é difícil fazer-me desistir e como tal, ala que se faz tarde e pés a caminho da FNAC Colombo. Tudo isto para me dizerem que só tinham Nokia E71 com contracto TMN. Livres de operador não tinham pois já haviam esgotado alguns dias antes do Dia de Aderente FNAC. Fantástico. Sugeriram que comprasse no site pois lá ainda podia haver uma vez que “é uma loja virtual e como tal tem stock independente”. Avançados e modernos que somos hein? Assim farei – pensei eu cá para com os meus botões e para com a carruagem de Metro que me levava de volta à Baixa.

Site da FNAC. Login. Uppsss. Esqueci-me da password. Entretanto já o o outro comprador teclava sem parar para efectuar a tal compra. No site o referido Nokia E71 apresenta como prazo de entrega 24 horas. Venha de lá isso. Eu solicitava que me lembrassem a password.

O tempo passava e nada de password. Quem mais comprava estava já feliz da vida. Compra feita. Ainda que o site lhe desse agora como data prevista para entrega do equipamento o dia 3 de Dezembro. Mas não eram 24 horas? Isso não interessa nada. Eu mantenho-me à espera e nada de password. Volto a ligar ao Call-Center da FNAC. Explico a situação. Pedem-me que aguarde mais um pouco. 10 minutos, um quarto de hora. Aguardei e continuei a aguardar. 10, 20, 30 minutos, uma hora… E quando finalmente a password chegou, corro ao site e eis que o Nokia E71 tem como prazo previsto de entrega entre 3 a 4 dias. Ora se 24 horas significa dia 3 de Dezembro, 3 a 4 dias garantidamente tinha E71 lá para dia 7 ou 8 e isso para mim não dava. Ainda que tendo quem o recebesse a minha ideia era ir de viagem com ele e como tal…

Estava decidido. Eu queria o Nokia E71, a FNAC aparentemente não mo queria vender. A loja Nokia mais próxima é no Areeiro e já estava a imaginar a minha manhã de Sábado. Lá se iam as prestações e o desconto mas paciência. A tarde chegou ao fim.

Como todas as Sextas-feiras antes de ir para casa resolvo passar na FNAC. É já quase um ritual o de ir comprar um filme ou um livro para a Patrícia. Apesar de tudo achei que ela não devia pagar pelo sucedido e lá fui eu.

Não pude resistir ainda assim a dirigir-me à área dos telemóveis para perguntar se esperavam mais Nokia E71 e qual a data prevista. “Posso vender-lhe um hoje porque estou à espera deles…“. Cai o Carmo e a Trindade. Como diz que disse? Mas está à espera para quando? – pergunto eu já com ar desesperado – é que vou de viagem para a semana e gostava de já o levar.

Quando se fez silêncio não pude evitar lembrar a cena da manhã e consequentemente, esmorecer. Espere ai um minuto, deixe-me ver – diz o empregado da FNAC enquanto se afasta para uma divisão lá ao fundo. Volta de caixa na mão ainda olhando em redor como se estivesse talvez comprometido – Aqui está. É o último da loja. Assim foi. Acabei por comprar o meu Nokia E71, na FNAC do Chiado.

Se entendi? Nem por isso. Se quero entender? Acho melhor não. Se fiquei decepcionado com o serviço? Claro. Ainda que agradecido ao tal empregado que me vendeu o telemóvel, a FNAC decepcionou. Mas antes não era assim.

Ora muito bem, aparentemente o José, que deixou aqui no site um tão inteligente comentário que me levou a escrever O Barclays, as antas e a paciência resolveu dar uma vez mais provas da sua inteligência (mas não da sua existência, dele ou da dita).

Eis que, com a diferença de 3 minutinhos apenas, surgem aqui no site 3 comentários sobre a novela Barclays e todos eles apoiando fortemente o pobre senhor José ou a sua mais pobre ainda opinião. A eles já lá vamos mas antes disso os dados que apimentam a situação.

O comentário das 23h20 minutos da pena do Sr. José, o tal, vem do seguinte endereço:

Autor : José (IP: 82.154.89.157 , bl5-89-157.dsl.telepac.pt)
E-mail : jfcosta@gmail.com

O comentário das 23h24 minutos pela mão do Sr. Salsinha vem do seguinte endereço:

Autor : Fernando Noronha (IP: 82.154.89.157 , bl5-89-157.dsl.telepac.pt)
E-mail : noronha2@hotmail.com

O comentário das 23h31 minutos das teclas do Sr. Noronha vem do seguinte endereço:

Autor : Fernando Noronha (IP: 82.154.89.157 , bl5-89-157.dsl.telepac.pt)
E-mail : noronha2@hotmail.com

Ora bem, que dizer sobre os dados acima? Vamos novamente tecer ilações sobre a inteligência (ou falta da mesma) do Sr. José? O tal que diz que, e passo a citar “O Sr Pedro Rebelo se alguma vez chegou a ter alguma razão, com a criação deste blogue acabou de a perder toda.”? José, José… Que te direi meu bom homem? Que este blog já existia bem antes da novela Barclays? Valerá a pena?

Ou deverei passar a tentar dizer ao Sr. Salsinha, que antes de escrever convém saber ler para se entender o que se escreve? O tal Salsinha que diz que, e passo a citar “clientes como o Sr Rebelo não são bem vindos a nenhum banco” e mesmo assim se diz Bancário… Não do Barclays mas de um banco concorrente…

Talvez não. Talvez deva ignorar tudo o resto (aos porcos as pérolas e na falta destas deixo a ignorância para os ignorantes) e tentar perceber o enigmático pensamento do Sr. Noronha que pergunta, e passo a citar “Será o Millennium em forma de Rebelo?”…

Por mais anos que aqui passe, sei bem que não pararei de me surpreender com a inteligência humana.

Mais uma vez volto a referir: Sabem quem sou, o que faço e onde o faço. Sei e assumo o que aqui escrevo e não o escondo de ninguém: Da minha filha de 4 anos, ao meu Banco (qual deles ó José?) e as autoridades competentes sempre que há razão para tal. Infelizmente nem toda a gente se pode gabar de tamanho à vontade.

Cheira-me que a história não fica por aqui… Mas até deixo mais lenha para quem se quiser queimar. O artigo Barclays Bank policy of silence. A credit card fraud story, publicado no NowPublic conta já com vários testemunhos de situações caricatas com a instituição em causa… Serão certamente de pessoas que “… que não tem mais nada para fazer na vida e por isso tem todo o tempo do Mundo para inventar novelas para difamar pessoas sérias e honestas que podem ficar com o seu trabalho em risco.”. E tenho a certeza de que cada uma dessas pessoas tinha um cartão de crédito “… em incumprimento por falta de pagamento.”.  Ou então são todos simples funcionários de outras instituições financeiras que podem inventar novelas tão grandes só para serem promovidos e, óbviamente, desviarem a atenção das irregularidades que as suas entidades patronais andam a fazer aos seus Clientes… De certeza…

O Domingo é quase sempre (pelo menos sempre que possivel) dia de ficar por casa. Variando entre a cama e o sofá, lá se passa o dia entre receitas caseiras, chá ou café e bolinhos…

Mas quando há uma boa razão para sair não nos fazemos rogados e um almoço com bons amigos será senão a melhor, uma das melhores razões e como tal lá fomos nós. Ainda em casa lembrei-me da Susana já ter referido um restaurante ali pela Baixa de Lisboa onde se come bom bacalhau com grão. Ainda que tal referência não seja a típica frase para convencer quem procura um bom restaurante, os comensais são todos de boa barriga e melhor garfo e como tal bacalhau com grão lá no fundo sempre faz tocar o alarme.

10 minutos de automóvel (que o Metro implicava burocracias para as quais não tínhamos tempo) e já o carro estava estacionado no parque junto aos armazéns do Chiado. Meio passo sempre em frente atravessando a Augusta e já lá estamos na Rua dos Correeiros (antiga, mui antiga Travessa da Palha). Por aqui passo muitas vezes mas à hora de almoço sempre tenho quase sempre a impressão da comida para turista tal é a quantidade de solicitações porta-a-porta para que lá entre a provar as suas iguarias. Adiante. O caminho hoje está traçado: Restaurante João do Grão.

Porta entrada dá para entender à primeira vista que ali se come bem pelas fartas travessas nas mesas. Sala meio-cheia (Domingo na Baixa dá vontade de bater aos autarcas) e mesa para cinco. É logo ali e ainda mal sentados já lá está o pão e as costumeiras manteigas assim como o queijo fresco que é devorado entre a Patrícia e o padrinho.

A carta vem de seguida que aqui não se espera muito. Pratos do dia eram vários mas confesso não recordar. Sei de cor o que escolhemos. Foi pedido Cozido à Portuguesa, Açorda de Bacalhau e duas de Bacalhau Cozido com Grão ao fim e ao cabo foi essa a referência.

Quase sem dar-mos por ela estava já o serviço na mesa. O Cozido assustava só de ver tamanha travessa mas mais assustou com a referência de que era meia dose. Vieram de seguida as duas de Bacalhau que rivalizavam em tamanho com o Cozido. Por último chegou a Açorda que veio de marisco em vez de Bacalhau mas que prontamente se ofereceram a trocar. Não foi preciso, ficou.

O Bacalhau com grão é sobre o que melhor posso falar. Básico como se queria: Bacalhau, batata (pouca e ainda bem), grão, cebola picada e salsa qb. Boas postas, uma travessa mais fina e outra mais grossa com a sugestão de dividir. O grão grado e saboroso, cozido ao ponto e a cebola a dar o gosto. A dose satisfaz sobremaneira.

Sobre o Cozido à Portuguesa que mais haverá a dizer para além de estava bom? As carnes do costume e as verduras a condizer. Sobre a açorda que ainda provei, bem guarnecida de mariscos, sendo que os pedaços dos exemplares de maior porte foram postos no prato antes de tudo o mais e os mais pequenos vieram na mistura. Ainda sobrou.

O final foi de bolo de brigadeiro (confesso que já provei melhores que o chocolate é só por si uma ciência) para mim e mousse de chocolate (sem desapontar) para outro dos presentes. As senhoras à mesa dispensaram mais calorias.

Os cafés vieram e o garoto claro da praxe veio tal como foi pedido. Claro. Bastante claro.

Apreciação global: A voltar decerto e a experimentar mesmo a meio-dia de trabalho quando a tarde não o proibir.

Restaurante João do Grão
Rua dos Correeiros 222-226
1100-170 LISBOA
Telefone: 213424757

Não encerra.

Nota: Este artigo foi igualmente publicado no site No-prato.com.

Acalmem-se os ânimos que não vou aqui relatar mais nenhuma peripécia com o Barclays. Ainda que vá certamente escrever mais um episódio da famosa novela.

Quem de entre vós acompanhou a novela Barclays sabe certamente que, de quando em vez, há quem acrescente novo ponto à historia. Deixam em comentários as suas experiências pessoais que, na grande maioria das vezes, vão na linha de pensamento deste vosso. Porém, há sempre pérolas que surgem, ou melhor dizendo, há sempre quem encontre as pérolas que por aqui estão (ou talvez deva dizer que há muito quem encontre trufas por aqui) e aproveite para deixar um toque de graça. Ora é sabido que na grande maioria das vezes, tentar ter graça quando não se tem, dá a graça em desgraça e não se ri ninguém. É o caso do comentário que transcrevo abaixo deixado pelo José ontem à noite:

Esta história de facto foi bem conseguida.
É o espelho de como um simples funcionário do BCP pode inventar uma novela tão grande apenas para ser promovido e tentar desviar as atenções das irregularidades que o Millennium anda a fazer aos seus clientes.
falta de ética a anto obrigas…?

Ora, perante tal jóia não me coíbo de lhe dar resposta e que melhor lugar para o fazer do que aqui?

Caro José, se quiser fornecer mais alguns dos seus dados poderei confirmar-lhe, através de um qualquer processo judicial por difamação, que está está enganado. Isto só para não o obrigar a ler tudo o que foi escrito sobre o assunto pois se o fizesse veria que a história tal como aqui está contada foi devidamente documentada e entregue às autoridades de supervisão bancária que é como quem diz, ao Banco de Portugal.

Agora desmontando o seu argumento:

Ponto 1) Não sou um simples funcionário. Acredite. Por acaso, não conheço nenhum “simples” funcionário no BCP. Dou-lhe um exemplo: Um “simples” funcionário seria alguém que deixaria escrito em publico uma difamação pessoal. Bem, isso seria não só um simples funcionário mas também um simples ignorante… Enfim, coisas da vida.

Ponto 2) Não fui promovido nos últimos 12 meses. Mais um ponto a meu favor em barra de tribunal e mais um ponto a contribuir para a sua agonizante dor cada vez que se sentar caso queira tentar comprovar o que diz frente a um juiz.

Ponto 3) Falta de ética? Fazendo minhas as suas palavras e tomando a liberdade de lhe corrigir o Português (confirmando assim a minha tese do ignorante e não deixando margem para que possa ser acusado de, quem diria, difamação), falta de ética, a anta obrigas. Neste caso, obrigaste a anta a tentar escrever mas para além de força nos dedinhos não lhe deste muito mais

Mas ganhou os seus 5 minutos. Direito a honras de primeira página aqui no site.

Aproveito para um pequeno desabafo. Pergunto-me porque raio estas criaturas que como você insistem em escrever barbaridades que mais não servem para firmar a ignorância que na Internet lusa ainda teima em persistir, não aproveitam o tempo para tentar colmatar essas falhas educacionais já que à sua frente estão com tão poderosa ferramenta… Enfim. Uma vez mais, resta-me dizer que estarei por cá para ajudar no que for preciso.