Há quantos dias não escrevo por aqui (pergunta retórica, eu sei a resposta)? Uma carrada deles. Eu sei, eu sei… A desculpa de sempre já é batida, já toda a gente a leu e de quanto em vez, lá volta ela outra vez: falta de tempo. Diacho. É mesmo falta de tempo. O dia já não chega. Não para tanta coisa. Dou-vos um exemplo: Estou a escrever este texto no banco traseiro de um táxi, saído do trabalho e, a caminho do trabalho. E já passa das sete da noite.


Há quem me diga que não é possível, que se arranjam sempre uns minutinhos, sei lá, menos uma qualquer série no final da noite de Domingo. Sim, é verdade. Uns minutinhos arranjam-se mas para aqui escrever, uns minutinhos não chegam (diz o senhor na rádio que o trânsito está muito lento no sentido Cascais-Lisboa. Dá-lhe um novo sentido. Ao lento. É parado.). Quer dizer, chegam, se eu aqui escrever coisas como “Não tenho tempo.” e pouco mais. E se deixar de ver a tal série ao final da noite de Domingo, então quando a vejo? E acreditem, é importante que a veja. Seja que série for.

Esta aventura universitária que resolvi abraçar tem vindo a causar algumas alterações no meu dia-a-dia. Umas mais visíveis, outras menos mas, em geral, todas elas bastante impactantes.

As leituras mudaram. Ainda anseio por uma boa ficção mas tenho tantas outras coisas por ler, e pior (ou melhor), coisas pelas quais me apaixono fazendo muitas vezes com que as leia muito para além da obrigação. Deixei de usar um Moleskine e passei a usar 3 ou 4 (ou mais, ainda não sei bem). Viciei-me no uso da agenda do telemóvel e até já uso a do Outlook (Deusas, até já as sincronizo). Tenho mais flash drives mas já só uso uma para o meu dia a dia… Raios, até os meus downloads (deixem lá o carácter mais ou menos legal da coisa) mudaram. Quem me diria a mim que estaria ansioso por terminar o download de uma cowboiada com mais de 70 anos?

Mas os meus horários também mudaram e, ao contrário do que alguns possam pensar, agora durmo mais. Acordo mais cedo mas deito-me mais cedo. Ou melhor, deixo-me dormir mais cedo, caído para o lado no sofá da sala, normalmente entre um netbook e um molho de fotocópias… As refeições mudaram. #Twittnom (almoço marcado via Twitter, num género de flash mob) todas as semanas? Duas vezes por semana? Consigo sentar-me a uma mesa de almoço, decente, com sorte uma vez por semana, a correr, entre uma reunião e outra, muitas vezes entre Lisboa e o deserto… A minha vida social/digital mudou. Tenho estado menos presente no Twitter, menos activo no Facebook, quase ausente do Flickr e o browserd.com, bom, é o que se vê…

Não venho aqui com conversas de “a ver vamos se agora é que é”. Vocês, que me conhecem, que me lêem, sabem que sim, que estou sempre por cá, que de repente sem mais quê nem porquê, vos escrevo, me escrevo, todos os dias. Que acordo cheio de ganas, com bons dias e com musica, que pulo para o #jogodometro e vos deixo a pensar (escrever sonhar podia ferir susceptibilidades), que vos convoco para almoço ou que grito a todas as portas anunciando o dia de Santa Guinness (referência subtil ao Twittlis que se irá realizar novamente já na próxima Quarta-feira).

Estamos então entendidos? Isto não está fechado. Nem tão pouco de férias ou adormecido. Falta tempo. Só isso.

Nota: Entretanto já não estou no táxi. Aliás, já cheguei, jantei, dormi, sai de casa, voltei e acabei o post. Ontem… Já não houve tempo.

3 thoughts on “E a questão do tempo. Outra vez…

  1. E eu que o diga, meu querido sobrinho-neto! Quando é que me vens visitar, hmmm filhinho?
    Eu que ando à tanto tempo para falar contigo…
    Já não há respeito pelos idosos, é o que é! Ainda sou do tempo em que o Pedro Rebelo tinha tempo (passo a redundância).

    Mas eu compreendo, caro amigo, que estas coisas da vida não são fáceis e sabes que tens sempre o meu apoio.

    Quanto às novidades, se não as souberes já, ficarás a saber na 2ª quando divulgar aos meus seguidores do twitter.

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