Um destes dias, respondi a um questionário que me foi enviado pela equipa do The Impossible Project e uma das questões era sobre o numero de packs de filme Impossible que tinha usado no ultimo ano.

Não sei, não faço ideia. Com um pouco de esforço até era capaz de descobrir, mais ou menos… Tenho uma noção de que fotografias tirei e quando mas, nada de muito certo. Dei uma olhada pelos cantos da sala e encontrei uns quantos packs vazios…

Polaroids que tenho comprado na Capitão Lisboa - Pedro Rebelo

Há hábitos que ainda não ganhei e que poderiam ajudar a ter essa informação, como escrever em todas as fotografias a data ou manter de uma qualquer forma um registo do que vou fotografando com as minhas Polaroid. Pois… Ainda não ganhei tais hábitos e confesso, não sei se vou ganhar.

É aqui que se levantam algumas vozes dizendo: “Vês? Se fotografasses em digital sabias isso tudo, não tinhas que te preocupar com esses detalhes…” mas convenhamos, também não estou preocupado certo?

Efectivamente, a maior parte das vezes, quando tiro uma fotografia com uma das minhas Polaroids, só estou a pensar na fotografia em si, no que irá sair dali (que nunca sei bem o que pensar), e no momento em que a vou estar a mostrar a alguém… Entretanto penso também em como a vou guardar e, acreditem ou não, penso em como estará daqui a uns tempos, uns meses, uns anos, quando um dia a encontrar, no meio de um qualquer livro ou caída atrás de um móvel (sim, que nem sempre me lembro de as colocar dentro das caixas). Ultimamente, dou comigo também a pensar se a vou digitalizar, se a vou incluir no Impossible Polaroids

Bem, mas isso agora não interessa para nada. Falava-vos do questionário da The Impossible Project. Perguntavam-me se tinha usado 10 ou mais packs no ultimo ano… Sim, considerando a fotografia ali em cima, posso dizer que sim. E a Capitão Lisboa também. Nesta loja, não só podem comprar filme para as vossas Polaroid, como também lá poderão encontrar as próprias máquinas e outros acessórios da The Impossible Project. E para além disso, podem ainda contar com toda a simpatia da equipa.

E não, não é publicidade encapotada. É mesmo porque gosto da casa.

Através da página do Facebook da Fujifilm Instax PT, perguntei à Fuji se me podiam dar algum argumento de valor que me convencesse a usar uma das suas máquinas fotográficas instantâneas em vez de usar uma Polaroid.

A resposta não foi, de todo, aquilo que eu esperava:

A resposta da Fuji Instax PT

Caro Pedro! Trata-se de uma questão de gosto pessoal realtivamente à câmara. Quanto ao preço, 89 €

Vá lá, agora a sério. Não se dá esta resposta.

Um “argumento de valor”? Será assim tão difícil de entender? E logo numa das mais usadas redes sociais online?

Este era um bom momento para escrever sobre a forma como as empresas estão nas redes sociais online, como se portam, como respondem aos utilizadores, como percebem as próprias redes. Era, era um bom momento. Não o vou fazer. Fuji, se quiserem, terei todo o gosto em conversar convosco sobre o tema ok?

Não tendo a equipa da Fuji conseguido convencer-me, optei por outra estratégia e assim que pude, comprei uma Fuji Instax.

Não é uma daquelas Fuji Instax bonitinhas que agora se encontram por ai em cada loja. Essas são as Fuji Instax Mini 8, com piada e coisa e tal mas, os tais 89 euros que elas custam ainda estão um pouco além do que eu estou disposto a pagar para experimentar uma máquina fotográfica. Para além disso, confesso que acho muito mais bonitas as Fuji Instax Mini 50s ou as novas Fuji Instax Mini 90 mas em qualquer dos casos, o valor a pagar seria ainda maior e como tal, de momento, fora de questão.

Comprei uma Fuji Instax 100 Wide.

Fuji Instax 100 Pedro Rebelo

Sim, eu sei, é um monstro de máquina fotográfica. É gigantesca, uma enorme massa de plástico que, quando se liga, fica ainda maior graças à sua lente extensível. E é roxa. Sim, roxa.

brand

Também é uma máquina antiga, que já não se fabrica. Esta é de 1999 e mesmo o modelo que a veio substituir, a Fuji Instax 200 Wide também já não é fabricada…

Então porque diacho fui eu comprar uma Fuji Instax 100 Wide? Porque as fotografias que ela tira hoje são iguais às que tirava em 1999. Bem, eu não tinha uma destas em 1999 mas já vi suficientes fotografias tiradas por outras Fuji Instax na altura e que me convencem disso.

É uma aventura garanto-vos, e não me parece que vá ser fácil convencer-me a trocar as Polaroids pela Fuji Instax mas, convenhamos, a Fuji Instax tem efectivamente argumentos de valor:

  • O preço do filme

Cada caixa com 2 embalagens de 10 fotografias cada custa 22€, ou seja, o mesmo que custa uma caixa com 8 fotografias para a Polaroid.

  • A questão do instantâneo

Quando se tira uma fotografia com a Fuji Instax a mesma começa a aparecer ao fim de 2 a 3 minutos, coisa que não acontece com as Polaroid que actualmente (e sobre isso escreverei noutra altura) demoram pelo menos 10 a 15 minutos até que se veja alguma coisa.

  • O nome Fuji

A Fuji mantém a produção de filme para as suas máquinas instantâneas há mais de 30 anos e não se prevê que deixe de o fazer tão cedo, como se pode imaginar tendo em conta o investimento nas novas gamas da Fuji Instax. Eu apoio o projecto que trouxe de volta à vida as Polaroid mas, mesmo com todo o sucesso que tem alcançado, ainda não deixa de ser um projecto.

E esta foi uma das primeiras fotografias a sair, literalmente, da Fuji Instax 100:

E vocês? Deixariam a máquina fotográfica digital em casa para carregarem uma Fuji Instax?

 

Uma vez mais, os criadores da rede social Adegga levaram a cabo a empreitada de reunir em volta de um copo de vinho (ou muitos) centenas de pessoas que em comum partilham o gosto e interesse por essa bebida tão apreciada, num evento único em Portugal: o Adegga WineMarket.

Adegga WineMarket

André Cid, André Ribeirinho e Daniel Matos conseguiram novamente (e já andam há uns quantos anos nisto) com o Adegga WineMarket, juntar produtores e consumidores, num ambiente informal de prova e conversa, onde mais do que a habitual ficha técnica sobre castas e taninos, se trocavam histórias em torno deste ou daquele vinho, da primeira vez que se bebeu ou do quão bem ficava com aquele prato que não nos sai da memória.

E na minha opinião, de apreciador de vinho com algum conhecimento mas sem particular erudição no tema, é mesmo disto que o vinho precisa.

Adegga WineMarket. Porque há muito mais no vinho para além do que o que se vê no copo.

Assim como o paratexto de um livro nos pode contar histórias para além do livro em si, também os momentos vividos em torno de um determinado vinho podem acrescentar a este uma série de novos sentidos que contribuirão assim para o estabelecimento do seu valor emocional. E o Adegga WineMarket é um bom exemplo disso.

Por lá encontrei amigos de longa data, amigos que não via há muito, amigos com quem tinha estado dias antes. Amigos que gostam mais de beber, amigos que gostam mais de comer. Amigos que gostam de cozinhar… Encontrei estrelas de televisão (por favor, não perguntem) e encontrei as meninas da Uber. E encontrei muitas pessoas que não conhecia e algumas que fiquei a conhecer. E tudo isto porque a equipa do Adegga WineMarket percebe bem a importância do lado social do vinho.

Ao chegar, cada um dos convivas (vá, podemos chamar-nos assim) recebe um SmartWineGlass, um copo para prova com um chip associado ao endereço de e-mail e que permite assim receber após o evento, toda a informação sobre os vinhos provados. Uma vez mais o lado social do vinho a ser tido em conta. Quantas conversas ficariam a meio se a cada vinho provado eu sacasse do caderninho para apontar as minhas notas? “E qual é o grau? E disse que a casta principal era? Em que percentagem?”…

Tive a sorte de logo na entrada encontrar um amigo que me fez uma visita guiada (tivesse eu parado em cada capelinha para provar quantos néctares havia disponíveis e Baco me ajudasse no regresso a casa) e de repente, ainda o périplo mal se tinha iniciado, já falávamos de madeiras, bosques e terra. Mas falávamos muito além do tão típico e batido “caracterizado por um aroma jovem e frutado, onde se denotam os morangos e as cerejas, com ligeiros toques de acidez vindos do acre terreiro…”… Nada disso. Contávamos histórias de como gostos e cheiros nos levavam a sitios diferentes e de como era tão mais divertido e proveitoso falar do vinho dessa forma

No Adegga WineMarket, Hugo Fernandes e Ricardo Bernardo

Entre copos e palavras, um outro amigo faz a sua magia e o momento fica para a história guardado numa fotografia instantânea. E como não há uma sem duas, tiro da mala a avó da Fuji Instamax, a velhinha Polaroid SX-70, e de imediato faz-se história uma vez mais, daquela que fica para sempre. Amigos de copo na mão. Já vos disse da importância que equipa do Adegga WineMarket dá ao social?

De repente, do vinho à fotografia. E a relação que fazemos, as memórias com que ficamos de um materializar de uma ideia. Num quadrado de papel fotográfico, num copo de vinho inesquecível… Eis que gritam da Da Cozinha “Venha de lá uma dessas…”. E mais uma Polaroid se dá ao mundo entre copos… E depois outra, e outra… E mais um copo aqui, uma conversa ali, mais um amigo que se faz…

A Equipa DaCozinha no Adegga WineMarket

Estava na hora de ir embora e ficou a promessa de voltar no próximo Adegga WineMarket.

Pois que não vos falei dos vinhos provados, dos produtores que lá estavam, dos bons preços da loja… Falei-vos daquilo que de lá trouxe, falei-vos daquilo que para mim interessa quando falo de vinho: lembrar o momento e as pessoas com quem o bebi.