Desta feita foi em grupo. Oito já é um grupo certo? Pelo menos para o Restaurante Adega das Gravatas em Carnide.
Confesso que não conhecia Carnide.
Tenho este problema lisboeta de conhecer tudo o que está ao alcance do meu pé porque de carro já não é Lisboa… Enfim, isto passa. Aquilo é engraçado e parece um daqueles sítios para gozar numa boa noite de calor entre jardins e esplanadas… A volta ficou garantida que em termos de restauração há ali muito a explorar.
Mas o Gravatas foi o que nos trouxe e como tal é para lá que vamos. Reserva feita mesa garantida logo junto à entrada da sala. O porquê das gravatas está ali bem patente. Milhares de gravatas de todas as formas e feitios ornamentas os tectos e as paredes deste restaurante. Estilo rústico como se quer numa adega, o detalhe das gravatas dá o toque da distinção. Os couverts já lá estão à nossa espera. A azeitona preta com oregãos, a saladinha de polvo bem temperada e, pasme-se que há muito não via tal especialidade lisboeta, as favinhas com enchidos. O calor da noite (e as experiências em grupo) pediam algo de fresco e para não correr o risco de ver a mesa invadida por colas e outras que tais, sugeri a sangria tinta que, colhendo agradado de todos veio servida fresca e em boas doses. Bem, talvez com um pouquito de gelo a mais mas perdoável.
Não me alongarei pelos pratos que foram pedidos no total que não os lembro e não comentaria só de olhar mas posso dizer que a casa é conhecida pelas suas carnes e, em hora de almoço principalmente, pelas sardinhas. Quanto a nós ficámos pelos nacos de carne na pedra que também há muito não experimentávamos. A Susana o “Naco de Novilho” e eu o “Naco do Lombo”. Dica da casa, “… o do senhor é mais tenrinho mas o da senhora é mais saboroso.”. Pois que assim fosse mas qualquer um deles era muito bom. A pedra vinha bem quente, a meio de tábua, com dois molhos a acompanhar mas de tão tenra e fresca quase que era crime untá-la. Batatas e arroz são o acompanhamento sendo que a ausência de prato torna difícil a “pesca” do mesmo mas mais uma vez, a carne fazia facilmente esquecer tal detalhe.
A noite continuou e de sofrível só o calor que se sentia na sala aumentado ainda pelas pedras que tínhamos em frente porque de resto estava tudo muito bom.
De sobremesa veio um “quente e frio” no costumeiro gelado de nata coberto com chocolate quente. Ai confesso que não fiquei convencido uma vez que o chocolate usado era doce demais e o gelado estava muito massudo. Tirando isso, a Adega das Gravatas pareceu ser um daqueles sítios a ter como boa referência para uma jantarada de grupo, ao fim e ao cabo, aquilo que lá fomos fazer.
A Adega das Gravatas
Travessa do Pregoeiro 15 – Lisboa
1600-587 LISBOA
Telf. 217143622
Aproximavam-se as onze da noite e chegávamos já ao Casino. À porta os pais que gostavam de entrar com os filhos mas mesmo acompanhados os menores de 18 ficam de fora. Salão Preto e Prata. Recebidos à porta, confirmada a reserva somos levados à nossa mesa. Muito bem situada (três ou quatro mesas nos separam do palco) merece o atendimento esperado num casino de tal classe. Não é todos os dias que nos empurram a cadeira. Aos dois. O espectáculo começa em breve é de pedir uma bebida. A Susana ficou-se pelo Vodka Limão (que veio laranja mas nem por isso se chateou) e eu pedi uma garrafa de vinho BSE branco. Junto ao palco anda já um personagem, mistura de mimo e maestro, que animava em silêncio algumas mesas com truques de ilusionismo enquanto ao fundo se ouvia já uma música diferente. O espectáculo estava para começar. Não demorou que o mimo fosse engolido pela coreografia que surgia de todos os lados (e ai entendemos que o mimo é o suporte de cada elemento, ora é ar, fogo, agua e finalmente será terra).