Em maio de 2008, publiquei um post a que chamei de «Os perigos da Internet». Hoje, e graças ao post que o Marco Santos publica no Bitaites, «Moita Flores junta-se ao antro de terroristas e solitários», relembro aqui esse momento histórico da blogsfera nacional em que aquele cujo nome não deve ser pronunciado anuncia na televisão nacional, a verdadeira natureza dos bloggers: Um antro de terroristas.
Aqui fica então, a memória do momento:
Os Perigos da Internet.
O debate do programa “Aqui e Agora” sobre “Os perigos da Internet” veio provar o serviço público que é a televisão mesmo que a privada. Revelou ao mundo de forma clara, pelo menos, mais um dos grande perigos da Internet: O Moita Flores.
As frases
- (a Internet) … nem abro…
- (os blogues) … são mundos de devassa, de violação, de violentação…
- A democracia desnuda-se à sua destruição…
E não fica por ai…
A interacção
Moderador: “Quem bloga está a dizer “Vejam que bem que eu escrevo. Mandem-me os vossos comentários…”
Moita Flores: “Porque não têm a capacidade de fugir da solidão”
O próprio moderador começa então (bem, talvez o tenha demonstrado desde o inicio mas eu estava a ser simpático) a revelar o evangelista que há em si:
“Uma mulher que pediu o divorcio do marido, em vez de lhe cheirar a camisa ou de lhe ir à carteira, foi-lhe à net e descobriu uma infidelidade.”
Foi-lhe à net. Note-se o bold e só não se sublinha para não parecer um link. Foi-lhe à net é algo de memorável. E para evitar surpresas desagradáveis neste momento vou telefonar à minha mulher dizendo-lhe que não me vá à net. O diabo pode tecê-las e ela descobrir que de quando em vez eu falo com outras mulheres aqui por estes lados… Ups. Ela já sabe.
O programa
Quem não viu faça o favor de visitar a página do programa Aqui e Agora referente ao debate em questão. Serviu para alguma coisa? Para pouco. Infelizmente esse muito pouco é mau. Muito mau. Imagino todas as casas em que mães e pais cientes da razão televisiva ao ver o Moita a falar tão eloquentemente sobre os perigos deste novo mundo, gritaram da mesa da cozinha: “Carlinhos, sai do computador. Já. Desliga a porcaria da Internet”.
p.s. Caro Lourenço Medeiros, diz-me a verdade: Sabias que a tua peça ia acabar nisto? Já cá andas há uns anos para saber que era má ideia. Precisas de ajuda para educar (no bom sentido é claro) essa gente por ai?