Estou a ler três livros ao mesmo tempo. E porquê? Porque quero desesperadamente voltar a ler com o prazer de ler e não só porque preciso (independentemente de precisar de ler para me sentir normal ou para aprender a trabalhar melhor com uma qualquer aplicação). Já troquei o laptop por um dos livros no tempo de viagem entre o deserto e Lisboa. Deixei os outros dois bem à mão cá por casa de forma a que possa tropeçar neles por onde quer que vá. Talvez a altura não seja a melhor tendo em conta todo o trabalho que tenho e alguns outros projectos pessoais em que me queria empenhar mas tem que ser. Há que manter a (dúbia) sanidade mental e para tal há que estabelecer prioridades e interesses. Mais dia menos dia tenho ai a Patricia a falar e a perguntar por este ou por aquele livro dos que estão aqui numa qualquer prateleira e não quero ficar sem saber o que lhe dizer (é uma boa desculpa não?)… Adiante…
O Cego de Sevilha é o que está cá em casa há mais tempo. Encantei-me por Robert Wilson com o seu Último acto em Lisboa e fui na conversa de um livreiro inglês que conheci o ano passado em Nerja. “The best thriller I’ve read in the last year was The blindman of Seville…”. Estava decidido. Comprei o livro assim que cheguei a Lisboa. Ainda não posso falar sobre o mesmo a não ser que o estilo da escrita é aquele que eu já conhecia e que me está a agradar.
A Santa Aliança é história. Na loucura dos Códigos e dos segredos, das conspirações de igrejas e seitas, eis que um autor peruano nos apresenta a história de uma verdadeira instituição, mostrando aquilo que se quis reservado durante vários séculos. Desiludam-se os cépticos. Trata-se de um estudo (e bastante bibliográfico) sobre os serviços secretos do Vaticano, desde a sua criação aos dias de hoje. Por vezes algumas pessoas parecem esqueçer que o Vaticano é um Estado e enquanto tal protege os seus interesses da mesma forma que os outros. Eric Fratinni é já famoso por outras obras que tocam temas sensiveis nomeadamente no campo da fé e da religião tais como Osama bin Laden, la espada de Alá (2001) ou Secretos Vaticanos (2003) e A Santa Aliança vem mostrar uma vez mais o gosto pela investigação deste autor.
Cryptonomicon. O nome é uma referência clara ao Necronomicom um livro inexistente criado nas obras de terror gótico de H.P. Lovecraft. Necronomicom seria assim, o “Livro dos nomes mortos” e por ai poderemos entender a referência à obra de Neal Stephenson que numa tradução livre do Grego seria “O Livro dos nomes escondidos”. Stephenson escreve Cryptonomicon à volta de códigos de encriptação. Viajamos mentalmente entre a Segunda Guerra Mundial e os dias de hoje, mas sempre em volta dos tais códigos. É um technothriller (não me parecendo por enquanto ubbergeek) mas não deixa de ser também, um livro de ficção histórica. Mais uma vez, guardarei os comentários para outra ocasião.
Então mas porque raio estive eu a escrever isto? Não é para dizer o que penso destes livros? Não. Escrevi porque me apeteceu dizer-vos (partindo do pressuposto que alguem chegou até aqui ao fundo) o que estava a ler. Nunca se sabe quando alguem está a ler ou já leu um deles e tem opiniões a dar, ideias a discutir… Ou talvez não tivesse outro assunto hoje.
Olá!
Nada como ler para tirar as teias de aranha dos olhos, e até o faço bastante e há cerca de um ano passei a comprar basicamente livros em inglês, pelo preço de um, compro três (até rimou esta).
Li o Cryptonomicon no Verão. Grande calhamaço mas bastante bom, aconselho a quem se interesse por criptologia e de ficção. Na FNAC (pelo menos do Colombo) há agora um monte de livros desse autor, e na continuação da leitura do Cryptonomicon, comprei o primeiro de oito do “The baroque cycle”, chamado Quicksilver. Ainda não li.
O “cego de Sevilha” ainda não li, só o outro, mas está na minha lista de compras a curto prazo.
Boas X. Desculpa o tardio comentário mas aproveito agora entre um reboot e outro aqui da máquina (trabalhar ao Sébado é divertido não?).
ainda vou no inicio do Cryptonomicon mas já me assustei um pouco com algumas formulas matemáticas. Deu para passar pois não me pareceu que o seu significado ou entendimento fosse crucial para o contexto em que se inseriam. Só espero não me desapontar.
Efectivamente é bastante mais prático comprar os livros em Inglês. As edições “de bolso” (que quase tudo quanto é livro em Inglês tem também uma edição “de bolso”) são muito mas muito mais baratas do que comprar qualquer edição portuguesa dos mesmos livros. Mesmo quando falamos de “hard covers” a maior parte das vezes compensa bem mandar vir da Amazon. Quando gosto mesmo da obra ou tenho particular interesse por qualquer outra razão, lá compro as duas versões (O Código do Dan Brown foi um exemplo).