Acabei de ler “O Último Papa” de Luis Miguel Rocha. Para quem não conheçe estou a falar de um livro que já era famoso antes de estar escrito. Para terem uma ideia estou a falar de um livro cujos direitos de adaptação cinematográfica foram comprados por Hollywood ainda nem havia uma tradução decente de português para inglês. A polémica vende. E neste caso é bem vendida. Em “O Último Papa” o autor funde a ficção e a realidade de forma perigosa quando nos mostra a loja macónica P2 em plena actividade ou quando nos apresenta um (podemos tirar essa conclusão ao fim) elemento da Santa Aliança (os serviços secretos não declarados do Vaticano) completamente desprovido de sentimentos que não o da lealdade à sua missão.

“O Último Papa” começou a fazer furor quando em 2005 na Feira de Livros de Frankfurt Luis Miguel Rocha anunciou que estava a escrever um livro sobre a morte de do Papa João Paulo I em que implicava a P2 e uma conspiração dentro do próprio Vaticano. Ora, outra coisa não seria de esperar uma vez que a morte do “Papa do Sorriso” está envolta em mistério desde o primeiro minuto e o Vaticano nunca fez nada para o clarear muito pelo o contrário. Também deve ser tida em conta a onda gerada pelo romance de Dan Brown que veio animar as hostes para tudo o que é relacionado com escandalos na Igreja e mistérios que podem mudar o mundo. Ao fim e ao cabo Luis Miguel Rocha não é o primeiro a falar sobre o assunto (lembram-se d’ O Padrinho III?). A isso há que somar as declarações do autor quando diz que sabe mais do que Lucia (a vidente de Fátima) ou que a ideia original para o livro lhe foi sugerida por alguem dentro do Vaticano… Enfim, uma campanha bem montada. Quanto ao livro tenho a dizer que já há algum tempo que não lia um livro tão depressa quanto este. Gostei. Bem, o autor passa o tempo todo a falar comigo e por vezes tem aquela mania irritante de escrever coisas do género “se te disser tenho que te matar e por isso não digo” mas mesmo assim rapidamente nos habituamos ao estilo e as páginas passam quase sem dar por isso. O fim do livro… Pois… Se eu encontrasse por ai o Luis Miguel Rocha, mandava-lhe com o calhamaço à cabeça (e não é assim tão pequeno) para ver se ele gostava. Mas que raio??? Claro que não o vou aqui contar mas acreditem que seriam bem capazes de partilhar a minha opinião.

Ficarei assim à espera do próximo livro deste escritor português de trinta e poucos anos, que entretanto já deve ter enriquecido com o livro actual. Sabe-se que temos outro Papa na calha e de um atentado que este sofreu. Desde que não seja a história da bala contada na primeira pessoa…

3 thoughts on “O Último Papa

  1. O Amigo, gostaria de saber onde posso baixar o esse livro… a historia me chamou a atenção!

  2. Olá João. Não sei se o conseguirás “baixar” em algum lado. Não é muito comum encontrar livros portugueses em formato digital. Acho que no que se refere ao “Ultimo Papa” talvez tenhas mesmo que o comprar.

  3. PArtilho da sua opinião. Sendo eu leitor compulsivo na última hora antes de ir dormir, devo reconhecer que dificilmente conseguia manter-me acordado ao ler este livro. Não gosto do estilo utilizado no presente do indicativo, a história com os constantes “flash back” é irritante, não gosto. Realmente é o exemplo do livro que vende pela pré-publicidade do que pelo seu real valor…

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