Quão estranho pode parecer um gajo de fato (azul escuro com risca muito fina) e gravata, pelas ruas da Baixa de Lisboa com uma máquina fotográfica na mão? E não é daquelas pequeninas, compactas, que ninguém dá por elas. Não. É uma das grandes. Que voz (thanks gi-gi) vos parece? A mim pareceu-me que toda a gente me achava maluco. Hora de almoço, um calor de rachar, e eu de maquina em punho. Sobe rua, desce rua, clique, clique, sem parar… A hora de almoço passou e eu voltei ao trabalho. Isto foi ainda a semana passada. Ontem voltei a tentar. Fato cinzento, um pouco mais claro. Também não estava tanto calor mas as ruas estavam igualmente cheias de gente. A mesma sensação. Definitivamente. Deve haver para ai uma qualquer farda oficial para fotógrafos quer sejam profissionais ou de ocasião. ou então basta ser turista. Se eu aparecer em plena Baixa de chinelo de enfiar no dedo (que os Deuses e Deusas me livrem e guardem de tal cenário) e calção bege, t-shirt Hard Rock Café e boné de baseball não há qualquer problema em andar a tirar fotografias a torto e a direito. Ninguém olha ou se olham não ligam. É só mais um. Agora andar de fato e gravata e de maquina em punho? Dois dias e foi o suficiente para ouvir desde “parece qu’é parvo” até “deve ser do SIS”. Não desisto mas que não é facil não é… Sugestões???
Revolucionário, revolucionário seria um boné basco com um pin de Ché Guevara… Ninguém suspeitaria um bancário!
Bancário… Uuuuiiii… Não… Ok. Trabalho num banco. Sou bancário… Vá lá. Adiante. Ana B. Tens razão. Não ligo. E quanto à pôpa, bem, o meu cabelo já não tem bem 20 aninhos e já não se aguenta como aguentava. Além disso, se lhe puser tanto gel ou laca como punha nos velhos tempos do rock n’ roll ’tou desgraçado. Fico careca antes dos 35. Já pensei na hipótese de tirar a gravata à hora de almoço mas, sabes como é, não sou eu. Ainda acabo conhecido como o “engravatado da máquina”.
Revolucionário. Agora é que foi. Já me chamaram de tudo. O boné basco confesso que gosto mas andar de pin do Ché acho que passava até os meus limites (e acredita que podem ser amplos por vezes).