A desenvolver a capacidade de almoçar sozinho. P’las tascas de vão de escada da Rua do Crucifixo, onde se comem pataniscas ao balcão e se bebe tinto fresco, esta coisa de almoçar sozinho não é de modo algum agradável. Sim, sim… A imagem de Pessoa… O tanas. A imagem romântica (no sentido clássico, literário do termo. Não tem nada que ver com o Tony Carrera) da criatura que come sozinha a um canto enquanto escreve uma palavras num bloco de apontamentos de capa preta é uma treta.

Ainda hoje ao meu lado estava um tipo de Macbook em riste enquanto teclava com um dedo só que os outros estavam ocupados entre a Coca-Cola Light e o arroz de feijão… Tenho em cima da mesa um livro em francês (ok, é banda desenhada mas mesmo assim está em francês), língua que não consigo gostar de maneira alguma e lá vem a tal imagem à cabeça novamente… Troca o Spirou por um Camus ou pior, por um Satre e já está. Traga mais um copo de vinho se faz favor. É nestes momentos que faz falta o tal cigarro. Aquele que ajudaria agora a nublar o azul da tinta com o fumo mas que daria a ideia de que as linhas estavam todas direitinhas por fazer arder o canto do olho. Imagino-me a fumar o meu cigarro enquanto bebo o café. Já há muito que não provo Absinto e para o Vodka (não tivesse chegado a noite de Sábado no Bairro) também é cedo.

Numa nota que não tem nada que ver com o assunto fica aqui uma das mais recentes modas made in Japão: Urban Camouflage ou Camuflagem Urbana para os súbditos d’el Rei que já lá vai. Ao que parece a coisa já não é o que era e o pessoal já se preocupa com coisas de segurança. Pelo menos é o que diz o New York Times. Tal como diz a designer que surgiu com a ideia, Tsukioka, no Japão podem tornar-se realidade.