Juno é… Fantástica. Juno é uma fantasia de adolescente meio geek. E quem não gosta de fantasias de adolescente? Mesmo que sejam meio geeks? Sim. Juno não toca em computadores nem nada que se pareça mas sabemos que se tocasse seria fenomenal. Assim como se fosse estudante de Filosofia ou de Religiões Comparadas. Juno é inteligência somada a esperteza daquela que sabe bem. Juno é o Little Miss Sunshine do ano.
Juno tem 16 anos (ainda que Ellen Page tenha 20) e descobre com 3 testes de gravidez no mesmo dia, graças a garrafões de Sunny Delight, que está grávida. O pai da criança é o seu melhor amigo Bleek interpretado por Michael Cera com quem ela teve relações sexuais (fez “o amor” diria eu) uma única vez.
Juno é nas primeiras impressões uma chata. A miúda é irritante. Irritante que até chateia. Chateia tanto que é bom… Quando ela diz “Silencio old man!” nós sabemos que há ali muito valor. Mesmo com o telefone em forma de hamburger ou com meias às riscas indicando o quão miúda ela é, Juno tem em si uma mulherzinha, decidida o quanto baste para querer dar “a coisa” para adopção. Assim. Sem mais nem menos mas com uma maturidade (que Juno sabe a certa altura ainda não ser suficiente para tudo o que a vida lhe reserva) invejável. Aqui mais uma vez os jovens pais (como eu e a Susana) podem apreciar como a sua influência pode ser decisiva para o carácter dos seus filhos. Os pais de Juno são do melhor que já se viu… Assim é a filha. Assim será (fica no ar) um dia a mãe…
Não. Não vos vou contar mais. Vejam o filme. A sério. Ouçam a banda sonora. Está tudo muito bom.
Eis que chegamos à cena final. Sim, Juno podia ser assim quase que um conto de fadas tal a preciosidade com que nos é apresentada a cena final. Frente à porta de casa do Bleek, juntos tocam e cantam, apaixonados, numa cena longa e visualmente marcante pela simplicidade aparente mas que nos deixa a pensar em tudo o que lá está.
Uma ultima referência a Diablo Cody, nome de guerra de Brook Busey-Hunt uma ex-stripper de Minneapolis que um dia resolveu escrever sobre a sua vida no blog The Pussy Ranch. Passou depois para a escrita em papel com Candy Girl: A Year in The Life of an Unlikely Stripper e dai foi convidada a escrever um argumento de cinema originando Juno. Ora, Portugal que tem em tão boas graças os livros escritos por strippers, prostitutas, garotas de programa e outras que tais (para um pais que não lê) nunca por cá viu nada de Diablo. Porque será? Talvez tenha palavras muito complicadas…
Eu gostei muito do filme! Já a banda sonora… É muito boa para o filme mas não comprava o cd. Parece-me um bocado irritante, fora do contexto.
oi juju