Sim. Leram bem. Manifesto do Partido Comunista. Querem que repita? Ma-ni-fes-to do… Ok. Já entenderam.
Pois quem me conhece deve estar, tal como eu, atónito com tal coisa mas não é nenhuma ilusão de óptica e “Quem és tu e o que fizeste ao Pedro Rebelo?” ainda que com sentido (e a palavra sentido iria dar pano para mangas numa qualquer conversa com alguns dos meus colegas da faculdade) é de resposta previsível: “It is I, LeClerc!” que é como quem diz, sou eu mesmo. E estou a disponibilizar no browserd.com uma edição (em pdf) do Manifesto do Partido Comunista de Karl Marx e Frederick Engels.
O Manifesto do Partido Comunista. Eu estou a facilitar a vida a todos quantos o procuram (e são pelo menos tantos quantos os alunos do 1º ano do Curso de Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Bem, não serão tantos que alguns não terão paciência para tal coisa mas, pelo menos para os que o procurarem, aqui fica o dito.
De notar que, esta “edição” não é minha. Ela está disponível (tal como mostra a figura abaixo) no site do Partido Comunista Português.
Agora vamos apagar este registo da nossa memória colectiva (já que por aqui ele vai ficar) e continuar a pensar no Pedro Rebelo (este vosso ao dispor) tal como sempre pensamos: Sem a referência ao tal livro.
Em que disciplina? Comunicação e Ciências Sociais?
O Marx faz todo o sentido em qualquer curso de ciências sociais que se preze:
Cultural Studies? Inspirados no Marx.
Teorias feministas, pós-colonialistas, etc.? Inspiradas no Marx.
Teoria literária, em especial (mas não em exclusivo) o estruturalismo francês? Marx como inspiração.
Pós-estruturalismos e pós-modernismos teóricos (Baudrillard, Derrida, Foucault, etc.)? Marx!
Neoliberais que defendem o capitalismo tardio como fim da História (Fukuyama, p. ex.)? Ok, Hegel, mas por via do Kojève, e portanto a tresandar Marx, mesmo que para contrariar as conclusões deste.
O Manifesto terá a desvantagem de ser… enfim, um manifesto e não uma obra analítica como quase todas as outras. Mas é curto, de rápida leitura, e bem contextualizado facilmente se salientam os pontos verdadeiramente relevantes.
Uma das melhores introduções ao Marx (permitindo inclusive perceber por que razão ele jogava na bolsa apesar de dizer que o capitalismo tinha os dias contados) é um capítulo do Tudo o que é Sólido se Dissolve no Ar, do Marshall Berman (aliás, o título é uma frase do Marx).
Saudações,
Jorge Rosa
O link está incorrecto.
Digníssimo Prof. Jorge Rosa. Antes de mais, é uma honra ter tão ilustre visitante (e participante). Depois, e terminadas as costumeiras reverências académicas, que comentário. Fala quem sabe e fica de boca aberta quem admira o saber.
Admito que há muito me deixei de leituras politicas e filosófico-politicas. Quis o tempo que com interesses divergentes (e a fervorosa paixão pelos trilhos que levavam Zaratustra montanha abaixo, aproximando muito o Homem mas esquecendo confesso, o Social) eu tivesse deixado muito cedo lá no fundo da gaveta o pensamento de Marx.
Lembro-me porém, que na altura certa (pensava eu pelo menos) o visitei por encontro involuntário, no Blade Runner e mais tarde no Matrix. Claramente identificado que estava, ainda pensei em dedicar-lhe alguma particular atenção mas o tempo não chegava (não chega) para tudo (dava jeito um Multiverso em que o individuo tivesse consciência da diversidade/paralelismo das realidades e pudesse dividir necessidades ou interesses por elas).
A ver vamos se nesta vida futura que agora estou a iniciar, e perante argumentos de peso como os que me fornece acima, eu dedico ao tal homem de barbas (para quem só chegou agora, não, não é o Pai Natal. Leiam o que está acima) um olhar diferente.
Já agora, respondendo à sua pergunta, sim. Comunicação e Ciências Sociais.
O seu aluno,
Pedro Rebelo
Marco, obrigado pela dica. Ainda não sei bem o que se passou mas já está resolvido.
Caro Pedro Rebelo,
Para abreviar: Matrix? Sem dúvida. Por alguma razão houve aqui há uns anos uma conferência (a que infelizmente não pude assistir) intitulada «Marx Reloaded».
Saudações,
JRosa