Agosto já começou e como de costume, começa também a nossa deambulação pelos restaurantes de Lisboa, em busca de um bom jantar. Mais sofisticados ou mais populares, mais em conta ou, por vezes, mais esticados, tentamos visitar sítios que ainda não conhecemos, sítios que por uma razão ou outra, seriam mais difíceis de desfrutar com a Patrícia ou pelo menos, de desfrutar com o tempo e a calma a que as noites deste Agosto inspiram…

Ontem jantamos n’ O Bacalhoeiro. Com uma localização invejável, à mão de todos os turistas e ainda assim recatado quanto baste, O Bacalhoeiro divide portas e paredes com A Licorista ali na Rua dos Sapateiros, na Baixa de Lisboa logo a seguir ao Arco do Rossio.

Tendo sido posto para vários dos meus almoços nestes mais recentes dias, já conhecia a casa e as pessoas que por lá nos servem. Ia à confiança com a comida, sabendo que de forma alguma seria mal servido.

Há diferenças porém entre o almoço e o jantar. A lista ao almoço é mais terra à terra, mais rica em variedade de entre aquela a que se convencionou chamar de «cozinha portuguesa». Entre as Tiras de Choco Frito e o Polvo à Lagareiro passando pelos Pianos Grelhados e os Calamares fritos, há de tudo um pouco variando de dia para dia. A ementa de noite deixava transparecer a ausência do Lisboeta por aquelas bandas, deixando a carta com as apostas mais seguras de carne e peixe grelhados na hora e com as opções do almoço já quase todas riscadas. Ainda assim, é de entrar.

restaurante O Bacalhoeiro

E de entrar à entrada, é um pulo e esta chega na forma de uma muito boa salada de polvo. Bem composta e bem servida (muito bem servida numa dose para dois) estava o dito primo do Paul cozido ao ponto certo. Nem rijo nem mole, quase al dente. Bem temperada, sem gordura a mais mas deixando ainda assim o gosto do molhar o pão, e com o vinagre a marcar presença, sem chamar lágrimas aos olhos.

A escolha recaiu sobre a picanha grelhada. A carne muito saborosa, 3 generosas fatias em cada prato, talvez com um rebordo gordo a merecer aparo mas, que ainda assim não chocava. A batata frita caseira e um nico de arroz branco compunham o resto. Já fazem parte.

O vinho foi o da casa, em jarro pequeno (que era só para mim e ainda assim foi muito), sem qualquer identificação para além da cor que me dizia ser tinto. Admiravelmente, bebeu-se bem só sofrendo pelo calor que se fazia sentir e que, não deixava melhor apreciar a beberagem.

As sobremesas foram por mim muito elogiadas à Susana que ia já de olho no Cheesecake de Manga e Laranja que lhe referi após anterior incursão de almoço. Vindo de mim que nem tão pouco gosto de Manga, era natural a curiosidade. Eu optei pelo seguro e pedi o Bolo de Bolacha. Na casa há dois. Um mais seco que será «o normal» e um outro a que chamam «de café». Sou assumidamente fã do primeiro mas o quente da noite pedia algo mais cremoso e pedi o de café. Doses muito além do generosas (a minha ficou por acabar no prato), pecaram no Cheesecake que precisava de estar mais enqueijado (cheese algém?) e onde a Manga, segundo a Susana que no fruto em causa sou parco de gostos, só lá estava em cor.

Quase que em jeito de adivinhação, termina em beleza o repasto com o famigerado garoto, clarinho, só leite quente com uma gota de café, a chegar à mesa tal e qual foi pedido: Clarinho. Só com uma gota de café (mereceu mais uma roubada à minha chávena). E vinha quente…

É de notar o serviço na casa. Muito atencioso e cuidado. Não se esperem ali luxos ou mordomias de maior. Espere-se sim boa comida e uma relação preço qualidade que não se encontra facilmente nesta zona de Lisboa. De qualquer forma, a experimentar, passem por lá ao almoço. A experiência é diferente.

Restaurante O Bacalhoeiro
Tipo de cozinha: Portuguesa
Horário: Das 12:00 às 15:00 ao almoço e das 19h00 às 22:00 para jantar.
Preço médio: 15€
Morada:Rua dos Sapateiros, 222 e 224
Telefone: +351 21 343 14 15
Pagamento: Numerário / Cartões

5 thoughts on “Restaurante O Bacalhoeiro

  1. Foi no dia anterior e não ontem, lembraste
    Para fazer jus ao nome,faltou apenas um verdadeiro prato de bacalhau para atrair clientes.

    PS. não foste o único a deixar a sobremesa…

  2. É dos tais problemas de escrever num dia e publicar no outro… Sim, lembro-me…

    Certo, eu deixei sobremesa porque era muita. Tu deixaste sobremesa porque não apreciaste a coisa…

    Está acertada a versão.

  3. Durante muitos anos foi uma das minhas escolhas para almoçar.
    Não é das opções mais baratas na zona apesar de não entrar nos preços caros, mas para todos os dias acabava por ser demasiado puxado para a carteira.
    Mas em relação à qualidade da comida, o bom serviço e a excelente relação qualidade/preço pouco mais há a acrescentar.
    Fico é com saudades de lá ir…

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