Foi dia de Bond. James Bond. Pelo menos lá por casa.
Decidimos rever toda a série de filmes em torno do mais famoso agente secreto da história do cinema e, como podem imaginar, será tarefa para durar algum tempo e como tal, mais vale começar o quanto antes. Como o principio é sempre um bom começo, o fim de tarde de Domingo foi dedicado a Dr. No, o primeiro filme de James Bond.
Tal era a certeza de que James Bond seria um sucesso, que os cartazes publicitários do filme anunciavam claramente: “O primeiro filme de James Bond”. Sim, o primeiro de muitos. Muitos filmes, muitos James Bond’s.
Voltando a Dr. No, corria o ano de 1962 quando estreou, baseado no livro de Ian Fleming que tinha o mesmo nome, editado 4 anos antes. O nome do filme é o nome do primeiro vilão de uma gigantesca galeria que há-de vir, Dr. Julius No, e ainda bem que cedo nos informam sobre o seu ascendente familiar pois, não fosse isso (e a posterior explicação do mesmo sobre os seus pais) e nem as roupas super estilizadas que Joseph Wiseman usava o identificariam como chinês… Era o que se podia arranjar à altura.
Espiões e Sex Symbols? Sucesso garantido.
Foi também em Dr. No que surgiu uma das mais icónicas Bond Girls de sempre (bem, bastava-lhe ser a primeira mas não terá sido isso certamente a garantir-lhe o estatuto, além do mais, em verdadeira justiça, a primeira conquista de Bond no filme terá sido Miss Taro), Honey Rider, representada pela actriz Ursula Andress, sex symbol dos anos 60. Mais um argumento de peso para o sucesso comercial do filme.
O sucesso comercial não significou porém a aceitação da critica. Viviam-se os tempos da Guerra Fria e, dos comentários do Vaticano sobre o “conteúdo sexual” do filme, aos comentários do Kremlin sobre como Bond representava o demónio capitalista, as criticas choviam. É claro que tudo isto ajudava a que o filme fosse ainda mais falado e logo, mais visto.
Sean Connery, para muitos o verdadeiro 007, jogava já todos os seus trunfos para cima da mesa: o charme, a destreza física, a irreverência. Mas tal como os gadgets que ajudaram à fama do personagem (e que neste filme ainda não se deram a brilhar), os tais trunfos seriam inesgotável nos seis filmes em que voltaria à personagem. Estava para ficar.
James Bond, 50 anos depois
50 anos depois, Dr. No continua a ser um bom momento de diversão. Estranho até, que mesmo perante os incríveis penteados e a frenética forma de dançar (sim, a acção decorre na Jamaica, era impensável não haver cenas de dança), não me tenha ocorrido a imagem de filme datado, como tantas vezes acontece ao rever filmes antigos.
Definitivamente, uma saga a rever do principio ao… Bem, continua no próximo filme.