E o guru da usabilidade (e nitidamente não do estilo) falou. E falou contra o Twitter.

Antes de mais há a referir que outra coisa não seria de esperar do Jakob Nielsen. Aliás, eu já tinha até comentado mais do que uma vez sobre quando viria ele deitar (mais ou menos, que ele não é parvo) o Twitter abaixo.

Jakob Nielsen e o Twitter

E eis que numa curta entrevista à BusinessWeek, Jakob Nielsen apresenta as suas razões. Grosso modo a conversa girou à volta do uso empresarial do Twitter partindo do facto de tantos CEO’s estarem presentes nesta plataforma de Social Media.

Segundo Jakob Nielsen está na hora de parar (aproveitem para dar uma olhada no site dele, o UseIt.com, que também parece ter parado pelo menos no estilo. Há muito, muito tempo…) ou pelo menos abrandar no hype do Twitter. Razões:

Se tivermos em conta que as palavras de um CEO podem ditar o rumo de uma empresa, será que os 140 caracteres do Twitter são suficientes para expressar convenientemente uma ideia? Condensar ideias e pensamentos de forma coerente leva o seu tempo. Onde arranjam os CEO’s tempo para twittar?

O Twitter é causador de falhas ou abrandamento na produtividade. Segundo Jakob Nielsen “Se se preocupa com produtividade, não verifique o seu Twitter enquanto tenta acabar o seu trabalho(…). Limite-se a ver os seus updates uma vez por dia, por exemplo na hora de almoço. Todos os Twitts vão lá estar.“.

Nielsen alarga ainda um pouco mais as suas observações que partindo do Twitter num instante abarcam a Social Media em geral. Diz ele que não acha que as empresas devam banir o acesso ao Twitter durante o horário de trabalho pois o Twitter tem a sua utilidade mesmo a nível profissional. No entanto alerta para o facto de que as empresas só teriam a ganhar se indicassem aos seus colaboradores como minimizar as “interrupções”.

Diz ainda Jakob Nielsen que o crescimento no Social Media pode tornar-se um dreno para a economia se as pessoas não perceberem como controlar e gerir o seu tempo impedindo que o “social” conduza as suas vidas.

Não foi mau. Pessoalmente esperava um ataque muito mais feroz ainda que sem imaginar quais seriam os argumentos.

Muitos dos leitores do browserd.com são também utilizadores do Twitter. Alguns são verdadeiros power users. Seria interessante conhecer a vossa opinião sobre o tema. Que acham? É tempo de abrandar? 140 caracteres são suficientes para expressar uma ideia? O CEO deve ou não aderir ao Social Media?

Literalmente. Que é como quem diz “How to cook a turkey” ou em bom Português, como cozinhar um peru. Sim, quando no tempo das nossas avós e mesmo das nossas mães por terras lusas em caso de dúvida se consultava o Pantagruel, também em terras do Tio Sam se consultavam equivalentes volumes de tradicional culinária em busca da receita perdida do peru da avó.

“The First Thanksgiving” by Jean Louis Gerome Ferris

Ainda que em datas diferentes (em Portugal come-se o peru no Natal e nos Estados Unidos no dia de Acção de Graças), o pobre do peru tem como destino ser trinchado nesta quadra que agora se inicia. Não sei qual será a incidência de pesquisas sobre como cozinhar um peru na Internet lusa mas garantidamente os pantagrueis americanos não devem ter a saída que tinham uma vez que “How to Cook a Turkey” é uma das coisas mais pesquisadas no Google pelos dias que correm.

Pela manhã, 10 das 25 frases mais pesquisadas no Google por esse mundo fora faziam referência à palavra turkey. De entre as que achei mais curiosas encontram-se as enigmáticas Turkey 911 e a Turkey Hotline. Tenho algumas dúvidas sobre se a intenção de tais pesquisas tem efectivamente que ver com aspectos culinários ou abordará outros temas mais complexos mas tais dúvidas podem ir para segundo plano quando nos encontramos perante esta realidade: A muito falada queda da Enciclopédia Britannica frente à ascensão da Wikipédia é tão somente uma cara mais visível do que acontece ao Pantagruel.

Um pouco geek, um pouco sexy, um pouco… Ah, pois e tal… Um pouco… Esqueçam lá isso. Os últimos dias têm sido passados no Twitter à conta da #Anita mas não pense que por lá é tudo assim tão inocente.

Para os que não conhecem e para os que não se lembram, fica a lembrança de que, antes da #Anita o tema que dominou o Twitterverse nacional não foi outro que não mamas. Sim. Mamas. Ninguém se ofende pois não? Todos sabemos de que se trata.

Umas grandes outras pequenas, mais redondas ou mais bicudas, empinadas ou descaídas, todos gostamos de mamas. Sim. Todos. Vocês também miúdas. Que mais não seja das vossas ou das mamas das outras quando as acham melhores que as vossas…

Bem, mas não vale a pena ir por aqui ou a conversa acaba por descambar (da mesma forma que ia descambando lá para os lados do Twitter – Isa, estás recordada não estás?).

O que nos traz até aqui hoje é a fotografia abaixo, da loira com o grande par de mamas que originalmente encabeça o artigo “25+ Images That Might Give Geeks a Hard On” publicado no site techyshit.com.

Certo. Há por lá mais imagens engraçadas, ela nem é gira nem nada mas, verdade seja dita: <tits> (.)(.) </tits> ???

Se o Barclays Bank usasse o e.Life teria de certeza entrado em contacto comigo há mais tempo. Os meus posts sobre o mau serviço do Barclays Bank na questão da fraude com o Cartão de Crédito seriam mais do que suficientes para um alerta a requerer acção imediata. Passo a explicar.

Há já muito tempo que conheço empresas que se preocupam com a monitorização do ciber-espaço. Mantendo equipas dedicadas (por vezes equipas de 1), estas empresas preocupam-se em vasculhar a Internet em busca do que sobre elas se escreve. Já havia quem o fizesse nas bbs’s, depois no Gopher, nos newsgroups, nos sites e mais recentemente, nos blogs, redes sociais e afins.

Esta monitorização não é meramente de observação. Algumas dessas empresas optaram pela politica de responderem e participarem activa e declaradamente aos artigos, comentários e queixas em que são os principais visados. É uma questão de comunicação, frontalidade e transparência.

Mas dai a Big Brother…

No entanto, o facto de uma empresa andar a “cheirar” a Internet não é só por si nada de extraordinário. O X faz isso, o Y também e o Z, o A, o… No entanto quando se contrata uma empresa para que faça isso por nós a coisa já é mais séria. E quando essa empresa se compromete a descobrir tudo o que sobre nós se diz (escreve),ler, analisar, elaborar relatórios, métricas e aconselhar vias de acção então ai podemos dizer: Bem vindo ao Big Brother dos Blogs.

É a isso que se propõe a Seara (empresa responsável pelo serviço em Portugal) através do e.Life.

Nascido no Brasil em 2004 para monitorizar o que se escrevia on-line sobre uma campanha publicitária para a Visa Brasil esta monitorização foi a primeira do género naquele mercado. Logo no ano seguinte a e.Life monitorizava canais alternativos e emergentes como a blogsfera e as comunidades de social networking como o Orkut e o Hi5 para o Banco Bradesco.

A apresentação no Pestana Palace

Jairson Vitorino apresentou na passada Segunda-feira a forma de funcionamento de e.Life para uma plateia interessada. E Jairson percebe de comunicação, sabe o que faz. Tudo o que nos mostra é simples e muito, muito útil para qualquer marca no mercado.

A aplicação do e.Life na Gestão de Crise é a primeira coisa que nos é mostrada. Se alguém fala mal da sua marca ou produto num blog ou numa comunidade virtual pode causar danos muito sérios. Através do e.Life a empresa pode ser imediatamente avisada da necessidade de acção e assim, entrar em contacto directo com o autor da informação original ou até, preparar toda uma campanha de imagem.

Mas os usos do e.Life não ficam por ai. Da mesma forma pode ser aplicado a estudos de Consumer Insights, permitindo agrupar gostos, interesses e opiniões de forma a tomar decisões comerciais de futuro. Imaginem por exemplo, e uma vez que estamos na época dos festivais de Verão, uma determinada marca que promove um desses festivais. Meses antes monitoriza a blogosfera cruzando os termos que identificam a sua marca com as palavras musica, grupo, banda, etc… Esta marca pode obter facilmente uma relação do tipo de bandas musicais que os seus Clientes mais apreciam e assim tentar contratar essas mesmas bandas para o seu festival. Resultado, a identificação do consumidor com a marca aumenta pois a marca X é quem lhe permite ver as bandas que gosta…

E como funciona?

O e.Life percorre a web em busca de palavras-chave pré-definidas e agrega os resultados mas para além disso utiliza uma série de métricas que permitem classificar e hierarquizar esses mesmos resultados tais como o numero de incoming links do blog onde o post foi encontrado, o numero de comentários que esse post gerou, o tamanho da rede social do autor entre outros…

A análise não é só feita pela aplicação mas também por analistas humanos de forma a que possam avaliar o conteúdo dos posts e classificar os mesmos como positivos, negativos ou a requerer acção imediata.

A empresa (ou particular) Cliente tem acesso através de um interface web aos resultados diários sintetizados desta pesquisa e análise. Para além disso são enviados relatórios regulares com todo o detalhe da monitorização.

Parecendo que não, facilita.