Lá fomos nós outra vez ao Rock in Rio 2008. E desta feita levámos a Patrícia ou não fosse ontem o Dia Mundial da Criança. Pitas pitas e mais pitas, petulância e a música electrónica novamente a salvar a honra do convento.

Tokio Hotel. Porquê?

Não me estou a ver a comentar aqui um espectáculo dos D’zrt e como tal confesso não saber o que dizer sobre estes Tokio Hotel. O jovem – deixem lá essa coisa do andrógeno que a grande maioria dos putos e pitas (donde virá a expressão? Alguém sabe?) nem sabe o que isso é – tem a encenação bem montada e os amigos vão atrás. Isso é Tokio Hotel. O mais estranho é ver as tais pitas de 12, 13 ou 14 anos (não andei a pedir identificações mas não me pareceu ver por lá pitas de 15 ou 16) de mini-saia e meias de rede preta, unhas pintadas de preto ou vermelho vivo e soutiens de renda com visível desejo de sairem dos decotes largos. Não que tenham lá algo que os encha mas habilidosas mãos lá saberão como os puxar para cima… A sério, é estranho. Mais estranho ainda, só mesmo ver os pais (sempre muito fashion estilo Linha) encantados a fotografar as filhas que choram borrando a maquilhagem enquanto soluçando garante que “… tinha tanto para lhe dizer” referido-se ao Dragon Ball que acaba de deixar o palco… estranho. Muito estranho.

Joss Stone ou o Capuchinho Vermelho.

“I’m fucking freezing” disse ela quando se sentiu um pouco mais à vontade. Após uma entrada um pouco envergonhada foi ganhando forma e já está. Serve-se uma miúda gira, com pinta e com um vestido por demais vaporoso para uma noite de Verão que podia perfeitamente ser de Inverno tal era o frio que estava. O vestido ajudava a aquecer a plateia. Pelo menos parte dela. A sua actuação foi assim tipo Winehouse de pernas para o ar. Cantou e encantou e diz quem viu todos os detalhes, surpreendeu.

A tenda VIP.

Uma entrada especial lá ao fundo desterrada. Não entendi bem porquê. Onde está a entrada da tenda VIP é o jogo que se segue. Volta não volta lá chegámos. Passadeiras, check-in mais chek-in e seguranças de cara séria até chegar lá ao fundo onde os ditos são substituidos por jovens airosas de mini-saia fardadas. Gente. Muita gente. Anda-se melhor lá fora. Quando nos empurram sempre temos para onde ir. Na tenda VIP nem por isso.

Entre o bacalhau com grão (sim, bacalhau com grão) e tomate com pesto (Portugal descobriu a delicia italiana), a muita bebida de borla era a estrela da tenda. Havia muito boa gente (gente daquela que aparece muitas vezes nas revistas) com dois copinhos na mão. Não vá o mundo acabar… O silicone também abundava. E a laca. Tanta laca que por lá havia. Por vezes o cheiro desta chegava a competir de perto com o cheiro a caracol. Sem comentários. Já ao final da noite, as postas de salmão deram um toque quente à noite (já que as mantas que por lá foram distribuidas não chegavam para toda a gente – naturalmente porque havia quem carregasse às 3 e 4) e para nós anunciaram a saida.

A batida selvagem da tenda electrónica.

Uma vez mais a tenda electrónica é quem salva a honra do convento. E quem me conhece sabe que dificilmente me apanham a comprar um disco de tal música mas, convenhamos, quando a disposição está voltada para esse lado, quando quem mistura sabe o que faz e põe a musica ao ritmo do coração, os pés mexem sozinhos (mesmo que por vezes não precisem de mexer muito) e a cabeça faz o resto. Desta vez foi a Patrícia a estrela da noite e quase que podia jurar que, tivesse ela já idade para tais aventuranças era vê-la a saltar para cima das colunas… Está na hora de colocar juízo na cabeça daquela miúda. Próxima paragem: Opera.

O resumo da primeira noite do Rock in Rio 2008 é: Os bolos quentes da Praça do Chile são do melhor que há.

Gente

Muita. Muita mesmo. A coisa esgotou. Cerca de 95.000 pessoas. Das quais certamente um certo foi de graça tamanho era o numero de acreditações e crianças que por lá se via. Crianças. Muitas crianças. Cada vez mais crianças.

Amy Winehouse

Atrasada e já com os copos. Garantidamente. Afirma logo de inicio “I’m soooo late…” seguido de um fantástico admitir que não está nas melhores condições. Nota-se. Pastilhas para a garganta (pensamos nós) e mais um copito para ajudar a ir para baixo. Eu queria mesmo estar aqui diz ela. Será que conseguiu? É pena porque ao que parece (é o que nos chega dos discos) a miúda tem voz. Mas rouca voz. No palco quase cai. O microfone não teve a mesma sorte e caiu mesmo. Dizem que foi ela que mais gente levou ao espaço da Belavista. Pode ter sido mas o artista seguinte ganhou-lhe aos pontos em numero de assistentes. Memorável mas pela negativa.

Lenny Kravitz

Confesso que não estive por lá muito tempo. O homem toca e canta. Certo. É para quem gosta e agora mais do que antes quando as suas musicas dos tops agradavam a gregos e troianos como batida para abanar o esqueleto. A coisa agora está mais séria e ele já parece tocar mais para si mesmo. Aumenta a qualidade (talvez) mas tornando-se mais difícil (talvez). O espaço encheu. Aqui sim. Estranhamente com menos sorrisos nas caras mas com muito mais caras.

Tenda electrónica.

A estrela da noite. Van Dyck, Axwell, Diego Miranda e Mary Zander. Quem tocou o quê? Não sei. A sério que também não me interessa muito. Foram bons momentos. Os corpos vibravam entre garrafas de agua. As animações estava (quase sempre) alinhadas e só as jovens que dançavam a soldo deixavam a desejar. Já vi melhor a esse respeito em sitios de menor fama. Mas não é razão para baixar o nível. A tenda electrónica era o máximo ali das redondezas.

Sabem o que significa black tie? Sabem o que significa black tie quando expresso num convite? Bem, para quem não sabe não é nada difícil saber. Uma pesquisa na Internet e facilmente descobrem o significado.

Black tie significa por norma traje de cerimónia. A indumentária masculina deve ser sempre smoking, preto, faixa de cintura e papillon (laço ou gravata borboleta como lhe queiram chamar). Já para as senhoras, mesmo não havendo a obrigatoriedade de vestido comprido, este não fica mal de preferência sem pedrarias. Simples não? Nem por isso ao que parece.

Convite para a Gala Rock in Rio 2008O convite para a Gala Rock in Rio 2008 que se realizou anteontem no Convento do Beato em Lisboa não deixava margem para dúvidas: Black Tie. Há quem diga que as regras de protocolo não são para serem seguidas à risca. Certo. Que se pode (e deve) dar um toque pessoal. Certo. Mas dai ao exagero vai um passo. Blusões de cabedal? Calças de ganga? Ténis? “Ah e tal, mas eu cá sou artista…”. Pois. E como é artista não tem dinheirinho para ir de smoking a uma gala para a qual o convite exige black tie. Como diz um colega lá do trabalho, “Não entra. Temos muita pena mas não entra.”. Ora pois que nós, os outros, os que vão de smoking e botão de punho, e as que vão de vestido a rapar frio, somos todos parvos não? “Ah e tal, olha os parvinhos que vieram todos aperaltados…”.

Adiante…

A noite estava agradável a combinar com o Verão de São Martinho que teima em ficar por cá. Pouco passava das 21h00 quando se fez a recepção aos convidados que eram bastantes e muitos deles colunáveis.

Roberta Medina na Gala Rock in Rio 2008 no Convento do Beato Após uma homenagem a Roberto Medina fundador do Rock in Rio e a apresentação do projecto para 2008 por Roberta Medina, começou o espectáculo dos Queen Performance como tributo à primeira banda a firmar contrato com este festival, os Queen. Energia não faltou, pelo menos no palco pois já os convidados ainda não pareciam tão à vontade quanto isso (exeptuando talvez Lili Caneças que, fantástica, abanava já o pézinho ao som de “We Will Rock You”). Veio depois um concerto de Kim Mazelle, uma daquelas divas da black music com uma daquelas vozes de diva da black music. Nada a acrescentar pois já toda a gente cantava com ela o refrão de “Satisfaction”. A noite já ia larga quando a animação do DJ Piti começou. Este animador de casas famosas de Ibiza apresentou no Beato um magnifico set de musicas 60’s e 70’s que pôs toda a gente a dançar até às tantas.

No meio de tudo isto, numa noite bem divertida entre amigos, tipo conto de fadas e princesas (sim, que a Susana estava uma autentica princesa – não tivesse eu andado um dia inteiro em busca dos sapatos ideais para o vestido que levou), só uma coisa não agradou na totalidade: Sabem qual a principal diferença entre um bom vodka e um mau vodka? A manhã seguinte. Ainda que o final da noite se fizesse acompanhar de Stolichnaya, o inicio não o foi. Dizia alguém que conheço que o vodka inicial era Roskovskaya… A ligeira dor de cabeça com que acordei na manhã seguinte veio confirmar a teoria.

Mas afinal o que se passa com Where do you go to my lovely (sim, a mesma de Hotel Chevalier, o tal da Natalie Portman menos vestida)?

Ouçam esta versão:

Ouviram???? E qual é a grande diferença para esta outra versão:

Perceberam? Mas porque raio não se fala aqui da festas nas embaixadas hein??? Mas porque não se fala aqui do russo e do grego? Vá? Alguém me explica? Mas isto é censura vintage?

Aqui fica a letra da versão long play (a primeira ai em cima). E já agora, este é um post porque sim, porque me apetece, porque estou naqueles dias, porque o Inverno chega aos poucos e com ele uma inspiração por vezes taciturna mas quase sempre sublime…

Continue reading

… porque lembrar é bom, principalmente quando são boas as coisas de que nos lembramos. Tipo, é bom lembrar de quando em vez que há quem queira ser “common people”.

Artist: Pulp
Album: Different Class

She came from Greece she had a thirst for knowledge,
she studied sculpture at Saint Martin’s College,
that’s where I,
caught her eye.
She told me that her Dad was loaded,
I said “In that case I’ll have a rum and coca-cola.”
She said “Fine.”
and in thirty seconds time she said,

“I want to live like common people,
I want to do whatever common people do,
I want to sleep with common people,
I want to sleep with common people,
like you.”
Continue reading