Ao que parece começou já a ser transmitida pelo AXN a série britânica da BBC Luther.

Não é novidade nenhuma a qualidade das séries policiais inglesas. De Sherlock Holmes a The Wire, passando pela incontornável Spooks, entre thrillers e dramas, lá vamos de quando em vez, sendo servidos com doses “quanto baste” de boas séries televisivas que valem muito além dos efeitos especiais, das tecnologias de ponta ou de biquínis super saturados…

Luther é uma dessas séries. Claramente fará lembrar ao espectador mais distraído, as histórias do mais famoso morador de Baker Street, mesmo que sem sabermos bem porquê. Luther é detective mas da policia, é  negro, de constituição robusta, pinta de machão empedernido e aparentemente (só aparentemente) estouvado a tal ponto que entre janelas e portas, não há episódio em que não destrua pelo menos uma. Claro que há pontos nitidamente comuns: Luther medita e deduz. E bem.

A primeira série conta com 6 episódios e a segunda terá 2 ou 4. A ver vamos.

Luther

Resumindo, Luther (Idris Elba) pode não ser Sherlock Holmes como diz a revista Time Out da passada semana, mas Alice Morgan (Ruth Wilson) é, garantidamente, o mais sexy Moriarty que Londres nos mostrou até hoje…

Moriarty

Morreram quase todos… Ficou a Gwen. O Capitão Jack Harkness, como disse a Gwen, fugiu.

«You cannot just runaway» disse ela. «Oh yes I can. Just watch me…» e foi-se.

Torchwood «Children of Earth» veio tirar todas as duvidas a quem ainda as tinha sobre este spin off do clássico de culto Dr. Who. Vale por si.

Torchwood

Já faz mais de um ano que vimos as cenas finais desta magnifica série e na altura, parecia que tudo poderia acontecer. Para final, estava muito bem. Raios, quem via e gostava, sofria por não haver mais mas, estava muito bem, um bom final e não uma daquelas coisas parvas, de ultima hora, que se arranjam quando uma série é cancelada ou quando já ninguém pode com ela. Nada disso. Torchwood foi num crescendo fenomenal até ao ultimo segundo. Mas ninguém disse que era o fim. Podia voltar…

O culto foi crescendo. A web, os livros, os audiobooks… Há uns meses atrás, surgem os primeiros rumores: Torchwood está de volta. Já há manobras de bastidores…

«Children of Earth» fez sucesso quando foi transmitida nos Estados Unidos. Aliás, ao que consta, um sucesso nunca antes visto com uma série de Sua Majestade no outro lado do mundo. O sucesso deve ter sido tanto que de lá veio o empurrão final. Faça-se nova série. Dê-se Torchwood ao mundo.

No passado mês de Junho, num acordo celebrado entre a BBC Cymru Wales, a  BBC Worldwide e a americana Starz Entertainment, a nova série de Torchwood foi oficialmente anunciada com a novidade de que desta feita, para além das ruas de Cardiff, a série irá também decorrer em várias localizações espalhadas pelo mundo. Foi também anunciado que Jack e Gwen (John Barrowman e Eve Myles respectivamente) lá estarão como não podia deixar de ser…

Se Torchwood já rebentava barreiras no que se referia à sexualidade (a bissexualidade assumida do Capitão Jack Harkness, a homossexualidade do falecido Ianto Jones, e as «experiências» sexuais de quase toda a equipa, extra-terrestres incluídos), que se esperará agora com a terra do Tio Sam a patrocinar a série?

Sexo alienígena à parte, Torchwood sempre contou com uma grande tensão erótica (mesmo quando toda a gente está vestida, o que aliás, se passa na grande maioria do tempo) entre os personagens para agarrar a história. No que ao erotismo se refere, ao contrário de muito do que se vê em ficção cientifica (nem sempre da melhor diga-se), Torchwood dá primazia às palavras sobre os decotes sobre lotados, de spandex metalizado. Tem classe…

Por cá, a série passou completamente ao lado dos principais canais televisivos (onde é que já ouvi isto) mas tem sido transmitida no canal por cabo Animax. Falta-lhe, ao canal, a promoção devida, levando a que se deixem escapar pérolas televisivas como esta. Em DVD, Torchwood viu lançada por cá, pela LNK, a primeira temporada mas mais uma vez, sem a promoção devida da série, presumo que tenha tido pouca procura e que, infelizmente, não se vejam as restantes.

Agora é só esperar. Serão 10 horas de história que, não estando ainda a filmar, já estão bem definidas e, segundo o criador da série, Russell T. Davies, dariam até, não para 10 mas para 20 horas de Torchwood.

Foi há mais de 25 anos que Jeremy Brett nos apresentou Sherlock Holmes. «O» Sherlock Holmes. O maníaco, depressivo, analítico, compulsivo, sarcástico, apaixonado, solitário Sherlock Holmes. Jeremy Brett tem sido desde então, a representação ideal do génio dedutivo criado por Sir Arthur Conan Doyle.

Tal era a perfeição que o mito se fez verdade. Dizia Jeremy Brett que muitos actores diziam que, se representassem Sherlock por muito tempo, o personagem lhes roubava a alma. Terá sido o que lhe aconteceu.

15 anos depois da sua morte, e várias tentativas menos felizes de representar Sherlock Holmes depois (na tv e, mais recentemente, no cinema), surge em terras de Sua Majestade uma nova série televisiva. O nome, Sherlock Holmes, é por si só provocativo. Vem da BBC e isso a mim, fã confesso, só me aguçou o apetite.

Sherlock Holmes 2010

Mini-série. 3 episódios. Cerca de hora e meia cada um. Preparados? A acção decorre na Londres do Século XXI. E que bem que ela se dá por lá. Poderá apaixonar miúdos pelo clássico da literatura inglesa? E porque não?

Depois de sermos apresentados ao Dr. Watson, depois deste ser apresentado a Holmes, de sabermos que Holmes toca violino (não sabiam?), de passarmos por Mycroft, de ouvirmos falar de Moriarty, enfim, de corrermos por alguns becos londrinos, de apanharmos meia dúzia de táxis, depois de tudo isto, fica a sensação de que, estamos a ver Sherlock Holmes novamente. Finalmente. É um Holmes moderno, tal como o outro. Escreve sms’s em vez de cartas e tem um web site: The Science of Deduction. Estabeleceu-se como um consulting detective. O único no mundo. Assim parece efectivamente.

Benedict Cumberbatch está a ser um muito bom Sherlock Holmes. Tem uma expressão própria, cerca daquela que o seu personagem afirma como sua, a de sociopata. A qualquer minuto, pode saltar da cadeira e recitar um poema de Byron ou baixando a cabeça, fazer o mesmo, com o mesmo impacto. Martin Freeman é também um bom Watson, mas temo que a curta duração da série não o vá deixar mostrar ao mundo, a importância do personagem.

Não avançando mais para não cair em spoilers, fica a nota: Televisões do meu pais, não percam a oportunidade de mostrar às gentes de Portugal, mais uma grande produção da BBC: Sherlock Holmes.