Depois do post da Maria João Nogueira e do post do Pedro Aniceto com base no artigo da revista Meios & Publicidade “Os Padrinhos das Redes Sociais“, perguntou-me ontem um amigo, se eu tinha algo contra a referida revista. “Porque é que só falaste da Meios & Publicidade? A Briefing também escreveu sobre o tema…”.

A Maria João Nogueira na Briefing

Sim, eu também li a Briefing e se não disse nada sobre o que nesta se escreveu sobre o tema (vale a pena voltar a referir qual é o tema?), talvez seja porque a leitura da dita revista não me levou a considerações de maior monta (ou talvez as tais considerações estejam ainda a ser processadas).

Mas independentemente das razões que me possam ter levado a não escrever nada sobre a Briefing, salta à vista uma pequena diferença entre a abordagem que esta fez ao tema Ensitel e a abordagem da Meios & Publicidade:

Antes das opiniões de 5 entendidos nestas matérias de comunicação e novos media, de uma página cada, a Briefing apresenta uma entrevista de 3 páginas com a própria Maria João Nogeira.

Como refere o Pedro Aniceto, os trabalhos de casa são de extrema importância mas aparte outras questões também referidas no post deste (a questão do on e do off dava pano para mangas), foi essencialmente no facto de não ter contactado a Maria João Nogueira, que a Meios & Publicidade falhou. A partir dai…

Em maio de 2008, publiquei um post a que chamei de «Os perigos da Internet». Hoje, e graças ao post que o Marco Santos publica no Bitaites, «Moita Flores junta-se ao antro de terroristas e solitários», relembro aqui esse momento histórico da blogsfera nacional em que aquele cujo nome não deve ser pronunciado anuncia na televisão nacional, a verdadeira natureza dos bloggers: Um antro de terroristas.

Aqui fica então, a memória do momento:

Os Perigos da Internet.

O debate do programa “Aqui e Agora” sobre “Os perigos da Internet” veio provar o serviço público que é a televisão mesmo que a privada. Revelou ao mundo de forma clara, pelo menos, mais um dos grande perigos da Internet: O Moita Flores.

As frases

  • (a Internet) … nem abro…
  • (os blogues) … são mundos de devassa, de violação, de violentação…
  • A democracia desnuda-se à sua destruição…

E não fica por ai…

A interacção

Moderador: “Quem bloga está a dizer “Vejam que bem que eu escrevo. Mandem-me os vossos comentários…”
Moita Flores: “Porque não têm a capacidade de fugir da solidão”

O próprio moderador começa então (bem, talvez o tenha demonstrado desde o inicio mas eu estava a ser simpático) a revelar o evangelista que há em si:

“Uma mulher que pediu o divorcio do marido, em vez de lhe cheirar a camisa ou de lhe ir à carteira, foi-lhe à net e descobriu uma infidelidade.”

Foi-lhe à net. Note-se o bold e só não se sublinha para não parecer um link. Foi-lhe à net é algo de memorável. E para evitar surpresas desagradáveis neste momento vou telefonar à minha mulher dizendo-lhe que não me vá à net. O diabo pode tecê-las e ela descobrir que de quando em vez eu falo com outras mulheres aqui por estes lados… Ups. Ela já sabe.

O programa

Quem não viu faça o favor de visitar a página do programa Aqui e Agora referente ao debate em questão. Serviu para alguma coisa? Para pouco. Infelizmente esse muito pouco é mau. Muito mau. Imagino todas as casas em que mães e pais cientes da razão televisiva ao ver o Moita a falar tão eloquentemente sobre os perigos deste novo mundo, gritaram da mesa da cozinha: “Carlinhos, sai do computador. Já. Desliga a porcaria da Internet”.

p.s. Caro Lourenço Medeiros, diz-me a verdade: Sabias que a tua peça ia acabar nisto? Já cá andas há uns anos para saber que era má ideia. Precisas de ajuda para educar (no bom sentido é claro) essa gente por ai?

Ainda que só pelo titulo do post já se possa esperar uma nova enchente aqui no browserd.com (o post As 50 melhores cenas de sexo do cinema já conta com mais de 30.000 visualizações), correndo o risco de gorar expectativas, o que aqui vos deixo é um pequeno filme da autoria de Alvaro C. criador do blog Nimias Cosas Mínimas. Gostos e fetiches sexuais à parte, vale a pena dar uma olhada.

Pois que uma condição sine qua non para ser um blog-enquanto-blog é aparecer no Blogómetro. E para tal, é igualmente condição sine qua non subscrever as estatísticas do Sitemeter. Segundo o que escreveu Eduardo Pitta, do blogue Da Literatura, é ainda necessário que o blog em questão não seja um blog temático “(pornografia, lingerie, fotografia, desporto, anedotas, infantis, etc.)”.

O Marco Santos do Bitaites já escreveu em “Os blogues-enquanto-blogues não valem nada“, o melhor que se podia escrever sobre o assunto. Faltou só perguntar uma coisa, o que é um blog-enquanto-blog? Mesmo partindo do pressuposto que o Da Literatura é um blog-enquanto-blog (dos tais que não valem nada), ainda assim, gostava de ter uma definição e espero (ainda que quase certamente em vão) que o Eduardo Pitta me possa ajudar nessa questão.

Se o Barclays Bank usasse o e.Life teria de certeza entrado em contacto comigo há mais tempo. Os meus posts sobre o mau serviço do Barclays Bank na questão da fraude com o Cartão de Crédito seriam mais do que suficientes para um alerta a requerer acção imediata. Passo a explicar.

Há já muito tempo que conheço empresas que se preocupam com a monitorização do ciber-espaço. Mantendo equipas dedicadas (por vezes equipas de 1), estas empresas preocupam-se em vasculhar a Internet em busca do que sobre elas se escreve. Já havia quem o fizesse nas bbs’s, depois no Gopher, nos newsgroups, nos sites e mais recentemente, nos blogs, redes sociais e afins.

Esta monitorização não é meramente de observação. Algumas dessas empresas optaram pela politica de responderem e participarem activa e declaradamente aos artigos, comentários e queixas em que são os principais visados. É uma questão de comunicação, frontalidade e transparência.

Mas dai a Big Brother…

No entanto, o facto de uma empresa andar a “cheirar” a Internet não é só por si nada de extraordinário. O X faz isso, o Y também e o Z, o A, o… No entanto quando se contrata uma empresa para que faça isso por nós a coisa já é mais séria. E quando essa empresa se compromete a descobrir tudo o que sobre nós se diz (escreve),ler, analisar, elaborar relatórios, métricas e aconselhar vias de acção então ai podemos dizer: Bem vindo ao Big Brother dos Blogs.

É a isso que se propõe a Seara (empresa responsável pelo serviço em Portugal) através do e.Life.

Nascido no Brasil em 2004 para monitorizar o que se escrevia on-line sobre uma campanha publicitária para a Visa Brasil esta monitorização foi a primeira do género naquele mercado. Logo no ano seguinte a e.Life monitorizava canais alternativos e emergentes como a blogsfera e as comunidades de social networking como o Orkut e o Hi5 para o Banco Bradesco.

A apresentação no Pestana Palace

Jairson Vitorino apresentou na passada Segunda-feira a forma de funcionamento de e.Life para uma plateia interessada. E Jairson percebe de comunicação, sabe o que faz. Tudo o que nos mostra é simples e muito, muito útil para qualquer marca no mercado.

A aplicação do e.Life na Gestão de Crise é a primeira coisa que nos é mostrada. Se alguém fala mal da sua marca ou produto num blog ou numa comunidade virtual pode causar danos muito sérios. Através do e.Life a empresa pode ser imediatamente avisada da necessidade de acção e assim, entrar em contacto directo com o autor da informação original ou até, preparar toda uma campanha de imagem.

Mas os usos do e.Life não ficam por ai. Da mesma forma pode ser aplicado a estudos de Consumer Insights, permitindo agrupar gostos, interesses e opiniões de forma a tomar decisões comerciais de futuro. Imaginem por exemplo, e uma vez que estamos na época dos festivais de Verão, uma determinada marca que promove um desses festivais. Meses antes monitoriza a blogosfera cruzando os termos que identificam a sua marca com as palavras musica, grupo, banda, etc… Esta marca pode obter facilmente uma relação do tipo de bandas musicais que os seus Clientes mais apreciam e assim tentar contratar essas mesmas bandas para o seu festival. Resultado, a identificação do consumidor com a marca aumenta pois a marca X é quem lhe permite ver as bandas que gosta…

E como funciona?

O e.Life percorre a web em busca de palavras-chave pré-definidas e agrega os resultados mas para além disso utiliza uma série de métricas que permitem classificar e hierarquizar esses mesmos resultados tais como o numero de incoming links do blog onde o post foi encontrado, o numero de comentários que esse post gerou, o tamanho da rede social do autor entre outros…

A análise não é só feita pela aplicação mas também por analistas humanos de forma a que possam avaliar o conteúdo dos posts e classificar os mesmos como positivos, negativos ou a requerer acção imediata.

A empresa (ou particular) Cliente tem acesso através de um interface web aos resultados diários sintetizados desta pesquisa e análise. Para além disso são enviados relatórios regulares com todo o detalhe da monitorização.

Parecendo que não, facilita.