Acredito que os meus colegas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas não se lembrem do Major Alvega … Deve ser difícil lembrar o que não se conhece… E as coisas que eles não conhecem… Certo. Nem todos. Ainda bem.

Criado em 1956 por Mike Butterworth e Geoff Campion, este personagem mítico da banda desenhada fez-me companhia em muitas tardes (lembro-me com particular carinho, algumas passadas no Alentejo).

O Major Alvega foi-me apresentado pelo meu falecido avô que, pasme-se, não sabia ler, mas facilmente entendia que, para um jovem fascinado com tudo o que eram letras, as histórias do Major Alvega certamente me iriam interessar. Assim foi. Entre outros heróis a preto e branco que na altura me encantavam (Oliver, Sandor…) o Major Alvega (juntamente com a Mam’selle X) foi o que mais lembranças me deixou.

Major Alvega

Foi com alguma nostalgia que li o post no blog do Carlos Guerreiro (Gostam de aviões? Segunda Guerra Mundial? História? Já vos passou pela cabeça quantos aviões pousaram em Portugal na II Guerra Mundial? Vão lá dar um salto…) onde o Carlos divulga o pedido do Tenente-Coronel Gonçalves que tenta com o Museu do Ar, recolher o máximo de livros para organizar uma exposição em torno desta fantástica personagem.

Se alguém tiver ai por casa algum livro do Major Alvega que queira emprestar ou doar para o fim atrás referido, entre em contacto com o  referido Tenente-Coronel Gonçalves no Museu do Ar.

Pessoalmente, gostava de rever o personagem.

Um destes dias detalho por aqui a cena do descanso mas por enquanto fica só a ideia de que ao contrário do que muita gente pensa, nem todo o pais estava debaixo de pesada chuva. Ainda que hoje, Quarta, a manhã tenha começado bem regada (parece que estava a adivinhar e o pequeno-almoço chegou já por volta do meio-dia), o dia de ontem e anteontem estiveram como se quer… Ou pelo menos, como eu quero. Já que tenho que ir à praia, já que tem que ser no Verão, então que seja assim, vazia, sossegada, com tempo para ler…

Certo. A leitura não era das mais profundas (nem vos passa o que vem na mala para ler) mas foi um reencontro com uma personagem da banda desenhada (comics será ao dia de hoje o mais correcto de se dizer neste caso) que há muito não via. Natalia Romanova (Natasha para os amigos) mais conhecida como Black Widow. Sim, sim… É essa mesmo. A personagem de Scarlett Johansson (muito procurada nos últimos dias depois do beijo da Sandra Bullock) no Iron Man 2.

Black Widow Deadly Origins

Ainda a Scarlett não tinha nascido já a Natasha Romanova cá andava… Em todos os sentidos. Apareceu nos livros pela primeira vez em 1964 mas o seu personagem vive desde a década de 20 do século passado e com mil e uma aventuras dignas de registo.

O livro Black Widow: Deadly Origin reúne os 4 fascículos em que a historia foi editada originalmente, numa edição luxuosa daquelas que ficam bem em qualquer colecção. Quanto à história propriamente dita, bem, essa deixa a desejar. Ainda que faça um review muito abrangente à vida amorosa de Natasha, deixa de lado algum glamour que a personagem impõe e isso é o suficiente para não encantar. Também a forma como finalmente se define o personagem de apoio à história de Natasha, Ivan Petrovich, o homem que a salvou de um destino cruel ainda bebé, não convence. Mais não digo para não estragar a leitura a quem o vai ler.

Scarlett Johansson

19 anos separam a minha aquisição dos 2 livros da fotografia abaixo. A edição brasileira de Watchmen adquirida por cá em 1989 e a edição americana adquirida na Forbiden Planet de Londres em 2008. Vale sempre a pena rever como escreveu o Nuno Markl “este espantoso, apaixonante, complexo, arrebatador romance em BD chamado Watchmen”.

Mas este post é mais do que um reavivar da lembrança de que o filme impossível estreia no próximo dia 6 de Março. Este post é acima de tudo uma declaração de que há coisas que não se esquecem. O livro que ali podem ver, a tal edição brasileira, saiu para casa de um amigo há 10 anos atrás. Voltou este fim de semana. Agora vai descansar…

Watchmen - 20 years after

Vejam o filme abaixo e digam se não tenho razão. Com o típico look and feel de um noticiário televisivo dos anos 70 (para quem conhece o livro de banda desenhada sabe que faz todo o sentido) este filme relata a comemoração do 10º aniversário do Doctor Manhattan. Entrevistas de rua com um espírito bem possível na altura dão o toque final para a total credibilidade.

Assim se constrói um mito. Mais de 20 anos depois de Watchmen ter sido um sucesso na banda desenhada em todos os países onde foi editado, prepara-se agora para ser um sucesso a nível global com a apresentação do “filme impossível de ser feito” como muitas vezes ouvi dizer.

Interrompemos a nossa programação sobre destinos turísticos do outro lado do mundo para trazer uma pérola de terras ainda mais distantes. Dada a conhecer pelos simpáticos senhores do site Comingsoon.net aqui vos deixo o trailer japonês de Watchmen, o filme que após esperar cerca de 20 anos que alguém tivesse coragem para o fazer, está agora prestes a ir para as salas de cinema (pelo menos assim esperamos com fé nos tribunais).

Quanto ao trailer própriamente dito, só podia ser japonês. Vejam porquê: