Que o Nokia E71 é um telemóvel da série profissional da Nokia já sabemos. Não é propriamente a melhor das máquinas para exercícios multimédia mas, também não tenciona ser. Para isso a Nokia conta já com a famosa série N. No entanto nada impede que quem quer usar um dos melhores senão o melhor telemóvel do mercado para fins profissionais o use também para ver fotografias, ouvir música ou até mesmo ver filmes.

Foi com a ideia de ver filmes (mais precisamente de ver pequenos episódios de séries televisivas que não tenho tempo de ver em casa) que ontem após a actualização do firmware do Nokia E71 resolvi experimentar o vídeo neste telefone.

Já tinha reproduzido os pequenos ficheiros demonstrativos que o E71 traz de origem mas esses provavelmente estariam optimizados para a plataforma e eu desejava fazer um teste de forma mais isenta.

De origem o Nokia E71 não reproduz ficheiros DivX e esses são o que mais há por ai como tal podia desde logo ser um problema mas nem por isso. Existe já um player de DivX para a plataforma Symbian S60 3rd Edition que é como quem diz, funciona perfeitamente no Nokia E71. Ainda por cima, é gratuito.

Depois de instalado (instalação normal tal como qualquer outra aplicação Symbian) contamos com mais um ícone na pasta de Instalações (que podemos e devemos mudar depois para a pasta Média). A partir dai foi tão simples como transferir do meu disco rígido um ficheiro DivX para uma pasta no cartão de memória do telemóvel e aceder a esse ficheiro através da aplicação DivX Player que logo ao abrir faz um scan ao telemóvel mostrando numa lista todos os ficheiros DivX que por lá existam. Simples e eficaz.

O ficheiro que usei como teste (cerca de 170 megas) e tem 624px x 352px, um bit rate de 128kbps e 23 fps. Sem qualquer tipo de conversão para o telemóvel corre de forma aceitável ainda que por vezes apresente algum desfasamento entre o som e a imagem.

Ainda não estava satisfeito. Após alguma pesquisa na Internet chego à conclusão que mesmo com o leitor de DivX instalado, para que o DivX seja lido na perfeição deveria passar por uma conversão de forma a garantir especificações mais adequadas a um sistema móvel. Ora, conversão por conversão resolvi experimentar o leitor que vem de origem com o Nokia E71 que mais não é que o já famoso Real Player.

Através do Gestor de Ficheiros do Nokia PC Suite, acedi ao disco rígido e arrastei o mesmo ficheiro DivX para uma outra pasta do cartão de memória do E71. Ao arrastar o ficheiro via Nokia PC Suite este informa-me que o telemóvel não reconhece o tipo de ficheiro mas que, caso deseje, pode ser feita a conversão do ficheiro para um formato que o telemóvel reconheça (mp4). Aceito e assim se faz. Demora o seu tempo (talvez uns 7 ou 8 minutos mas o meu computador também não estava a ajudar) mas assim que a conversão é feita, o novo ficheiro está já no telemóvel pronto a ser reproduzido e posso garantir, com uma qualidade excepcional. Valeu-me umas boas gargalhadas (e eventualmente algumas piadinhas parvas) assistir a um episódio de 30 Rock na viagem de Metro de casa para o trabalho ontem de manhã (com os headphones colocados obviamente).

Ainda que esteja interessado em fazer mais algumas experiências com a conversão de ficheiros DivX, acho que por enquanto, o Real Player e os ficheiros convertidos para mp4 vão servir perfeitamente.

Interrompemos a nossa programação sobre destinos turísticos do outro lado do mundo para trazer uma pérola de terras ainda mais distantes. Dada a conhecer pelos simpáticos senhores do site Comingsoon.net aqui vos deixo o trailer japonês de Watchmen, o filme que após esperar cerca de 20 anos que alguém tivesse coragem para o fazer, está agora prestes a ir para as salas de cinema (pelo menos assim esperamos com fé nos tribunais).

Quanto ao trailer própriamente dito, só podia ser japonês. Vejam porquê:

A Silly Season está no fim. Há demasiada Silly People a voltar à cidade para ficar por lá. Chegam todos com muitas ideias boas e uma vontade enorme de trabalhar. Isso e um total esquecimento das dietas e visitas regulares ao ginásio. Não tenho muita paciência confesso.

Portátil na mala (bem, portáteis que a mala é grande e a Patrícia faz questão de levar o dela), livros, carradas de revistas, calções de banho (porque tem mesmo que ser) e ala que se faz tarde, ver como está o mar.

Até agora já deu para ver um filme e mais um episódio de Torchwood (haverá tanto para dizer sobre Torchwood…). Passei os olhos por Pushing Daisies e ainda hei-de lá voltar.

A Patrícia está numa de não me apetece que é como quem diz, não lhe apetece acordar, não lhe apetece dormir, não lhe apetece ir para a praia e não lhe apetece ir apara casa… Enfim, férias em família.

Para quem está à espera (e eu sei que andam ai), tenho a dizer-vos que estão por descrever algumas visitas a restaurantes lisboetas que decerto vos agradarão mas como podem imaginar, por vezes há tempo mas não há disposição. Ainda assim, o Terreiro do Paço, o Origami Sushy Bar e o Coisas de Comer não estão esquecidos e mais dia menos dia, cá estarão prato por prato.

Ficção Cientifica? Desenhos animados? Uma história de amor… Charlie Chaplin. Sim, fosse esse mestre vivo e esta poderia ser uma historia contada por ele. Aliás, com um pouco de atenção (ou imaginação) podemos ver o chapéu preto na cabeça do Wall-E.

Há 700 anos que os humanos deixaram a terra por não conseguirem sobreviver no meio de tanto lixo. Foram em busca de um mundo melhor. Nos seus últimos tempos por cá ainda tinham esperanças de conseguir remediar a coisa e construíram uma série de robots (os Waste Allocation Load Lifter-Earth Class ou Wall-E’s para os amigos) para apanharem, compactarem e arrumarem o lixo mas, a sociedade de consumo consumia mais do que os robots conseguiam arrumar. Nada a fazer.

A bordo da nave Axiom, os humanos partiram em busca de novos mundos, em busca de espaço. Desligaram-se o Wall-E’s, apagaram-se as luzes e tudo acabou. Bem, não foi bem assim. Esqueceram-se de desligar um. Um Wall-E. Que dia a dia foi cumprindo a sua missão: Apanhar, compactar e arrumar o lixo que os humanos fizeram.

O tempo passou e passou. 700 anos dele. E 700 anos dá para muita coisa e nos filmes dá até para um robot ganhar alma. E não é sem mais nem menos. Teve a preciosa ajuda de uma barata (alguns comparam-na com o Grilo Falante, amigo do tipo do nariz que crescia mas eu, observador atento, sei que o Grilo era uma consciência. Coisa diferente da alma) que, à sua maneira, sustentava a necessidade de sensação paternal que requer o crescimento. E o Wall-E foi crescendo.

Um dia aparece a Eva. Nós não sabíamos mas foram os humanos que a enviaram. Ainda em busca do tal mundo novo, sem se mexerem muito que isso cansa, eles enviam de tempos a tempos novas unidades robots para explorar o espaço em busca de um ambiente amigável, respirável. Nem eles sonham mas enfim…

Está mais que visto. O Wall-E apaixona-se pela Eva. Faz-lhe a corte e… Ela deixa-se dormir. Pois, a Eva é uma senhora. Aquilo é material de primeira. Tem uma missão a cumprir. Eva espera agora que a venham buscar, que a levem de volta à Axiom com o troféu que carrega, uma pequena planta, prova de vida, que o Wall-E lhe ofereceu.

A abordagem do filme é mais adulta do que o normal nestes filmes de animação. A mensagem do silêncio, ou da falta de vozes durante a primeira hora do filme, é uma coisa brutal que entendemos perfeitamente. Não é preciso dizer nada.

A coisa complica-se, em todos os sentidos, com o regresso de Eva à Axiom. Aqui ficamos a saber que afinal, o Wall-E não foi o único robot a “crescer”. Ainda que a humanidade pense estar no comando não está. São as máquinas quem manda e não estão com a menor vontade de voltar à Terra.

Bem, não me vou por para aqui a contar a história toda, principalmente porque há imensa gente que ainda não viu e nem está a pensar em ver esta jóia que é o Wall-E. Mais perdem.

Wall-E é um novo ET e não o novo ET. Traz consigo pedaços de coisas tão dispares como 2001 ou Hello Dolly. É de uma inovação tecnológica de momento, difícil de imaginar suplantada. Tem das mais necessárias mensagens ecológicas assim como nos pode dar valiosas lições de moral mas acima de tudo, há que recordar Wall-E como, ainda que caindo em lugar comum, uma verdadeira obra-prima.

Ainda há esperança. Assim se possam dar as mãos tal como deram o Wall-E e a Eva ou o John e a Mary. Posso escrever com certezas pois no alto dos seus 4 anos disse a Patrícia no fim do filme: E ficaram todos amigos.