Já foi há uns dias. Bem, muitos dias. O quê? A viagem que fizemos a Amesterdão. Já estava nos nossos planos há algum tempo mas os preços das viagens aéreas para o pais das tulipas sempre nos pareceu demasiado elevado. Até um dia. Lá fomos.

A Chegada

O aeroporto de Amesterdão é algo de colossal. Gigantesco. Já com o avião em terra, a pista passa sobre a autoestrada causando uma sensação estranha a quem vai no avião mas imagino o quão estranha será para quem vai nos carros. Parecem bastante organizados os holandeses. Identificámos de imediato os caminhos a seguir para chegar ao comboio que nos levaria ao centro da cidade. Uma pequena paragem para um um hamburger tardio e lá fomos. Tal como previsto, 40 minutos depois chegámos à estação central de Amesterdão.

O aniversário da Rainha.

No dia 30 de Abril comemora-se em toda a Holanda o aniversário da Rainha e tal festa é levada mais a sério em Amesterdão. Bem, talvez sério não seja o termo mais correcto. A população fica doida e sai toda para a rua vestida de laranja, cantam, dançam, fumam e bebem. Muito. Assim que saimos da estação, já cerca da meia-noite, vimos de imediato o efeito que tal festa tem na cidade. Não se dava um passo que não fosse sobre copos de cerveja vazios ou montes de beatas ainda fumegantes. Estranhamente, o cedo da hora (pelos padrões de festa portugueses) mostrava já toda a gente a regressar a casa. A noite acaba cedo naquela cidade.

Nadia Hotel, um lugar a ter em conta.

Hotel NadiaOs hotéis em Amesterdão são caros. Aliás, tudo é caro em Amesterdão. Quando estávamos a planear a viagem, com muito pé atrás, tínhamos já reservado hotel para as 6 noites pela assustadora quantia de 1300 euros. E isto sem pequeno-almoço e sem as taxas municipais obrigatórias (tipo 5% ao dia). Na ante-véspera da partida recebemos um e-mail do Hotel Nadia informando sobre uma desistência de última hora e questionando se ainda estaríamos interessados. O Hotel Nadia tinha sido um dos nossos contactos esquecidos uma vez que não havia vagas. Sim, esse é outro detalhe importante: Nesta altura do ano, é muito difícil arranjar hotel em Amesterdão. Está tudo lotado. Adiante. Hotel Nadia, quase metade do preço, muito, mas mesmo muito central, com pequeno-almoço e taxas incluidas. Mas mais importante ainda, 14 entre os cerca de 350 hotéis de Amesterdão comentados no Trip Advisor.

À chegada, tal como comentava quem por cá já passou, as malas foram levadas para o quarto e foi-nos oferecida uma bebida enquanto esperávamos na sala do pequeno-almoço. Mais uma vez, tal como se lê nos comentários pela Net, uma sala pequena mas muito, muito engraçada.

O nosso quarto ficava logo no primeiro andar mas mesmo que fosse num dos outros não me pareceria mal. As escadas podem assustar mas é mesmo só até as subirmos e percebermos que não custam assim tanto. Quarto pequeno (talvez o mais pequeno em que alguma vez ficámos) mas com tudo o que poderíamos precisar: Cama de casal, roupeiro, secretária, televisão, frigorífico, cofre e uma magnifica varanda já equipada com duas cadeiras. 20 minutos depois já estava o computador portátil em cima da mesa e ligado a um dos 5 ou 6 routers do hotel, completamente abertos e com uma velocidade espectacular. Internet de graça.

Amesterdão cidade.

Os dias começam cedo quando estamos em viagem. Mas em Amesterdão, nada começa cedo. Só mesmo nós e a sala de pequeno-almoço (que estava muito bom diga-se, com pão, tostas, bolos, doces, manteiga, café, leite e sumos à descrição). Aquela cidade não acorda antes das 10 ou 11 da manhã. Cafés meu Deus. Cafés. Não via cafés abertos. Parecia manhã de Ano Novo em Lisboa.

É agradável passear pelos canais pela manhã por essa razão. Passa-se bem, sem encontrões e a falta de Sol forte contribui também para umas quantas breves lufadas de ar fresco. Sim, que à tarde o cheiro é outro e não é dos mais agradáveis. Amesterdão brinda-nos com a presença em quase todas as ruas de urinóis públicos. Sim, urinóis públicos. E não são daqueles com moedinha e à porta fechada. Não senhor. Ali não há falsos pudores. Quando dá a vontade, vai de sacar da dita e, junto aos artefactos piramidais, aliviar pressões internas. Dá-se o caso de que, grande parte destes equipamentos (as pirâmides entenda-se) serve igualmente para depósito de latas, garrafas e outros recipientes formando montes de lixo acumulado e dando origem aos famosos salpicos de ricochete. Estão a imaginar a coisa não estão? Piora a coisa quando temos em conta que, devido à grande quantidade de líquidos ingeridos pelos locais e a outras coisas ingeridas pelas visitas, dificilmente quem está com vontade de se aliviar consegue andar em linha recta tempo suficiente para alcançar o urinol. Ora, nada como uma cidade como Amesterdão, cheia de arvores por todo o lado para ajudarem nestas horas de aflição. Imaginam agora o cheiro que por lá fica não?

Mas Amesterdão é só isso? E as drogas?

Pois essa é outra guerra. As drogas. Toda a gente sabe que Amesterdão é famosa pelas drogas. Não só mas também. As drogas pesadas são violentamente penalizadas. As drogas leves, não sendo propriamente legais (acho) são toleradas. Assim sendo, as famosas coffee shop’s de Amesterdão lá estão de porta aberta esperando os clientes, com as suas montras decoradas com motivos repetitivos que não variam muito entre os cartoons jamaicanos ou os dourados árabes. Em determinadas zonas, são porta-sim, porta-sim. Ninguém é obrigado a entrar é certo mas ninguém consegue deixar de cheirar mesmo só passando na rua. Ainda pensámos em entrar numa ou outra com menos maus aspecto para comer um bolinho (já deixámos de fumar à tempo suficiente para não experimentar outra vez) mas o cheiro era demasiado forte. A mistura doce da menta com o fumo da erva (que por vezes parecia verde de mais mas mesmo assim o turista contente fumava, fumava, fumava) igualmente adocicado era por demais enjoativo. A parte das drogas lá ficou. Para todos os pijamas andantes que por lá vimos (e eram muitos).

Continua em breve na Parte II… Entretanto sempre podem ver as fotos na minha conta do Flickr.

4 thoughts on “Viagem a Amesterdão

  1. Oi….bem já andava a estranhar a tua ausência…mas depois fui verificando as fotos e vi por onde andasteis…
    Estive em Amsterdão há 4 anos, numa escala que fiz para Praga e tirei algumas das tuas conclusões. O grande aeroporto, a organização que é excelente, as multidões nas ruas, uma cidade muito cara, os canais realmente só pela manhã, etc….etc….etc…
    beijokas e continua a reportagem.

  2. Boas aos dois.
    Quanto ao resto da viagem, segue dentro de momentos que é como quem diz, assim que eu tenha tempo escrever. A ausência também se relaciona com isso. O tempo tem sido mesmo o bem mais escasso. Mas como sempre, eu volto.

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