O Nokia E71 é realmente um espectáculo de telemóvel. Faz pensar duas vezes sobre o HTC Touch Pro.

Ontem à noite eu, a Susana e a Patrícia fomos a Cabanas jantar com o Ricardo do Zone41 e com a Marta. A noite que tinha começado com uma promessa de que não seria passada a falar de temas tech, ia já longa quando tocámos o tema E71.

Desde que o Ricardo recebeu da Nokia o E71 para avaliação que lhe tenho perguntado para quando a review do mesmo e não podíamos deixar passar a ocasião do jantar sem falar do assunto. Fiquei a saber que não sou o único à espera da tal review, mas o Ricardo diz que já tem algumas ideias alinhavadas por isso, é esperar mais um pouco.

Enfim, o raio do Nokia E71 é efectivamente um espectáculo de telemóvel. Com um look muito mais pró do que os HTC (deixem-se de coisas, o acabamento deste Nokia é algo de outro mundo), é tremendamente elegante e (tal como o HTC Diamond) passará muito bem despercebido no bolso de qualquer casaco.

Fiquei muito surpreendido pela autonomia que o Ricardo referiu ter o E71. Ainda que ele admita fazer poucas chamadas, faz uso da Internet móvel navegando e também através de algumas aplicações adicionais (Handivi é um bom exemplo). Comparando os 3 a 4 dias que o Ricardo diz obter do Nokia E71 com as 24 horas do HTC Diamond, quase não deixa margem para dúvidas.

No entanto, a interface touch dos HTC continua a representar para mim uma grande mais valia. Das várias vezes que usei terminais com Windows Mobile fiquei sempre com a ideia de que o input de dados é bastante mais rápido através do interface táctil do que através do teclado que, ainda mais no caso deste Nokia E71 me parece se um pouco “apertado” demais.

Ainda assim fica a nota de que este E71 é, tal como refere o Ricardo, um grande avanço da Nokia relativamente ao E61. Quer na forma quer no conteúdo. Uma alternativa a não descartar.

A Silly Season está no fim. Há demasiada Silly People a voltar à cidade para ficar por lá. Chegam todos com muitas ideias boas e uma vontade enorme de trabalhar. Isso e um total esquecimento das dietas e visitas regulares ao ginásio. Não tenho muita paciência confesso.

Portátil na mala (bem, portáteis que a mala é grande e a Patrícia faz questão de levar o dela), livros, carradas de revistas, calções de banho (porque tem mesmo que ser) e ala que se faz tarde, ver como está o mar.

Até agora já deu para ver um filme e mais um episódio de Torchwood (haverá tanto para dizer sobre Torchwood…). Passei os olhos por Pushing Daisies e ainda hei-de lá voltar.

A Patrícia está numa de não me apetece que é como quem diz, não lhe apetece acordar, não lhe apetece dormir, não lhe apetece ir para a praia e não lhe apetece ir apara casa… Enfim, férias em família.

Para quem está à espera (e eu sei que andam ai), tenho a dizer-vos que estão por descrever algumas visitas a restaurantes lisboetas que decerto vos agradarão mas como podem imaginar, por vezes há tempo mas não há disposição. Ainda assim, o Terreiro do Paço, o Origami Sushy Bar e o Coisas de Comer não estão esquecidos e mais dia menos dia, cá estarão prato por prato.

Barclays, Cartões de Crédito, reclamações, mau serviço… Enfim, pensavam que a história já tinha acabado? Não, não acabou. E ainda que de quando em vez ouça alguém a chamar-me de chato e picuinhas, assumi a posição de dizer, ou neste caso escrever, o que deve ser escrito. E se o Barclays tem um mau serviço, se tenho reclamações a fazer, se estou insatisfeito e, se este é, antes de tudo o mais, o meu espaço, então sim, eu escrevo.

E eis que o Barclays voltou a mostrar o quão mau pode ser no que a gerir relações e gerir conflitos se refere. Passo a explicar:

Tal como já anteriormente aqui escrevi, recebi uma carta do Barclays Bank Portugal em que me informaram que iriam cobrir as despesas efectuadas com o numero do meu cartão de crédito assim como os juros da conta cartão e os juros da conta à ordem entretanto já com saldo negativo por eu me recusar a colocar mais dinheiro na conta até a situação estar resolvida.

Assim fizeram. Ao creditarem a minha conta com um valor equivalente ao que foi usado da minha conta cartão, fiquei com um saldo positivo de aproximadamente 400 euros. O Barclays Bank creditou cerca de 1100, cobriu os cerca de 600 negativos e eu não me preocupei mais com o assunto. A minha conta cartão encontrava-se com débitos de 10% desde Maio altura em que a gerente de conta de então a tal me tinha aconselhado.

Lá me foram à conta outra vez

No passado dia 25 de Agosto, para verificar alguns dados de uma das outras minhas contas, acedo ao serviço Barclays Net e qual o meu espanto quando verifico que a minha conta se encontrava negativa uma vez mais. Verifico os movimentos e lá tenho com data de 20 de Agosto a normal referência mensal do débito do cartão com um valor aproximado de 60 euros (cerca de 10% do que faltava cobrar). No dia seguinte, 21 de Agosto, novo movimento mas desta feita de aproximadamente 600 euros (todo o valor em divida) por ordem da Provedoria do Barclays.

Confesso que não foi difícil para mim perceber que o valor em causa representava a cobrança a 100% do valor em divida do cartão mas ainda assim tentei contactar o Barclays Bank telefonicamente para esclarecer o assunto. Independentemente do que fosse, a minha conta estava novamente negativa e uma vez mais, sem qualquer culpa minha e sem eu ser notificado.

Continua a ser impossível falar com eles… Ou difícil pelo menos.

Ligo para o numero directo da minha nova gestora de conta. Não atende. Imagino que esteja de férias. Ligo para o balcão e lá me atendem do Serviço de Apoio aos Balcões do Barclays. Tentam e tentam mas uma vez mais, ninguém atende do balcão de Alvalade. A pessoa com quem estou a falar ao telefone propõe-me a já conhecida mensagem para o balcão de forma a que alguém entre em contacto comigo mais tarde. Recuso. Alguém tem que falar comigo, alguém tem que me confirmar de que se trata o débito de cerca de 600 euros na minha conta do Barclays Bank.

Finalmente, após muito tempo e, imagino eu, alguma conversa do lado de lá, fui atendido pela Sra. Carlota Baptista. Muito prontamente me disse que iria verificar junto do departamento de Cartões do Barclays Bank o que se passava e depois me contactaria com uma resposta. Pergunto se serei contactado no próprio dia. A Sra. Carlota Baptista diz-me secamente que serei contactado quando ela tiver resposta.

E a Provedoria?

Não fiquei satisfeito como é óbvio e de imediato enviei um e-mail à Provedoria do Cliente Barclays. Ao fim e ao cabo, o movimento tinha a Provedoria como referência. A 1 de Setembro não tive qualquer resposta a este e-mail.

Nesse mesmo dia ao final da tarde, telefona-me a Sra. Carlota Baptista para me dizer que, tal como eu esperava, o débito refere-se à totalidade do valor que faltava cobrar ao cartão de crédito. Como o Barclays Bank creditou a minha conta com a totalidade do valor, efectuaram um débito pela totalidade em divida.

Não que não tenha lógica. Tem. Nem eu queria ficar a ganhar o que quer que fosse com esta situação. O que não tem lógica é eu não ser informado. O Barclays não me informou do procedimento. O Barclays não me informou que iria alterar a forma de pagamento do meu cartão de 10% para 100% nem que o iria efectuar dois débitos no mesmo mês. O Barclays não me informou de nada. Mais uma vez.

Diz-me a Sra. Carlota Baptista que a Provedoria me iria informar da situação, que em principio me irá enviar uma carta… Disse-lhe que a Provedoria já me escreveu mas que não referiu qualquer procedimento. Segundo a Sra. Carlota Baptista, não é essa carta. É outra. Que a Provedoria me irá enviar…

E depois sou eu que sou chato. Mais uma vez, aqui está espelhada a situação em que se encontra o Barclays Bank Portugal. Devo ficar calado? Não me parece.

Noites de Verão em Lisboa. Jantares a olhar para o Tejo. Que tal no Faz Figura?

O restaurante Faz Figura é já marco em Lisboa vai para lá de 30 anos. Em tempos idos de construção foi de ideia ser feito como coisa exclusiva, privado, para oficiais militares. Com localização privilegiada, mesmo ali junto a Santa Apolónia, elevado virado à agua, facilmente se entende a relação com o luxo.

Os tempos mudaram, radicalmente dirão alguns, e o Faz Figura foi ficando esquecido na história. Há alguns anos atrás, o Faz Figura resolve voltar ao esplendor de outros tempos com toques de modernidade. E consegue.

Em noite quente a esplanada é apetecível e o meio da semana ajuda a que haja por lá lugar. A recepção à porta, a verificação da reserva e o acompanhamento à mesa indicava já um certo cuidado.


Cartas em mão vem para a mesa o couvert. Sem nada que o distinga particularmente de outros, a simplicidade não lhe ficou mal e ajudou até a que o paladar ficasse claro para a entrada que se seguiria: Um folhado de Queijo da Serra com mel misto de alfaces e pistácios. A combinação do doce com o sal do queijo, servido no folhado quente é de pedir que a entrada se repita. Só não se faz por etiqueta mas a vontade não falta. A verdura dava ali o toque que faltava para não nos sentirmos a cometer um daqueles pecados mortais…

O prato de peixe foi um Polvo com crosta de milho. O molusco estava sob a capa crocante, tal e qual como devia estar. Nem muito mole nem muito rijo. O tal ponto. A capa em si era de fazer jus ao nome pois compunha-se por uma bem conseguida crosta, conseguida ao ponto de não se desfazer no prato aquando do corte. O acompanhamento era de vegetais ligeiramente salteados que ali estavam, tal como tudo o resto, em dose certa ou seja, bem servida.

A carne foi escolha de compromisso uma vez que a dúvida pairava sobre o Folhado de Cabrito do Barroso e a Vitela Estufada com Pistácios e Amêndoa. Escolhemos o segundo, seguindo até o conselho da casa sendo que já teríamos o folhado na entrada. Foi boa escolha (e o Cabrito não será esquecido para próximas aventuras). Dois valentes nacos de vitela estufada, coberta de um gratinado de batata e maçãs em dose generosa. Não conhecia a combinação e ficamos agradavelmente surpreendidos.

Os pratos foram acompanhados nessa noite por uma garrafa de Quinta do Cerrado Reserva 2004. Um tinto que a noite pedia e os pratos em causa agradeciam, um Dão que de peso já bastava. Vermelho, frutado e muito, muito macio, o Quinta do Cerrado Reserva 2004 impressionou e foi um vinho à altura da refeição.

Chegada a hora da sobremesa e perante um nome sugestivos como Pão de Ló Tépido de Chocolate ou Crême Brulée com Leite de Côco e Lúcia Lima resolvemos optar por uma clássica Taça de Gelado com Telha de Manteiga e um mais arrojado Crumble de Pêra Rocha com gelado de Canela. A primeira primou pelos sabores não usuais de Leite Condensado e Queijo Fresco com Framboesa. O segundo revelou um crumble onde a pêra não se perdia (ao contrário de outros já provados onde a crosta abafa o gosto à fruta) e, o facto de ser rocha não o adocicava em demasia. O gelado de canela fazia o ponto quente e frio com um toque de classe.

Do principio ao fim, a simpatia esteve presente no serviço e isso, como já tenho referido, ajuda a fazer a casa.

Para terminar, o café e o garoto. No melhor pano pode cair a nódoa. Mesmo que seja pequena, se o pano for branco, nota-se bem. O garoto veio mais escuro do que claro e, num garoto é mais visível, fez-se acompanhar de umas borras de café. Tal como noutras situações, não foi por ai que se estragou a imagem conseguida. Tendo em conta a forma irrepreensível como fomos servidos, a qualidade da comida e a apresentação da mesma, o jantar no Faz Figura é de repetir em breve pois estava tudo muito bom. Pedimos no fim uma pequena chávena de leite quente e logo lhe deitamos uma ou duas gotas de café. Tudo fica bem, quando acaba bem.

Restaurante Faz Figura
Rua do Paraíso 15 B
1100-396 LISBOA
Telf. 218 868 981
Horário: Das 12:30 às 15:30 e das 19:30 às 23:00
URL: www.fazfigura.com

Ficção Cientifica? Desenhos animados? Uma história de amor… Charlie Chaplin. Sim, fosse esse mestre vivo e esta poderia ser uma historia contada por ele. Aliás, com um pouco de atenção (ou imaginação) podemos ver o chapéu preto na cabeça do Wall-E.

Há 700 anos que os humanos deixaram a terra por não conseguirem sobreviver no meio de tanto lixo. Foram em busca de um mundo melhor. Nos seus últimos tempos por cá ainda tinham esperanças de conseguir remediar a coisa e construíram uma série de robots (os Waste Allocation Load Lifter-Earth Class ou Wall-E’s para os amigos) para apanharem, compactarem e arrumarem o lixo mas, a sociedade de consumo consumia mais do que os robots conseguiam arrumar. Nada a fazer.

A bordo da nave Axiom, os humanos partiram em busca de novos mundos, em busca de espaço. Desligaram-se o Wall-E’s, apagaram-se as luzes e tudo acabou. Bem, não foi bem assim. Esqueceram-se de desligar um. Um Wall-E. Que dia a dia foi cumprindo a sua missão: Apanhar, compactar e arrumar o lixo que os humanos fizeram.

O tempo passou e passou. 700 anos dele. E 700 anos dá para muita coisa e nos filmes dá até para um robot ganhar alma. E não é sem mais nem menos. Teve a preciosa ajuda de uma barata (alguns comparam-na com o Grilo Falante, amigo do tipo do nariz que crescia mas eu, observador atento, sei que o Grilo era uma consciência. Coisa diferente da alma) que, à sua maneira, sustentava a necessidade de sensação paternal que requer o crescimento. E o Wall-E foi crescendo.

Um dia aparece a Eva. Nós não sabíamos mas foram os humanos que a enviaram. Ainda em busca do tal mundo novo, sem se mexerem muito que isso cansa, eles enviam de tempos a tempos novas unidades robots para explorar o espaço em busca de um ambiente amigável, respirável. Nem eles sonham mas enfim…

Está mais que visto. O Wall-E apaixona-se pela Eva. Faz-lhe a corte e… Ela deixa-se dormir. Pois, a Eva é uma senhora. Aquilo é material de primeira. Tem uma missão a cumprir. Eva espera agora que a venham buscar, que a levem de volta à Axiom com o troféu que carrega, uma pequena planta, prova de vida, que o Wall-E lhe ofereceu.

A abordagem do filme é mais adulta do que o normal nestes filmes de animação. A mensagem do silêncio, ou da falta de vozes durante a primeira hora do filme, é uma coisa brutal que entendemos perfeitamente. Não é preciso dizer nada.

A coisa complica-se, em todos os sentidos, com o regresso de Eva à Axiom. Aqui ficamos a saber que afinal, o Wall-E não foi o único robot a “crescer”. Ainda que a humanidade pense estar no comando não está. São as máquinas quem manda e não estão com a menor vontade de voltar à Terra.

Bem, não me vou por para aqui a contar a história toda, principalmente porque há imensa gente que ainda não viu e nem está a pensar em ver esta jóia que é o Wall-E. Mais perdem.

Wall-E é um novo ET e não o novo ET. Traz consigo pedaços de coisas tão dispares como 2001 ou Hello Dolly. É de uma inovação tecnológica de momento, difícil de imaginar suplantada. Tem das mais necessárias mensagens ecológicas assim como nos pode dar valiosas lições de moral mas acima de tudo, há que recordar Wall-E como, ainda que caindo em lugar comum, uma verdadeira obra-prima.

Ainda há esperança. Assim se possam dar as mãos tal como deram o Wall-E e a Eva ou o John e a Mary. Posso escrever com certezas pois no alto dos seus 4 anos disse a Patrícia no fim do filme: E ficaram todos amigos.