E eis que o relato da nossa mais recente viagem a Nova Iorque continua (iniciou em Férias em Nova Iorque outra vez (ou New York 2008)). Desta feita, uma Nova Iorque mais além, além de Times Square e das ruas movimentadas, além das limusinas e das montras de Natal.

O Brooklyn… Para além da ponte.

Já tínhamos ido até Brooklyn na nossa anterior visita a Nova Iorque. Atravessámos a ponte, passeámos um pouco, comemos num daqueles bares típicos de bancos corridos e lá estávamos de volta a Manhattan. Desta vez o passeio foi diferente. Um Brooklyn mais profundo, mesmo lá no fundo (o que viria a ser um padrão nos passeios seguintes). Resolvemos visitar o Brooklyn Botanic Garden. E acreditem que vale a pena.

Lá longe, numa América já diferente, num daqueles cruzamentos entre uma bomba de gasolina e uma casa de fast-food, o jardim botânico do Brooklyn proporciona um passeio agradável entre árvores, esquilos e estufas muito bem cuidadas. É de salientar a forma original como varias estufas representando diferentes ecossistemas estão interligadas em estrela através do núcleo desta onde o visitante pode descansar e comer qualquer coisa num prazenteiro café…

At the Brooklyn Botanic Garden (XII)

É efectivamente um mundo à parte. Exceptuando alguns locais que aparentemente aqui têm o seu ponto de encontro, há curiosos das ervinhas e estudantes. O turismo passa noutra estrada.


Antes do regresso a Manhattan, uma paragem num Donkin Donuts local. Entre uns divinais (sim, eles são mesmo bons) Donuts e mais um Hot Chocolate (que não é o do Starbucks mas enfim, o bolo compensa) eis que a Susana olha para a janela e exclama com declarado ar de espanto: “Olha um branco!”. Já há algumas horas que não se via nenhum…

Duma ponta à outra. O Bronx também nos recebeu…

Apesar das dúvidas de um casal amigo sobre a nossa segurança, estávamos decididos a ter uma visão alternativa da cidade que nunca dorme. Ao fim e ao cabo, tudo ali faz parte do nosso imaginário. Uma visita ao Bronx desta vez não nos escapava.

O Metro é o melhor amigo de quem visita Nova Iorque e que o diga quem for até ao Bronx. Assim para terem mais ou menos uma noção da distancia, Times Square fica na rua 42 e o local para onde nos dirigíamos fica na rua 180. A viagem demora muito tempo e à medida que vamos subindo é fácil entender que estamos a entrar quase noutra dimensão. Primeiro são as pessoas no Metro que vão mudando e depois a paisagem circundante. Mais uma vez, a Nova Iorque dos filmes… De alguns daqueles mais underground

Estávamos longe, muito longe. Mais uma vez, quase não se vê ninguém. Estradas largas e cruzamentos com muitos stands de automóveis daqueles à americana. “Compre aqui e faça o melhor negócio da sua vida” e tudo com muita luzinha de natal… Tentámos perguntar por direcções. Foi difícil. Difícil encontrar quem falasse inglês. A certa altura deu para entender que nos safávamos melhor com um espanhol arranhado ou até em português

O destino era o New York Botanical Garden. O enorme jardim botânico de Nova Iorque é famoso pelo seu papel no estudo da ciência botânica desde 1891 e costuma com alguma regularidade apresentar algumas exposições que lhe dão um encanto adicional.

Este ano, para além da exposição de obras do escultor Henry Moore espalhadas por todo o jardim, tivemos a oportunidade de visitar uma pequena exposição no edifício central sobre o Crisântemo na arte japonesa e, a principal atracção da época, The Holiday Train Show. E acreditem que não é propriamente uma brincadeira de crianças mas encanta igualmente miúdos e graúdos.

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O The Holiday Train Show é, de uma forma muito resumida, uma exposição de cerca de 150 miniaturas de edifícios e monumentos famosos da zona de Nova Iorque mas completamente feitos com pedaços de plantas, pequenos troncos, galhos, folhas e até frutos. Tudo isto magnificamente iluminado e com vários pequenos comboios que constantemente apitam avisando da sua passagem… É difícil descrever o quão espectacular é esta exposição e como tal aconselho vivamente uma passagem pelo site da mesma.

Não pensem que este passeio (a visita à exposição) se faz assim ao de leve. Tamanha foi a espera para a entrada que deu para conhecermos um divertido casal do Connecticut e com eles debatermos durante algum tempo temas tão dispares como o frio, os hotéis da cidade e a corrupção na politica… Coisa pouca.

O jardim botânico estava agora cheio de visitantes. Não se iludam. Muito poucos turistas e desses muito poucos estrangeiros. Aquilo funciona mais como passeio de fim-de-semana, sitio agradável… Os turistas estão todos lá em baixo. No Macys e na 5ª Avenida…

Ainda no jardim botânico de Nova Iorque conhecemos um outro simpático casal mas este mesmo dali, do Bronx. E com pinta disso. Deu para entender que, no outro lado do mundo encantos simples funcionam juntos dos mais novos da mesma forma que aqui em Portugal. Assim como a Patrícia aprende palavras em Inglês com os desenhos animados da Dora, também o filho deste casal aprende palavras em Espanhol com os mesmos desenhos animados.

Foi igualmente curioso verificar que este casal tem com o filho (mais novo do que a Patrícia pois ainda não tinha 3 anos) a mesma atitude que nós temos com a nossa quando ela cai ao chão… Entre festas e aplausos a mensagem a passar é que quando caímos só há uma coisa a fazer: levantar.

Já de noite, o passeio estava terminado. A ideia de voltar a correr as ruas do Bronx e desta feita, mal iluminadas, não nos pareceu a melhor mas se não houvesse alternativa… O tal casal de locais informou-nos que mesmo ali junto a uma das saídas do jardim existia uma estação de comboio que nos punha na Grand Central em 20 minutos. Assim foi. Um frio de rachar e mais uma historia no livro das recordações…

Muito em breve, o relato continua.

7 thoughts on “Férias em Nova Iorque outra vez (ou New York 2008) III

  1. Billy, adoro ler o teu diário, e ao ver o comentário da Susana a dizer que tinha visto um preto, fez-me lembrar as minhas últimas 3 semanas em Angola, as 3 antes da independência.Estava eu no porto do Lobito com uma amiga a tentar tudo para enviar alguns dos tarecos para Lisboa quando nos deparamos com duas crianças por acaso brancas entre os 5 e os 7 anos. Olhamos uma para a outra e dissemos algo como, olha as crianças. Nessa altura demos conta que durante 3 semanas em duas cidades Lobito e Benguela não tinhamos visto nenhuma, de cor alguma. Efeitos de guerra. Um beijinho da mãe adoptiva

  2. Caro amigo Pedro, estou a adorar o relato desta tua nova viagem à “Cidade Que Nunca Dorme”, aguardo ansiosamente a sua continuação.

  3. Pedro, quando é que recomeça os relatos de New York? Fiquei com a sensação que ainda tinha muito para nos contar.

  4. Amigo Pedro, é uma grande pena que não tenhas continuado com o relato da tua viagem.

  5. Ok… Vocês estão com a razão… A coisa ficou por finalizar. É algo que por vezes acontece nestes relatos longos… E depois, parece ao autor que já não recorda como deve de ser aquilo que passou, ou que talvez já não faça sentido continuar… Parvoíces…

    Prometo voltar à carga. Ainda mais porque o planear da próxima visita à Cidade Que Nunca Dorme já está em marcha…

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