Vou aqui contornar um pouco as minhas regras (ao fim e ao cabo 4 anos de Direito devem servir para alguma coisa) e esticar-me num assunto sobre o qual por norma não escrevo: O trabalho.

Daaaaaaaa-sssseeeeeee!

Desculpem. Segunda-feira foi um daqueles dias em que a expressão acima consegue resumir a mais simplista e delicada das sensações que me rodearam até sair do deserto e voltar para casa. Literalmente, de manhã à noite. Imaginem um dia em que vocês perguntam a alguem a quem respondem hierarquicamente, se tem conhecimento de ir haver alguma apresentação no dia seguinte. Imaginem agora ter como resposta: Sim. És tu que a vais fazer. Daaaaaaaa-ssseeeeeee. Desculpem lá outra vez. Confesso que já estava à espera mas isso não vem de modo algum minorar o que penso sobre o assunto. Se eu vos disser que não tinha a menor ideia sobre o tema da apresentação… Correu muito bem. Vale a pena saber do que se fala.

Já chegou e eu tinha esquecido de vos contar mas de qualquer forma, fica a condizer com o dia do aniversário certo? Trata-se do poster de cinema original de V for Vendetta (podem encontrar o dito aqui. Chega-vos a casa ao fim de uma semana).
V

Mas que raio tem V for Vendetta de tão especial? Não é só um filme sobre um tipo mascarado? Pois que não me parece. Acho até que “só” é um termo que em nada relacionado com V possa ser aplicado. Todo ele é muito. Sinceramente, que se lixem os grandes criticos (aqueles dos jornais e revistas importantes) que prefeririam qualquer filme da Nova Zelândia a mais um produto de Hollywood. Alguem escreveu em tempos que “… a graphic novel de Alan Moore (V for Vendetta) está para a Banda Desenhada como 1984 de George Orwell está para a Literatura ou seja, cada um deles representa o auge da alegoria politica sobre a tirania dos poderosos.”. A representação cinematográfica veio dar razão ao argumento. Este debate ficará para outro dia (assim como a Música no coração que fomos ver ontem no Politeama). A sério. Hoje não tenho tempo…

Voo 93Tal como diz o Nuno Markl, isto não é um murro no estômago. É um tareão. Voo 93 ou no seu original United 93 é mais um daqueles filmes que me parecem estrear na data errada. Agosto e uma bomba destas? Enfim, são escolhas que não as minhas. Voltando ao filme, meninos e meninas, é um filme a não perder. Havia na sala quem estivesse desiludido e é natural. Ali perderam a ilusão de que iam ver uma hora de acção terpidante à lá Van Dame ou passageiros tipo Steven Seagal a liderar uma Bounty dos ares… Não. Nada disso. Quando o filme terminou, após a última cena em que o chão chega vertiginosamente ao vidro do cockpit, um silêncio como há já muito não ouvia numa sala de cinema (estranho não?).

Ainda que na primeira meia-hora a coisa tenha custado um pouco a digerir (está a ficar habitual mas vou atribuir culpas ao facto de estar cansado e a precisar urgentemente de férias), a história do único dos 4 aviões sequestrados a 11 de Setembro de 2001 que não alcançou o objectivo dos sequestradores (fosse o Capitólio como nos mostra o filme ou qualquer outro) aqueçe bastante assim que o avião levanta voo. Vamos ver terroristas e passageiros, ao mesmo tempo, a acreditarem. Vamos ver decisões tipo “perdidos por 100 mas nunca por mil”. A coragem que se calhar só se pode ter quando sabemos que já só nos resta fazer algo pelos outros. Ao mesmo tempo vemos a Terra. Vemos a terra deles, a América. Pânico. Não pelo mal que lhe fazem mas por não saberem como impedir que lhe façam mais. A loucura de uns, prontos a arriscar tudo, e a ordem que não chega… Não se sabe bem quem manda. O filme não para. E o mundo também não. Já todos sabemos que ninguem sobreviveu à queda. Este filme é uma bela homenagem a todos quantos cairam. Ali e noutros sitios.
E como se escreve no site Window to the Movies:

The story will become myth and legend; and, when done well in a film like United 93, pure power.

Luc Besson é um dos meus realizadores favoritos. Aliás, um dos poucos (Lynch?) que lembro sempre que falo de realizadores. Foi ele que me mostrou Nikita, Leon, Joana D’Arc ou o Quinto Elemento… Foi também ele que me deu a conhecer o Jean Reno (alguem se lembra dele no Subterraneo?) e a Anne Parilliaud, enfim, um monte de coisas boas…

Angel-A

Agora descobri que ele estreou mais um filme por cá… Angel-A é um filme françês (já estou a imaginar esses ratinhos a clicarem no x ali à direita para fecharem a janela do browser), falado em françês (ainda está por ai alguem?) e a preto e branco (vale a pena continuar a escrever?). É uma história romantica (agora é que foi) e uma comédia ao mesmo tempo. Só podia. O elenco principal é composto em 50% por Jamel Debbouze (lembram-se dele em O Fabuloso Destino de Amélie Poulin ou em Asterix: Missão Cleopatra?) e isso é garantia de diversão. Os outros 50% estão a cargo de Rie Rasmussen (só me lembro dela em A Mulher Fatal) que com muito pouca roupa garante a parte angélica do filme. Ao que parece, Angel-A partiu da ideia de que os homens dificilmente se aceitam de forma positiva, tipo o que vemos as más da fita fazerem no cinema: frente ao espelho dizerem algo como “Adoro-me”. Dai nasce André, tipo triste e envergonhado mas nasce também Angela, a loira escultural que sorri e vê a vida pelo lado bom, como o oposto a André e que a certa altura lhe diz: Eu sou tu – e responde André – O quê? Eu sou uma miuda loira de um metro e oitenta? Sim, por dentro – responde Angela na sua divina sabedoria…

A ver vamos o que nos espera… Talvez um clube de video…

p.s. Não tenho escrito muita coisa não é? Ocupado demais ali para os lados do trabalho (sim, que estas cenas da Internet e dos sites e de fazer mil coisas sem sair de casa é tudo muito bonitinho mas para alguns de nós dá um trabalhão do caraças) e com o meu novo brinquedo de que vos falarei assim que tenha mais tempo…

E pois que lá fomos nós ver “A Casa da Lagoa” no seu original (remake para dizer a verdade), The Lake House. E eis que, o que muitos dão como “charopada de gaja” ainda antes de o verem, se revela uma agradável supresa. Afinal aquilo é um filme Sci-fi. Só pode. Da forma como os conceitos espacio-temporais são baralhados e tendo em conta que ainda por cima temos um personagem comum a dois tempos sem entendermos bem como é que o raio do bicho se faz comum a dois espaços, isto só pode ser um filme Sci-fi. E dos bons. Ao fim e ao cabo, a Susana gostou (se bem me lembro a última cena mais Sci-fi que a Susana disse ter gostado foi o Childrens of Dune o que elevou bastante a fasquia.). É uma cena romantica… Ah pois é, ah pois é… E depois? O Blade Runner não tem cenas romanticas? Tem buracos no argumento… Ah pois tem, pois tem… E depois? Qual é o filme com viagens no tempo que não os tem? E acaba bem… Pois. É Verão. Mas afinal o que querem voçês? Ou acaba bem ou é um filme de terror assim a dar para o rafeiro… Ainda bem que acabou bem…

Uma vez mais a falta de tempo a imperar sobre o browserd.com. E desta vez não tem mesmo havido tempo, nem em casa pois esta tem servido essencialmente para dormir desde que a Patricia foi para casa do avô. Isto significa que, do ar condicionado do escritório tenho saido quase directamente para o ar condicionado de uma sala de cinema ou restaurante. A semana começou com a benção do pirata Jack Sparrow que corria pelas areias deixando-me com um gostinho a Road Runner mas a dobrar que é como quem diz, ora agora sou coiote ora agora sou beep-beep… Johnny Depp em alto nivel, comédia como d’antes mas muito mais aventura. Viva os filmes de piratas… Keira Knightley aproveita a deixa para mostrar ao mundo que também ela é uma verdadeira pirata. Há para ai muita gente a falar mal e a dizer que não gostou… Temos pena efectivamente pois se gostassem não teriam dado o tempo por perdido. Eu gostei, e muito…

Terça-feira foi noite de Adega do Kais. Com um casal amigo (não se preocupem que eu não digo os vossos nomes) só foi pena a noite acabar cedo. Gostei e a meio da Quarta ainda estava cheio… Já não estou habituado a tais andanças.. E eis que chegou a Quarta-feira e caída que estava a noite, foi gozada no Luca. Também em muito boa companhia lá fomos aos Raviolis de Bacalhau, aos Pennetes e a um outro prato de carne cujo nome não me lembro. Regados a Quinta de Cabriz Encruzado, branco (sim, nem parece meu) e fresco, fiquei capaz de dizer que talvez o tinto não tivesse ficado ali tão bem. As noites já estão quentes. Coulant de Chocolate com gelado de caramelo e um Porto vintage à sobremesa foi o inicio do fim. Os daiquiris e as grapas que vieram a seguir, foram a  forma de complementar a garantia de que lá queremos voltar. O serviço e a simpatia, que como sabemos não é obrigatória mas muito apreciada, foram a garantia em si.

Ontem foi noite de cinema novamente e desta feita para assistirmos a Lucky Number Slevin em Portugal chamado de “Há dias de Azar”. Thriller negro e estranho até, vai certamente sofrer com a data de estreia mas não merecia pois com um elenco a contar com Sir Ben Kingsley, Morgan Freeman, Josh Harnett e Bruce Willis já se vê o que lá vem… E por favor, não se deixem enganar pelo ambiente disco que leva o filme de uma ponta à outra. Dificil mas compensador…

Tal como disse ali em cima, ando a sofrer de falta de tempo. Agora não digo mais nada que estou com pressa…