Ainda há uns dias atrás, em resposta a um link que referi no Facebook, lembrou o Armando Alves que as chamadas Content Farms já estavam a chegar a terras lusas e que tal “… não é uma visão bonita.”.

Ao que parece, o Google também partilha da mesma opinião e já se esforça por tentar diminuir a presença destes sites nos seus resultados de pesquisa, implementando um novo algoritmo que permitirá a redução do ranking de classificação destes mesmos sites.

As Content Farms são essencialmente sites que se alimentam de conteúdos alheios, copiados automaticamente, por vezes até com tradução automática de conteúdos e que perdem todo o sentido mas não deixam de conter keywords (palavras-chave) relevantes para as pesquisas.

Segundo a Mashable, o Google espera com esta alteração ao algoritmo impactar 11.8% das pesquisas feitas. Por enquanto a alteração irá abranger unicamente os Estados Unidos mas espera-se que se alargue ao resto do mundo o quanto antes.

Eu sou uma daquelas pessoas que gosta mesmo de livros.

Quando vivia em casa dos meus pais, nunca houve da parte destes qualquer hábito de leitura (hoje, quer um quer o outro devoram livros a uma velocidade que me faz inveja. Vantagens de uma vida sem grandes preocupações… Ainda bem.) mas eu devo ter herdado da minha avó materna o gosto por ler. E como não tinha os livros em casa, desde cedo os comecei a comprar, ao meu gosto, ao meu interesse, ao meu ritmo e, ainda que com alguma disponibilidade garantida pelos pais (mesmo que não os comprassem, incentivaram-me a comprar e contribuíam obviamente com o dinheiro para tal), com a perfeita noção, principalmente a partir de certa altura, dos sacrifícios necessários para tal.

“Bebo mais um copo com os amigos logo à noite ou compro amanhã “As minha aventuras na Republica Portuguesa” do Miguel Esteves Cardoso?”

Lá fui enchendo as estantes de casa, mudei de casa, mudei de estantes, comprei estantes novas e, mais do que uma vez, tive que guardar livros em caixotes e dar-lhes o caminho da casa do sogro… Tem lá mais espaço e mais estantes. Não os mandei para casa da mãe pois as estantes que por lá havia já estavam cheias… Sim, eu gosto de livros…

Entretanto nasceu a Patrícia e eu decidi que não vão livros para mais lado nenhum. Enquanto houver um buraquinho, os livros ficam lá por casa. E porquê? Porque se e quando a Patrícia os quiser ler, já lá estão.

Mas será que a minha filha vai querer ler os livros que eu comprei?

Bem, entre “Os Três Mosqueteiros” e  a “História da Arte“, do “Moby Dick” ao “O Regresso do Cavaleiro das Trevas“, da “Mensagem” ao “O Grande Fosso“, das “Flores do mal” ao “O Refugio da Moreia“, do “Terceiro Testamento” ao “A Pele do tambor” ou ao “Wilt“, lá escolha não lhe faltará. Se os quiser ler, estão lá, são todos dela. E se continuar a tratar deles como os tem tratado até hoje, caso queira, serão também dos filhos dela.

Quando hoje compro um livro para mim, sei que o vou colocar na estante e que a partir de então, esse livro não é só meu, é nosso. E quando compro um livro para a minha filha, vejo ali não só a alegria espelhada na cara por ter recebido uma prenda mas também, o carinho com que o folheia depois e o cuidado (mesmo que por vezes descuidado) com que também ela o arruma  na estante.

Ora aqui está então o meu problema com os e-books: Como diria eu à minha filha «Folheia com cuidado, para as folhas não se soltarem…»…  E será que «Toma lá este pdf, que era do teu avô…» significará alguma coisa?

Que pensam vocês do assunto? Como vão vocês deixar os vossos e-books aos vossos filhos? Numa Flash Drive especial? Num disco multimédia partilhado na rede lá de casa? Já pensaram nisto? E a que conclusão chegaram?

É oficial. Segundo o mais recente estudo da PEW Research Center, a Internet está cada vez mais próxima de se tornar a principal fonte de noticias nacionais e internacionais.

A internet a alcançar a televisão como principal fonte de informação noticiosaNo estudo realizado entre os dias 01 e 05 de Dezembro de 2001 a 1500 adultos norte-americanos, 41% dos entrevistados disseram receber a grande maioria das noticias através da Internet, 17% mais do que em 2007. Já relativamente à Televisão, 66% dos entrevistados afirmaram ser a principal forma como recebem as noticias tendo este valor descido dos 77% no mesmo período de 3 anos.

No que se refere aos utilizadores com idades compreendidas entre os 30 e os 49 anos, a Internet está já a caminho de ocupar o mesmo lugar, ou até mesmo ultrapassar a televisão como principal fonte de noticias dentro de muito pouco tempo. Nesta faixa etária, as percentagens são de 48% pela Internet versus 63% pela televisão.

São também interessantes os resultados relativos ao nível de escolaridade onde por exemplo, entre os licenciados, as percentagens são já de 51% para a Internet contra 54% para a Televisão.

Mais dados deste estudo podem ser acedidos nas páginas do PEW Research Center.

Den of Geek é um daqueles sites onde há sobre coisas boas para ver… Dentro do género é certo. E o género fica bem claro no nome do site, não deixando lugar a equívocos.

Desta vez, Den of Geek traz-nos um Top diferente. Não é o top da séries, o top dos filmes, o top das musicas ou o top dos tops. Que tal o background sonoro vossa série favorita? E que tal o daquela série que até nem era grande coisa mas cuja sonoridade batia a da vossa série favorita aos pontos?

O background sonoro, normalmente referido como score, não é a banda sonora da série mas sim a composição sonora, na maior parte das vezes só instrumental que contribui para a marcação de tempos, ritmos, emoções, durante a visualização. Um exemplo. A série Without a trace (Sem Rasto em Portugal) tem uma grande banda sonora mas um fraco score.

Vejam no Den of Geek alguns dos melhores exemplos de scores verdadeiramente memoráveis. De Battlestar Galactica por Bear McCreary a The Adventures Of Sherlock Holmes por Patrick Gowers.

Engraçado é ainda o facto que, das 11 apresentadas, 7 fazem parte da lista das minhas séries favoritas. O top está em The Top 11 television music scores.

Em maio de 2008, publiquei um post a que chamei de «Os perigos da Internet». Hoje, e graças ao post que o Marco Santos publica no Bitaites, «Moita Flores junta-se ao antro de terroristas e solitários», relembro aqui esse momento histórico da blogsfera nacional em que aquele cujo nome não deve ser pronunciado anuncia na televisão nacional, a verdadeira natureza dos bloggers: Um antro de terroristas.

Aqui fica então, a memória do momento:

Os Perigos da Internet.

O debate do programa “Aqui e Agora” sobre “Os perigos da Internet” veio provar o serviço público que é a televisão mesmo que a privada. Revelou ao mundo de forma clara, pelo menos, mais um dos grande perigos da Internet: O Moita Flores.

As frases

  • (a Internet) … nem abro…
  • (os blogues) … são mundos de devassa, de violação, de violentação…
  • A democracia desnuda-se à sua destruição…

E não fica por ai…

A interacção

Moderador: “Quem bloga está a dizer “Vejam que bem que eu escrevo. Mandem-me os vossos comentários…”
Moita Flores: “Porque não têm a capacidade de fugir da solidão”

O próprio moderador começa então (bem, talvez o tenha demonstrado desde o inicio mas eu estava a ser simpático) a revelar o evangelista que há em si:

“Uma mulher que pediu o divorcio do marido, em vez de lhe cheirar a camisa ou de lhe ir à carteira, foi-lhe à net e descobriu uma infidelidade.”

Foi-lhe à net. Note-se o bold e só não se sublinha para não parecer um link. Foi-lhe à net é algo de memorável. E para evitar surpresas desagradáveis neste momento vou telefonar à minha mulher dizendo-lhe que não me vá à net. O diabo pode tecê-las e ela descobrir que de quando em vez eu falo com outras mulheres aqui por estes lados… Ups. Ela já sabe.

O programa

Quem não viu faça o favor de visitar a página do programa Aqui e Agora referente ao debate em questão. Serviu para alguma coisa? Para pouco. Infelizmente esse muito pouco é mau. Muito mau. Imagino todas as casas em que mães e pais cientes da razão televisiva ao ver o Moita a falar tão eloquentemente sobre os perigos deste novo mundo, gritaram da mesa da cozinha: “Carlinhos, sai do computador. Já. Desliga a porcaria da Internet”.

p.s. Caro Lourenço Medeiros, diz-me a verdade: Sabias que a tua peça ia acabar nisto? Já cá andas há uns anos para saber que era má ideia. Precisas de ajuda para educar (no bom sentido é claro) essa gente por ai?