Um dos assuntos do dia lá no escritório foi: Cartões de visita profissionais.

Na nossa actividade do dia a dia muitas vezes nos deparamos em situação que apelam à troca de cartões de visita. Seminários, conferências, cursos e até mesmo reuniões de trabalho com fornecedores ou colegas de países diferentes. O cartão de visita é efectivamente parte do universo profissional.

Agora a grande questão: Que dados incluir nesses mesmos cartões? Se a opção fosse pelos chamados cartões de empresa a coisa estava simplificada: Logo e nome da empresa e contactos da mesma. Morada, telefones, site e endereço de e-mail. Mas não é o caso.

Cartões Personalizados

Os cartões de visita que por cá se usam apresentam por norma o logo e nome, nome do colaborador, departamento, função (se exerce cargo directivo), morada, telefone e endereço de e-mail.

Tendo em consideração o quão internacional é a entidade para a qual trabalho e também o elevado grau de mobilidade que lá existe (quer em termos de departamentos quer mesmo em termos de localização física) não seria mais sensato reduzir os elementos identificativos do colaborador ao nome, departamento, função (em caso de cargo directivo) e endereço de email?

Entendo as vantagens que possam existir na clara identificação da morada física nos cartões de visita profissionais mas, nos casos em que a mobilidade é mais que provável talvez não faça muito sentido.

Ou talvez fosse boa ideia apresentar, nos casos em que tal seja possível, uma morada central da empresa, a partir da qual toda a correspondência possa ser internamente encaminhada para o colaborador onde quer que ele se encontre no momento.

Que vos parece? Alguém tem ideias sobre o assunto? Sugestões? Como é na empresa para a qual trabalham?

Ontem à tarde, enquanto testávamos no trabalho um novo interface de publicação web, reparei num documento em que o titulo estava centrado, em maiúsculas, e em que o corpo do texto se encontrava justificado às margens. Tendo em consideração o respeito que tenho pelo meu colega e pelo trabalho que desempenha (e muito bem diga-se à vontade pois sei que ele não visita este site) questionei as decisões de desenho do documento em questão. Porquê o titulo centrado? E porquê em maiúsculas? Bem, porque tudo aquilo daquela forma? Entre algumas respostas verdadeiramente corporativas saiu uma frase que me chocou: “Uma coisa que tu não podes é mudar o gosto das pessoas!”.

Quem são as pessoas?

Quantos de entre os visitantes cá do site gostam de ver títulos centrados nas páginas que visitam? E quantos de entre esses mesmos visitantes gostam de títulos em maiúsculas? Bem, sei que grande parte desses mesmos visitantes é batido nestas coisas de Internet, já andam por aqui há uns anos e coisa e tal e sabem bem o que se entendeu representar neste mundo digital com as frases em maiúsculas certo? Pois. Serão vocês as pessoas? As quais eu não posso mudar o gosto? Se calhar sim. Se eu estiver a falar aqui do meu site. A ver: Eu escrevo para mim é certo. Mas escrevo para vocês também. Vocês são a minha audiência. Mais do que uma vez eu perguntei por aqui “o que acham” sobre isto ou aquilo. O vosso gosto interessa-me. Mesmo assim, posso tentar mudar o vosso gosto. E se o fizer, posso até conseguir. Mas sei, mais ou menos, o que vocês gostam. Que mais não seja porque vos pergunto. E as pessoas a que o meu colega se referia? Será que lhes perguntaram alguma coisa?

O uso e o standard.

Como não se perguntou a toda a gente que usa a Internet qual seria a melhor forma de apresentar um documento (entenda-se documento por algo tão simples como um press release) na web, o uso foi sendo baseado em alguns standards e tornando-se assim por si mesmo um standard. A diferença entre isso e uma decisão completamente arbitrária do que deve ser a disposição dos diferentes elementos de um documento quando na web é o fundamento algo cientifico de muitos e longos testes feitos desde que o Tim Berners-Lee se lembrou desta coisa do html. Assim, alinhamos coisa à esquerda, porque os nossos olhos fazem scan às páginas da esquerda para a direita e focamos mais tempo a direita logo, é lá que colocamos o essencial. O facto de alinharmos as coisas dá-nos também uma ancora espacial tornando a leitura de qualquer documento mais fácil pois o nosso cérebro sabe onde se dirigir para o começo da leitura. Da mesma forma existem argumentos bem fundamentados para não escrever tudo em maiúsculas. Escrever tudo em maiúsculas ocupa cerca de 30% mais espaço em qualquer página e torna a leitura mais lenta e mais aborrecida.

Educar para crescer melhor

Depois de toda esta lenga-lenga a minha pergunta para a plateia: Não posso mudar o gosto das pessoas? Não devo sequer tentar? Não será nosso papel enquanto designers educar mentalidades? Não que não sejam já educadas mas abrir-lhes os olhos a novas disciplinas, a novas ideias, no nosso caso, passar do papel ao digital?

Ele há coisas do caraças. Num dos meus sites em WordPress de repente, sem qualquer razão aparente, o editor visual deixou de funcionar passando a estar unicamente disponível o editor de html. Na versão anterior do WordPress isto nem seria alvo de questão uma vez que a primeira coisa que fazia assim que instalava o dito software a primeira coisa que fazia era inibir o editor visual. Para chatices já bastam as do Windows. Na versão 2.5 tal já não é necessário. O editor visual está potentissimo e não dá (pensava eu) chatices. Por sua vez, no site em questão dá imenso jeito pois quem o deve usar (a carregar conteúdos) não é versado em html “nem nessas coisas estranhas”. Estava em muito contente quando de repente, pumba. Nem editor nem meio editor. No local das ferramentas de edição lá estavam aquelas caixas cinzentas das tags html.

Wordpress 2.5 Visual Editor HTML crash

Wordpress 2.5 Visual Editor a funcionar

Voltas e mais voltas pela Internet e pelos vistos há muita gente a queixar-se do mesmo e ainda ninguém chegou a uma conclusão final. Uns dizem que é da cache, outros do plugin, outros dizem que não fazem ideia de qual seja a causa mas que sabem a solução enfim, cada um diz o que quer. Tentei seguir aqueles que me pareciam mais lógicos. Cache do WordPress, plugin, cache do browser, tudo o que não implicasse mexer no código da aplicação pois, se funcionava e deixou de funcionar sem nenhuma alteração à aplicação, em principio não deveria obrigar a nenhuma alteração de fundo… Nada funcionou. Cansei-me. A sério. Se fosse um daqueles erros que dá nas aplicações da Microsoft e que ninguém consegue explicar (tenho em mãos um problema com resources em CMS 2002 que nem queiram saber) a queixa ia direitinho para a Microsoft e esta lá iria disponibilizar os recursos possíveis para resolver o problema. Esperava. A culpa era de alguém que não minha e pouco poderia fazer (não sou programador certo?). Neste caso não pode ser assim. Quando sou eu a sugerir usar uma plataforma open source que mais ninguem usa lá pelo trabalho, se a coisa falha é a mim que me pedem contas. E sou eu que as devo pagar. Vai ser uma noite pêras.

Está neste momento a passar aqui por baixo da minha janela. Eles são muitos e gritam “Sócrates desculpa! A juventude está na luta!”.

Vá lá… A sério. Nota-se à distância a ausência de palavras de ordem relacionadas com “trabalho”. Poderá a veia poética portuguesa influenciar as decisões tomadas? Imagino já as rimas…

Entretanto vejo também daqui de cima o elemento orientador que grita as ditas palavras de ordem que traz escritas num papel (não vá esquecer-se do verdadeiro objectivo)… Sim senhora, um verdadeiro espectáculo. E que melhor dia do que uma sexta-feira à tarde ainda mais, solarenga que está.

Volto ao trabalho.

p.s. Não sei como ainda não se lembraram das rimas com Luta.

Update“Injustiças sociais, arre porra que é demais!” A coisa aquece.

Não é por nada mas a conversa de que para ser um consultor basta saber fazer boas apresentações em Powerpoint é uma grande mentira. Cada vez mais me convenço que podes ser consultor sem entender nada de Powerpoint ou de apresentações em geral. Mas quando é que as consultoras de renome aprendem que, se não sabem fazer apresentações em Powerpoint, devem pagar a quem saiba. Ao fim e ao cabo, gastam-se milhares (por vezes milhões) e as apresentações não deixam saudades. É sabido que os olhos também comem. Será que a satisfação do cliente já não é um driver a considerar? Ainda que as conclusões apresentadas sejam excelentes, a forma como se apresentam pode dar cabo de tudo. Mas toda a gente sabe isso não?

Fica uma pequena dica: Dois ficheiros de Powerpoint. Um para apresentar e outro para entregar em papel. Garanto que faz toda a diferença…