Vampiros estão na moda. Vampiras sempre estiveram na moda. Em inglês não é problemático dizer o que fazem os vampiros e as vampiras: They suck. Já em Portugal, dizer que as vampiras chupam talvez não vá soar assim tão bem. Isto levanta o tema: Como se irá chamar o filme “Suck” quando chegar a Portugal? E é bom que chegue. Depressa.

Suck, o filme, juntos, Alice Cooper, Iggy Pop, Moby. Com musica de Bowie, Lou Reed, Stones… Tudo isto e a Jessica Paré como vampira?

Este filme tem quase tudo o que é preciso para se tornar rapidamente, um filme de culto.

“You’re the best audience in Europe so far!”. Dolores O’Riordan sabe bem o amor que o publico português lhe tem e sabe também, como nutrir esse mesmo amor. Ainda bem.

Que outra forma há de o dizer? Os The Cranberries voltaram a Portugal e antes de partirem prometeram voltar. E em breve. Porque não? O Campo Pequeno estava completamente lotado. Os anos 90 voltavam à ribalta mas ali, a encantar dos 8 aos 80 (ou pelo menos aos 60 a considerar o casal que se encontrava ao nosso lado na bancada).

Da calmaria sonhadora e quase inocente de “Ode to my family” ao som poderoso de “Salvation”, passando por “Analyse” e “Linger”, levando a audiência ao estado que só as grandes bandas levam (que diabos, da Irlanda, mais famosos só os U2) com a mensagem de “Zombie”, toda a banda contribuiu para este grande espectáculo. Dolores porém, aos 38 anos, corpo franzino de teenager rebelde, é uma criatura de palco, que se diverte como poucos em cima do palco e dá o mote para que todos os músicos vibrem com cada nota. Ela salta, pula, dança, desengonça-se por completo…

Acredito seriamente na admiração expressada, pelo quão próximo, quão intimo, o publico português é da banda. Dolores, que passa hora e meia junto a quem pula frente ao palco, não precisa pedir que cantem por ela. O publico quer cantar. Não há refrão em que assim não seja. Das mais conhecidas até aos leves toques à sua carreira a solo (ainda que aqui, nitidamente, menos popular).

Diz a Susana que, Dolores O’Riordan, ela sim, é como o Vinho do Porto, está a refinar com a idade. Estes anos que se passaram agora (terão estado a decantar?), só lhes fizeram bem.

Uma ultima nota para a banda de abertura. Os Outside Royalty, tiveram a boa postura de uma banda de futuro. A postura e o som que me deixou com vontade de os conhecer melhor. Ouça-se a versão de “Eleanor Rigby” que eles tocam e logo se percebe porquê.

Resumindo, uma grande noite.

… um pai sabe quando fazer “sacrifícios” pelos filhos certo?

Estava a Patrícia há já uma semana sem me ver e ainda assim, foi esta uma das nossas primeiras conversas:

– Patrícia: Sabes pai, vai haver um concerto…

– Eu: Sim? De quem?

– Patrícia: D’aquele senhor, todo de preto, que fala “aassiiimmm” (tentando imitar uma voz cavernosa)…

– Eu: Mas quem? Não estou a ver…

– Patrícia: Aquele, da Guerra das Estrelas…

– Eu: Ah, o Darth Vader

– Patrícia: Sim, o Darth Vader… E sabes pai, ele se calhar vai lá aparecer. Ele não. Se calhar é um senhor, assim, mascarado. Pois, que ele, o Darth Vader, já morreu nos filmes não é pai?

– Eu: Ahhh… Sim. E tu queres ir ver?

– Patrícia: Sim, sim. Compras bilhetes e vamos os dois?

E pronto. Está tudo dito. Pai e filha, em Março, a assistir à grandiosidade prometida de Star Wars in Concert. Vai na volta será ela, do alto dos seus 5 anos, que me irá fazer ver Star Wars com outros olhos… Próximo passo: Ir com ela assistir a algo como um SFXWeekender.

Diz o PUBLICO que o novo álbum dos Rammstein, Liebe ist für alle (O amor é para todos), foi banido na Alemanha mas a história aparentemente não é bem assim. O que há é uma proibição do mesmo ser disposto publicamente nas lojas alemãs.

Pode ser vendido sim mas, só a maiores de idade e discretamente. Para além disso,o Departamento Federal de Exame de Media Nocivos à Juventude proibiu que uma das faixas de Liebe ist für alle, (Ich tu dir weh – Eu quero magoar-te) seja apresentada em público.

Deusas. A que ponto chegamos.

A pergunta que se impõe é: Porquê? Mas porquê?

Em 3 dias é já a quarta vez que a voz da Xana ecoa por aqui: “Acendo mais um cigarro, Invento mil ideais, Porque amanhã sei-o bem, É sempre longe demais…”.

Quanto me lembro dos cigarros que acendi numa qualquer janela mal fechada, noites sem sono, horas de cansaço… Fará no mês que vem 20 anos que esta musica me acompanha. 20 anos. Quantos de vós mal se lembram de há 20 anos atrás…

Os ideais… Bem, os ideais, bem mais de mil, muitos se foram desfiando como o tempo nos tais anéis de fumo baço… Já não fumo mas agora fumava um cigarro enquanto escrevo já com uma luz baixa e o som da televisão ao fundo. Deixo para amanhã. Porque amanhã sei-o bem, é sempre longe demais…