Londres afinal não está a arder. Está bem e recomenda-se só não mais porque não dinheiro que chegue. Fomos passar um fim-de-semana prolongado a Londres no final do mês passado. Foi assim mais ou menos um relembrar de uma viagem especial já com uns aninhos em cima. O planeamento foi fácil.


Sim, hoje em dia é mesmo muito fácil planear uma viagem independentemente do destino ou duração. Com a ajuda de serviços como o booking.com, encontrar hotéis disponíveis foi um instante. Depois umas quantas visitas ao Trip Advisor para conhecer algumas opiniões sobre os tais hotéis e voilá, a reserva está feita. O preço da viagem de avião é cada vez mais baixo. Mesmo não recorrendo às low cost, as restantes companhias de aviação já não se julgam reis e senhores do céu praticando os preços exorbitantes dos tempos pré-baratas. No entanto, para uma viagem de 2 horas não percebo porque não uma low cost. Aquilo é mais ou menos entrar, sentar e levantar para sair… “Não há comida a bordo” dizem alguns. Há sim senhor. Comida e bebida com fartura. Basta que o Cliente a pague. Nós escolhemos a easyjet. O preço foi sem duvida agradável e as datas escolhidas tornavam-na a única opção. Pagando um pouco mais para ter acesso ao Speedy Boarding (entrar à frente dos restantes passageiros) garantimos que nos sentamos onde queremos. Quando se viaja a dois, é melhor prevenir que remediar. Infelizmente, o serviço em Portugal resolveu dar um toque da sua graça e o nosso Speedy Boarding apesar de pago não foi tido em conta pois os senhores do check-in deviam estar com pressa a mais e nem tão pouco olharam para o talão da reserva. Enfim, lá entrámos e ficámos de qualquer forma onde queríamos. Menos mal. A viagem correu como esperado: Rapidamente. Chegados ao aeroporto de Luton também fomos rapidamente despachados. O aeroporto ainda fica a cerca de 50 Km de Londres mas a easyjet tem um serviço de autocarros com grande regularidade a assegurar o transporte. Uma hora depois estávamos no centro de Londres. Victoria Station é um sitio tão bom como qualquer outro para apanhar um taxi. Alguns contos de reis mais tarde e lá estávamos à porta do Princes Square Hotel. A noite já ia avançada e a recepção rápida e eficiente foi muito bem vinda. Quarto pequeno como planeado e limpo como se quer. Dormir que o dia seguinte era longo.

Após um bom pequeno-almoço o passeio foi pela área junto ao hotel de Bayswater a Notting Hill. Dali, a procura pela mui famosa loja de comics e all things related Forbidden Planet. Já conhecia a de Nova Iorque queria também conhecer a de Londres. É grande sim senhor. Muito grande. Talvez grande de mais. Tornava-a mais impessoal e fria. Confesso que gostei mais da de Nova Iorque. O passeio continuou. Dali fomos para o previamente agendado cruzeiro no rio Tamisa do Bateaux London. Um almoço requintadamente servido enquanto se ouvia uma descrição pormenorizada da paisagem circundante. Um serviço muito simpático e uma comida de qualidade irrepreensível. Dos patês de porco e galinha da entrada até à torta de chocolate negro com creme de frutos silvestres da sobremesa, passando pelo peito de frango com crocante de basilio acompanhado de batatas novas e vegetais salteados, tudo estava delicioso. O vinho que acompanhou a refeição foi um Fortant Merlot que não se queria nada de muito pesado. Resumindo o almoço, foi um daqueles momentos bem passados que ficam para recordar de uma Londres que nós tanto gostamos e que para alguns é desconhecida…
A conversa já vai longa e o resto do passeio segue dentro de momentos…

Narcissus at Fluviario de MoraE eis que acordámos quase de madrugada para nos encontrarmos com um grupo de amigos ali nas bombas de gasolina à saida da Ponte Vasco da Gama. Hora marcada: 07h30. São 07h15 estamos a entrar no carro e os telemóveis já tocam. Uns estão a caminho outros já lá chegaram. Nós também já vamos. Chegaram todos? Olhos ensonados (há ainda crianças que estão mais a dormir do que acordadas). Cafés e afins. Fazemo-nos à estrada. Chegamos à hora prevista: 10h00 – Fluviário de Mora. Mais café e alguma conversa que as portas ainda não estão abertas. Preliminares tipo compra de bilhetes e onde está o guia? Tinham-nos prometido uma visita guiada se o grupo fosse superior a 15 pessoas. Esqueceram-se de nos informar que não há visitas guiadas ao fim-de-semana. Sem problema. São simpáticos e a coisa é nova. Lá se arranjam um guia.


A bióloga não é especialista em peixes e sim em repteis mas vai tentar fazer com que a visita seja o mais simpática possível. Não é fácil quando se tem que cativar crianças tão pequenas como algumas das presentes… O percurso está bem imaginado. Trata-se da descida de um rio, desde a nascente até foz com uma decoração que apesar de artificial tenta ser a mais próxima possível da real e consegue. Nesta primeira parte da visita ficamos a conhecer alguns dos peixes que existem nos nossos rios, como vivem e de que se alimentam. E vimos também as lontras e garanto que são bichos simpáticos. Depois aparecem as águas assim mais turvas e com elas as tartarugas. Mais à frente tencas e verdemãs logo seguidas de enguias, percas, carpas e achigãs. O rio termina no lago exterior onde sobre uma passadeira ainda dá para ver uns peixitos lá fora a nadarem… Voltando ao pavilhão segue-se a visita às espécies exóticas de outros rios famosos e claro que não podia faltar o Amazonas. E lá estão as piranhas. O raio dos peixes colocam-se em formação parecendo aguardarem o momento exacto para atacarem… Num aquário lá perto, o peixe gato e a tartaruga mata-mata… A sério. Ninguem quer ter um destes como bichinho de estimação. Deadly two at Fluviário de MoraJá para finalizar esta secção, é ainda de referir o espaço das famosissimas rãs-setas que parecendo bonequinhos de borracha, se encontram entre os seres mais venenosos do mundo. E acabou. A visita chegou ao fim e toda a gente gostou. Atravessar a estrada para o outro lado e junto à praia fluvial eis que está o parque de merendas. Mesa posta e comida a fartar. Ele era rissóis e pasteis de bacalhau (afinal somos ou não somos portugueses? Os alemães levam salsichas certo?), bolas de carne e tortas de queijo fresco e espinafres, panados e folhados de salsicha, tartes de limão e salames, enfim, tal como referi, comida que não acabava mais. E pais conscienciosos que somos: Agua fresca e Caprisone (sim, somos todos trintões ou quase) laranja e tuti-fruti… Aquilo é que foi gozar. Mais um café e um gelado, passou-se a hora de almoço e é hora de voltar a Lisboa. Adeus pessoal, até ao próximo desafio.

p.s. Há mais umas fotografias do passeio lá no sitio do costume.

E que poderei eu dizer sobre a nossa viagem a Nova Iorque (sim, nós fomos a Nova Iorque e resistimos à vontade de ficar por lá)? Bem, que aquilo por lá não só é efectivamente um outro mundo como Nova Iorque é efectivamente a cidade que nunca dorme. E como se costuma dizer, em Roma sê Romano que é como quem diz, em Nova Iorque dorme só o que não puder deixar de ser porque o tempo não chega. Nunca.

NYC

Estivemos por lá 10 dias, teoricamente na melhor semana do ano. Acendem-se as luzes de Natal e inauguram-se as montras das grandes casas comerciais. Há filas de centenas de pessoas nas ruas, andando ordeiramente, só para ver as montras de armazens como o Macys ou o Saks. E percebe-se porquê. São também elas de outro mundo.

Exeptuando o verdadeiro espirito Natalicio (desculpem-me os mais radicais mas nesse assunto Londres ganha), aquilo é exactamente o que se vê nos filmes. Nestes vimos sempre mais decorações, laços vermelhos e bolas do que aquelas que existem na realidade mas no que toca ao consumismo de Natal, nada bate New York City. De cada porta sai alguem com cinco ou seis sacos de papel enormes em cada mão. Toda a gente anda encasacada até mais não. Luvas, gorros, botas e tapa-orelhas (fantástico conceito de moda a que a Susana aderiu desde o primeiro dia) são indumentária tipica. O copo de café quente ou – o nosso favorito – Hot Chocolate na mão também não falta. De manhã à noite ou melhor, de manhã à manhã porque a diferença não é muita…

Mas vejamos a coisa com maior detalhe.

Chegada à Grand Central, o centro de transportes da Big Apple. Cansados de quase oito horas de viagem decidimos ir directamente para o hotel (descer a Madison Avenue da 42 St até à 27 St, qualquer coisa como 1.5 km) e encontrar os nossos amigos só depois de deixar as malas. O Madison Hotel é o que diz ser. Coisa simples, sem grandes luxos. 10 andares. À chegada a confirmação da reserva via net. Gentilmente ajudados (a primeira tip da viagem) a carregar as malas até ao 3º andar. Apresentada a vista para a Madison Avenue é explicado o funcionamento do aquecimento central. No need. Fica ligado até à nossa partida. Até essa data, o quarto é mantido sempre limpo, as toalhas mudadas e o serviço sem queixume. O pequeno almoço será igual todos os dias: Um grande café com leite e um delicioso muffin.

A primeira jantarada é um classico de Times Square (a maior parte do mundo não sabe que o original fica em Londres): Hard Rock Café New York. Lista de espera que compensou com maravilhosas margaritas (tanto alcool meu Deus) e gigantescos hamburgers. Não falo da conta porque não paguei. Havia um aniversariante na mesa que tratou do assunto (coitado). O resto da noite é para olhar embasbacado para as luzes… Descemos novamente a Madison e comprova-se a teoria: Sinto-me muito seguro em Nova Iorque. E não é pela policia que, exeptuando a do transito, quase não vi nenhuma. Não sei se pelas luzes, pelas portas ainda abertas ou pelas pessoas que geladas insistem em fumar à porta dos bares e restaurantes, mas o sentimento de segurança está lá. Sempre.

Já que escrevo sobre bares e restaurantes aproveito para vos dizer: Levem bolachinhas na mala que comer por lá é do mais caro que possam imaginar. Os nova-iorquinos não vão a restaurantes a não ser em datas especiais e facilmente se entende porquê. Qualquer coisa como 50 euros por pessoa ao jantar é muito facil de alcançar desde que não se beba vinho. Indo por ai o valor duplica num instante. Para tais valores muito contribui a gorjeta. No estado de Nova Iorque a gratificação obrigatória por lei está estabelecida nos 15% mas muitos estabelecimentos apresentam valores a partir dos 15%. E sim, ela está presente em todo o lado. Existe uma razão para assim ser. Tomem como exemplo uma empregada de bar que conhecemos. O seu ordenado base é de 3 dolares por hora. Serviu duas rodadas na nossa mesa e levou de gratificação cerca de 40 euros. Multipliquem isto por sete horas de trabalho, mesmo que a uma mesa por hora e vejam o resultado. Os nova-iorquinos também não cozinham muito. Vão aos Deli, lojas de rua onde há comida feita (muitas vezes a funcionar 24/7) e pronta a levar ou, quando grande o suficiente, com espaço para sentar e comer. Ai conseguimos uma refeição boa (ainda que sem vinho) por 14 ou 15 euros. Outra coisa que os nova-iorquinos também não fazem é conduzir. Estranho não? Tendo em conta que associamos de imediato NYC a grandes engarrafamentos. Pois. 80% dos habitantes de Nova Iorque não possui automóvel. 90% do trafego da cidade é composto por taxis e carros de aluguer com motorista.

Nos dias que se seguiram a cultura tinha que imperar. Eles podem não saber bem onde fica a Europa mas muito do que é nosso está por lá para todos verem. O Metropolitan Museum of Art e as suas milhentas salas a apinhar daquilo que o nome nos promete. O Museu de Historia Natural, infidável e onde se vê o que foi e é o Mundo desde o seu inicio até aos nossos dias. O Guggenheim na sua estrutura tão facil de ver e apreciar (porque não são todos assim?). Também fomos à opera. Uma representação de Idomeneo de Mozart numa sala que não se consegue esquecer (estranhámos a reacção da assistência que deixou a sala em escassos minutos mal o elenco saiu de palco. É natural. A ida à opera por ali é tão vulgar como a ida ao café depois de jantar. Todos sabem que amanhã também lá estará, com uma história diferente. O publico também.).

Seguindo o conselho de um amigo conhecedor da matéria, fomos também ao Blue Note Jazz Club. Comemorava-se o 25º aniversário da casa. Esta visita deu origem a uma aventura que não poderia faltar numa viagem a NYC: Um caricato episódio com um taxista Paquistanês que mal falava inglês. Passo a explicar. A Susana, a Elsa e a Maria José (amiga da Elsa que encontrámos em Nova Iorque) entram para dentro de um taxi e seguem para o Blue Note pois a MJ sabia a morada do mesmo. Eu, o Zé e o Marçal (amigo nosso que também encontrámos por lá) ficámos feitos parvos no meio da rua sem saber para onde ir. Não tinhamos a morada. Diz o Zé: “O bar é tão famoso que talvez o taxista saiba onde fica”. Eu não pude deixar de pensar em todas as historias que já ouvi sobre os taxistas de NY e disse “Com a sorte que temos ainda nos calha um paquistanês que nem inglês fala.” e enquanto dizia isto já estava no meio da rua a mandar parar um yellow cab. Olho para trás e vejo os outros dois a rir. Sem perceber bem porquê digo-lhe para entrarem no taxi e entro eu de seguida dizendo à lá movie: “To the Blue Note Jazz Club please.”. Abre-se a pequena janela de segurança (que por lá todos os taxis possuem) e apareçe uma pequena cabecinha dizendo algo do género “no odestad” que em paquistaninglês deve significar algo como não compreendo. Lá seguimos por mil e uma ruas diferentes até que nos lembrámos de perguntar ao tipo se sabia onde estávamos ao que ele respondeu algo que entendemos como “não faço a minima ideia.”. A viagem acabou ali. Pagámos e voltamos para o meio da rua. “Então e agora?” pergunta o Marçal. “Apanhamos outro e esperamos que este saiba onde fica o raio do Club.” respondo eu…

Mas não só a cultura institucionalizada teve lugar. A outra também. Aquela mais urbana tipo, uma viagem de helicoptero sobre Nova Iorque e uma viagem no ferry de Staten Island ao cair da noite… Comer hot-dogs (não são nada parecidos com os que vemos nos filmes ok? São uma verdadeira desilusão…) enquanto se passeia pelo Central Park, atravessar a ponte de Brooklin a pé (almoçar em Brooklin num daqueles restaurantes tipo american dinner, de bancos corridos e mesa fixa com os policias a entrar para comprar um hamburger), andar pelas ruas de Starbuck’s na mão… Por falar em Starbuck’s, confesso que fiquei fã. Não do café propriamente dito (que custa imenso a adoçar) mas sim do chocolate quente. Ficou um vicio diário que nos levou a agradecer haver tantos espalhados pela cidade.

Fomos ao Harlem num Domingo de manhã, como não podia deixar de ser, na tentativa de apanhar uma missa com Gospel a valer… Abyssinian Baptist Church. Nota mental: Para a proxima ir para lá de madrugada. Duas filas para a igreja. Uma para a comunidade (onde comparecem senhores vestidos de fato violeta, chapéu violeta, sobretudo violeta, oculos escuros, bengala na mão e de braço dado com senhoras tamanho XXL de chapéu preto e com três rebentos pela mão) e outra para as visitas (ou seja, nós e os outros mil que lá estavam). Esta segunda fila era controlada minuciosamente por senhores de fato de treino (e outros que pareciam de smoking) a falar em walkie-talkies gerindo a multidão. Morremos perto da praia. Já não cabia mais ninguem…

Fomos também a Chinatown ou deverei dizer, a Canal Street? Sim. Todos os turistas ficam por Canal Street quando dizem ir para Chinatown. E o que há em Canal Street? Uma infindavel rua onde, de um lado e de outro, porta sim porta sim se vendem relógios e malas. Há ainda as senhoras que discretamente perguntam a algumas das pessoas que passam se estão interessadas em, adivinhem, relógios e malas. Mas um bocadinho diferentes daqueles que estão ali nas bancas… É claro que, para estes itens é necessário não só um bocadinho mais de dinheiro do que aquele que é pedido ali na rua, mas também um grande bocadinho a mais de coragem. Dizer que sim a uma destas senhoras implica uma experiência digna de filme policial. Becos e ruelas, portas e corredores, chineses aos gritos nos comunicadores outros a sussurrar pedindo momentos de silencio, luzes que se apagam e nunca, nunca se sai por onde se entrou… Viva Chinatown…

O Soho (South of Houston) é outra conversa. Aqui tudo é trendy, aqui tudo é fashion mas em NY style… Viva casual mas rich casual. Aqui não há centros comerciais. Aqui em cada rua, em cada esquina vemos Prada, Gucci, Armani, Zegna… Mas o mais engraçado é que não ficamos com aquela sensação Avenida da Liberdade tipo, isto aqui não é para mim. Não. Ali tudo parece ser para toda a gente (pelo menos até olharmos para a etiqueta do preço). Não nos podemos esquecer que estamos numa cidade onde constantemente encontramos no metro senhoras de vison comprido e ténis nos pés… Ao contrário deste nosso cantinho à beira-mar plantado, estar in não é usar Ralph Loren (camisas a 60 ou 70 euros), Timberland (sapatos de vela a 50 euros) ou Sebago (sapatinho luva a 60 euros). Talvez seja in usar umas jeans baratas mas com um sobretudo Armani (3 ou 4 mil dolares)… Botas Timberland??? Toda a gente tem.

Também fomos às compras. Seria impossivel não o fazer nesta quadra em Nova Iorque. A principal referência será ao Toys ‘R’Us. Na minha humilde opinião deixa de rastos a FAO Schwarz… Mais houvesse.

Para um apreciador de comics e comics related, uma viagem a Nova Iorque implica obrigatóriamente uma visita à Forbbiden Planet. Ainda não sei bem como me controlei nas despesas mas portei-me que nem um homenzinho: edição americana de Watchmen (e não a Absolute Edition) e o #1 de 24. Ainda perguntei pela action figure de V mas já estava esgotada… Ainda numa de livrarias, a referência à fantástica Barnes & Nobles da 5ª Avenida. Tivemos o bom senso de, assim que entrámos, subir ao 1º andar. O merecido descanso no Starbuck’s interno acompanhado dos mais fantásticos bolos de chocolate que possam imaginar (cheesecake de 3 chocolates e um tipo brownie com recheio de chocolate mole e cobertura de chocolate rijo???) e um monte de livros e afins. Só descemos ao rés-do-chão (bestseller’s e livros do momento) quando nos convidaram a sair para encerramento da loja. Foi uma sorte. Não há cartões que aguentem…

NYC2

E com tudo isto e mais mil detalhes que dariam outras tantas linhas de texto se foram passando os dias e depressa chegou a hora de voltar. O fim das nossas férias nova-iorquinas. Bem, um fim que não é bem um fim mas sim um principio. O principio do planeamento da proxima viagem a Nova Iorque, a cidade que nunca dorme.

p.s. As fotos começam já a aparecer no sitio do costume mas ainda não estão lá todas

Férias. Não as minhas. As da Patricia. Começaram oficialmente as férias da Patricia. Durante as próximas cinco ou seis semanas irá fazer um périplo por casa dos avós o que lhe garante muito, muito passeio (e gelados e bolos e praia e gelados e campo e gelados…).

E as férias começaram bem. No caminho para a Lourinhã, logo depois da saida da A8, mais precisamente no cruzamento do Vale da Borra eis senão quando somos mandados parar por um agente da GNR. Após breve observação e enquanto a Susana manobrava de forma a deixar o carro tal e qual queria um dos agentes (e queria muito pela forma como gesticulava), pareceu-me estar perante um daqueles bloqueios de estrada que noutros tempos se viam ali no Pais Basco. Três ou quatro viaturas, GNR’s na estrada, GNR’s nos carros, GNR’s atrás das moitas, enfim, GNR’s em tudo quanto era sitio. “Temos terroristas por cá” pensei. Carros civis parados eram já quatro ou cinco e um dos agentes gritava “Pára esse também, esse também!” enquanto apontava furiosamente para mais uma viatura na estrada. Aberta a janela chega o agente. Confesso que não reparei no “Bom-dia” ou na continência. Estava a prestar atenção à Patricia que na sua cadeira lá atrás dizia já de mão empinada e de uma forma que aparentemente sós nós entendemos “Parados em nome da Lei!”. O Noddy omnipresente… Levou os documentos. Pouco depois, outro agente, primando pela simpatia, aproximou-se da janela e perguntou se já lá tinha estado alguem. Tipo “Os senhores já foram atendidos?”. Sim, mas pode trazer qualquer coisa fresca por favor… Veio o primeiro agente. Trouxe os documentos. “A Sra. condutora vinha a 95 numa via cujo limite é de 70. Não é grave. Não terá implicações na carta. A contra-ordenação será enviada para a sua residência.”. A sério. O homem acaba de nos dizer que vamos pagar doze contos e nós saimos dali contentes porque o achamos simpático e educado. De notar que, enquanto ali estivemos parados, foram paradas mais quatro ou cinco viaturas e que, quando arrancámos já só ouvimos um dos agentes a gritar para outro que estava no meio da estrada “Pára os três! Esses três são para enconstar!”…
A tarde foi de praia e nada como começar as férias na praia certo? A paternidade está definitivamente a causar grandes mudanças. Só pode. Antes de ser pai, quem de entre os que me conhecem me imaginaria numa tarde de Sábado (note-se que disse tarde e não fim de tarde), sentado numa toalha, pés na areia junto ao mar? Nem eu, que dos poucos ainda sou o que me conhece melhor… A praia chama-se São Bernardino e fica perto de Peniche. O areal é pequeno e estava completamente coberto por corpos estendidos ao Sol (culto que ainda assim, continuo sem entender). A Susana dizia no outro dia ( curiosamente também numa praia) em tom jocoso a um amigo nosso que eu já estava a fazer avanços, que tinha chegado à praia e despido a camisola. será mesmo um avanço?

Moleskine na areia

Ao contrário de outros dias, neste Sábado não me imaginava a pôr os pés na agua. Além do mais tinha ficado de guarda ao “acampamento”. Ainda não me habituei à ideia (e desconfio que nunca me habituarei) de deixar meia vida, entre carteiras e cartões, abandonadas à sombra de um chapéu… Tempos houve em que uma ida à praia tinha para mim uma única preocupação: Que me roubassem as botas. Toalha não levava e as calças de ganga estavam sempre gastas demais para que alguem as quisesse…

Uma outra coisa que me faz uma certa confusão é não saber a razão pela qual, de tempos a tempos, certamente combinados com alguma antecedência, os tais corpos que cobrem o areal se levantam e qual pinguins se vão juntar à beira d’agua olhando a imensidão do mar (toque romantico. Acredito que muitos destes pinguins olham sim para a imensidão de rabos e mamas que por ali pululam).

A noite acabou depois por se revelar uma alegre surpresa. Dificil seria não ser alegre uma vez que acabámos em Óbidos, no mui ilustre bar Cave do Vale onde junto com um casal amigo deixámos o empregado a dizer que só nos servia mais uma rodada de Toupeiros (ninguem sabe o que são) mas que seria a última uma vez que o bar fechava às duas. Já eram três…

No Domingo, logo após o almoço foi hora da sesta e isso significava que voltariamos a casa deixando por lá a Patricia. Um beijo grande e um abraço antes de dormir sabendo que quando ela acordasse nós não estariamos lá. Para Lisboa que se faz tarde… Saudades…

Bar cave do Vale
Rua Dom João d’Ornelas
2510-074 Óbidos
Telf. 262 95 92 72

p.s. Este é no seu intimo, um post lamechas. O que não disse, pensei.

Lx Panorama

E lá fomos nós até ao Mundo Mix. Ainda eu não tinha falado com a Susana sobre o assunto e já ela me estava a enviar um e-mail a dizer que se calhar era um bom programa para a tarde de Sábado. Bem pensado, melhor feito. Já fomos ao fim da tarde (mãe e filha ferraram-se a dormir e só acordaram por volta das seis da tarde) mas pareceu que era mesmo boa hora. Deixamos o carro ali junto ao Largo do Caldas e toca a subir até ao Castelo. A fila para a bilheteira era enorme mas nós passámos ao lado confiando no que tinhamos lido: Lisboeta não paga. E lá foi. Chegando à cancela bastou mostrar o B.I. e venham de lá dois bilhetinhos para a feira… Assim que entrámos encontramos logo dois colegas da escola secundária. Daqueles que não viamos há 10 anos. Iguais. Lá seguimos com o conselho: Não percam a miuda. Aquilo já nos dava a entender o mar de gente que andava lá por dentro. Na dificuldade que foi passar com o carro da Patricia no meio de tanta gente (principalmente junto ao palco), avistamos uma placa a dizer “ISAMACHINE” e lá fomos nós conheçer o João (Visitante X) e a Isabel. Animadissimos, lá estavam a partilhar o espaço com as miudas da Neon Ware e , pasme-se, às voltas com o hardware. Acreditem ou não o X estava com um stand multimédia ali montado e a mandar fotos do evento para a net a cada 5 minutos. No meio de uma feira onde o que mais se via era handycraft stuff, eis que ali no seu cantinho o homem vendia os seus conhecimentos de novas tecnologias… Ao que parece, o primeiro a ter tal ideia num Mundo Mix. Grande X.

Fomos dar mais uma volta e espreitar o resto do recinto. Ainda bebemos um Cappucinno da Nescafé (já repararam que o sabor Café de Viena está sempre esgotado? Ao menos aparece nos stands. Já não é mau) e voltamos ao João e à Isabel para mais umas lérias de conversa e para uma foto tipo casório… Despedidas feitas que estava na hora da pequena comer. O X ainda propôs que a gente comesse por ali mas com a Patricia era impensável. Lá os deixámos com votos de um grande negócio para ambos. A noite estava já a cair e depois de descobrir-mos a prenda do dia da mãe (atrasada) para a Susana, ainda deu para aproveitar uma ou duas fotos com a vista de Lisboa.

A conselho de uma amiga resolvemos ir procurar “A tasca da Sé”, um restaurante mesmo ali perto da Sé de Lisboa e onde a Pêpa já nos tinha tentado levar várias vezes. Por razões alheias à nossa vontade ainda não tinha sido possivel. Foi agora. Ainda lhe ligámos para saber se queria vir mas a desgraçada está a fazer as malas para ir de viagem a Itália. Mais perdeu. Mantendo o esforço para não me desgraçar quando como fora de casa, acompanhei a Susana (que comeu peixe espada assado na grelha) com um peixinho e deleitei-me com uma dourada na grelha que estava um mimo. Não houve sobremesa nem vinhos mas um pratinho de queijo de ovelha e presunto do bom não ficou para os próximos. A coisa ficou por 25 euros o que para o sitio não nos pareceu caro. A noite já ia longa. Casa.

Chegados, e após a Patricia estar na cama, ainda se levou um episódio do 24 mas foi mesmo a meio desse que a noite ia ficar estragada. Reparei que os periodos de silêncio que o meu leitor de Divx de sala estava a fazer eram maiores e mais frequentes. Por amor à causa (à série e à Susana que tanto gosta de a ver) ainda aguentei até ao fim do episódio mas assim que acabou, net nas unhas e toca de identificar o problema. Pois. São quatro da manhã. Já mudei o firmware do bicho 4 vezes. Tantas quantas já revi o episódio… Estou a começar a ficar farto disto.