Pois que o dia foi assim mais ou menos como os outros. E ponto.

Não, claro que não podia ser só isto certo? Então e eu não escrevia aqui sobre a supresa que a Susana me preparou desta vez? Pois bem, e que supresa foi essa? Com uma semana de antecedência falou com a minha mãe e combinou com ela para que ficasse lá em casa na noite de Quarta-feira ao que ela de imediato anuiu (mortinha está ela para ficar com a neta uma noite). Fui eu buscar a Patricia ao colégio e espanto meu quando esta me disse que a avó é que ficava com ela essa noite pois eu ia sair com a mãe. Sim, ainda não fez três anos… Muito bem ensinada sim senhor…

O restaurante Kaetanos

Ála que se faz tarde e estamos de novo a caminho da Graça. A Graça tem graça sim senhor, com uma vista fantástica (apesar de só me lembrar daqueles anuncios imobiliários que dizem com vista para o rio mas que se esquecem de referir que é quando se coloca uma tábua de passar a ferro na janela ao mais belo estilo prancha de navio pirata, e se esgueiram até à ponta) mas sinceramente, tem ruas e becos que intimidam um pouco quando de noite… Eis que chegámos. A mesa estava reservada no Kaetanos. Quem passa na rua não imagina o que está lá dentro. O espaço é enorme ainda que dividido em várias salas diferentes. Fomos prontamente recebidos à porta e acompanhados até à nossa mesa onde logo à chegada nos propuseram beber algo sugerindo a caipirinha como sendo muito boa. Diga-se já para não haver enganos: o Kaetanos é um restaurante de sabores portugueses ainda que confeccionados com um especial requinte que lhes pode dar um agradável aspecto de fusão. A caipirinha era efectivamente muito boa. Apresentaram-nos uma ementa que me pareceu propositada para a ocasião, com os tais corações que não podiam faltar mas ainda assim, sobria e elegante qb (teremos que lá voltar para ver a ementa completa) da qual começamos por escolher de entrada Ovos Mexidos com Farinheira. Enquanto estes chegam e não chegam vêm à mesa o tipico prato de presunto Pata Negra fatiado fino, o par de mini-mini-chamuças que de tão mini (note-se simpáticas) nem a Susana reclamou muito do caril, e umas maravilhosas torradinhas, muito muito finas barradas a manteiga, salsa e algo que nos pareceu pequenas lascas de presunto. Chegados os ovos comprova-se a frescura dos mesmos e a combinação agradável com o enchido. Tudo muito bom.

Chegou entretanto à mesa a garrafa escolhida: Convento da Tomina Tinto 2005, vinho bastante aveludado ainda que bem forte (a contribuir para tal os 14,5 graus) idealmente a ser consumido com pratos bem temperados (para suportar o alcóol) parecendo adivinhar o que se seguia. Este vinho passou a fazer parte das minhas preferências. Vieram então os pratos pedidos que ao que parece se enquadram nas especialidades da casa. Posta de Bacalhau Fresco Escalfado em Azeite com Migas à Pescador e uma mui originalmente apresentada Empada de Caça com molho de Frutos Silvestres. Nada a dizer aqui senão bem. Só indo lá para provar. O Bacalhau impressionou pela frescura e a Empada supreendeu pelo sabor. Tanto um prato como o outro me convenceram com uma textura daquelas que se desfazem na boca.

Num espaço como este e com refeições de tal calibre, requere-se tempo e só com este de abundancia (ainda que nada tenha demorado note-se) se disfruta plenamente do Kaetanos. É aqui que entra a conversa. Não é necessário falar baixo para que na mesa ao lado não nos ouçam mas também não é necessário falar alto para alguem nos ouvir. Parece que tudo está bem estruturado por aqui. E de referir que o restaurante devia estar cheio pois as mesas da sala onde nos encontravamos forma todas completas com reservas prévias, vi passar pelo menos 12 caipirinhas para a sala de baixo e à saida vi que a sala junto à entrada estava igualmente completa sem contar quem em pé aguardava ainda sitio para se sentar.

Faltava ainda um doce para terminar que o vinho assim o pedia. Veio um leite creme queimado à hora que cremoso em dose certa finalizou a refeição. Tal como já referi acima, tudo muito bom. Sem contar com a prenda final (prometido brinde aquando da reserva) para comemorar o Dia de São Valentim: O sabonete de cheiro em forma de coração para a senhora e o charuto personalizado com marca da casa para o cavalheiro.

Assim foi. A Susana mantem a tradição de me surpreender com estas pequenas grandes pérolas gastronómicas e de bem passar o tempo. Ao fim e ao cabo, são 18 anos de namoro.

Restaurante Kaetanos

Rua da Bela Vista à Graça, 126/128
1170-059 Lisboa
Telf: 21 814 38 10
Telm: 96 379 52 19

Comida japonesa. Muita. Alcool. Muito. Jantar. Amigos. Casa. E pronto. Já contei tudo. E não referi os nomes de ninguem ok?

E agora fora de brincadeiras, a coisa como deve de ser. Este Sábado foi lá a casa um casal amigo (e não vou dizer os vossos nomes ok?) para jantar e resolvemos apostar numa de japonês. Assim sendo tivemos direito a:

Gyoza: Raviolis grelhados de legumes carne de porco e camarão.
Sake Uramaki: Rolinhos de Salmão, manga e pepino com arroz por fora.
Sushi Nigiri Moriawase: Atum e Salmão fatiado sobre bolinhas de arroz.
Uns quantos Hosomakis (acho que são aqueles com algas que eu detesto) e ainda uns outros que não sei o nome mas dos quais fiquei fan: rolinhos de pele de Salmão grelhada com arroz e pepino.

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O titulo é assim um bocado a dar para o estranho não? Também acho, mas efectivamente foi essa a comemoração do dia de ontem. Fez 7 anos ontem que, ao fim da tarde ali para os lados de Torres Vedras (não vou entrar em detalhes enquanto não perceber na totalidade a opinião da Susana sobre estes posts mais pessoais) eu e a Susana nos casámos. E ontem resolvemos comemorar. Não vos vou dizer como é que comemorámos. A Susana se quiser que o diga mas posso deixar no ar que tive uma supresa fantástica daquelas que só nos filmes… Como alguem me disse há uns tempos atrás, para duas pessoas estarem juntas há tanto tempo, tem que haver muita imaginação e a Susana ontem mostrou-me mais uma vez porque é que vamos estar juntos até aos 90 (a partir dai acaba o prazo de garantia e depois é uma questão de sorte e de levar a vida com muito, muito jeitinho)…

O acima exposto para depois chegar à Casa do Bacalhau. Já estava na calha há algum tempo e ontem é que foi. A mesa estava reservada (tal como é aconselhado numa casa deste porte) apesar da casa não ter contado com grande numero de comensais e destes nem um só português.

Só a sala é já razão para encanto. A estrutura secular onde dizem, funcionavam as cavalariças de um certo Duque, é imponente pelo espaço e pelos arcos que o suportam. Mais uma vez, o toque classico com uma aparência muito clean a imperar.

Sentemos então à mesa e venha de lá o que comer. De couvert veio o cesto de pão, a manteiga e umas divinais azeitonas. Havia muito mais por onde escolher mas já adivinhávamos o que estava para vir e ficámos pelo que nos serviram. Passámos as sopas (que sinceramente, não cairiam bem com o calor da noite de ontem) e de primeiro prato provámos o Carpaccio de Bacalhau com queijo Parmesão. De uma apresentação exemplar diz a Susana estar delicioso. Pessoalmente achei que pecava pelo azeite a mais mas talvez seja falha do meu paladar que tem andado arredado de tais iguarias em quantidade… Veio de seguida uma das especialidades da casa: Bacalhau com Pasta de Azeitona. Boas fatias de pão guarnecidas com postas muito equilibradas do referido peixe e cobertas com uma pasta de azeitona negra numa combinação que me levou a questionar uma vez mais como é possivel haver quem troque caviar por isto. Deixem lá o estorjão em paz e platem mais oliveiras… Ido este eis que vem para a mesa o Bacalhau com Broa. E não tem nada a ver com um outro que comemos em tempos. Este sim, era um verdadeiro Bacalhau com Broa. Broa e não farelos. Não sobrou.

A acompanhar toda a refeição esteve um magnifico Cartuxa Branco Reserva 2004 que não enganava ninguem. Ao toque dos lábios dizia não só de onde vinha mas também ao que vinha: não deixar ninguem de pé.

A sobremesa foi leve mas com um gostinho especial. Gelado de limão e baunilha à temperatura e consistência correcta que mesmo comido a dois (com o tempo que tal demora) não derreteu enquanto na taça mas só onde devia derreter.

Não se vai todos os dias à Casa do Bacalhau mas para um dia especial, para quem gosta de bacalhau, é de ir e voltar…

Rua do Grilo, nº 54
1900-706 Lisboa

Telefone:21 862 00 00
Fax:21 862 00 08

De Segunda-Feira a Sábado
Almoços: das 12h às 15h30m
Jantares: das 20h às 24h

p.s. Não vou dizer aqui uma quantidade abismal daquelas coisas que se dizem nestas datas senão ela ainda deixa ali um comentário a dizer “Eu não digo q’és chato?”

O facto de estarmos sózinhos permite gozar alguns momentos de forma diferente. O jantar de ontem foi mais um desses momentos. O nome vem da origem do espaço. Tratava-se de um antigo armazem da alfândega de Lisboa e destes tempos os proprietários aproveitaram essencialmente a estrutura, o pé-direito extremamente alto e a pedra, muita pedra. Logo à entrada nos deparamos com um espaço simples em linhas e com um toque de classe. A música é escolhida com gosto para um ambiente calmo e descontraido. Sentados que estávamos às boas-vindas se juntou a oferta de algo para beber enquanto escolhiamos o manjar. Sugestão, apresentadno igualmente os classicos, um Alfândega. Não respondo pela sua composição que confesso não me recordo mas lembro que a base era um Porto branco seco a que o gelo picado dava um ar de refresco. Muito bom. De entradas escolhemos brochettas para os dois. Tomate e basilio fresco para a Susana e cogumelos frescos para mim. O pão vinha quente como se quer (e não só torrado como tantas vezes nos dão) e suspeito que o azeite também. Ambas deliciosas. Passámos as entradas apesar de ter ficado de olho no créme de alho françês (fica para a próxima) e seguimos para o primeiro prato. Pedimos a Morcela com maçã assada e vinho do Porto polvilhada a canela. Divina. A combinação (que não me passaria pela cabeça) é fantástica e a dose só por si, quase um jantar. Para o prato propriamente dito pedimos então os Peitos de frango com amêndoas laminadas e legumes salteados. Excluindo as beringelas e os courgetes (por picuice minha que até passavam bem) estava tudo um mimo. A Susana ainda resistiu a comer tudo até ao fim. Tinha ficado de olhos nos Profiteroles para a sobremesa e assim foi. Quais bifes de tão grandes e recheados que vinham. Para mim veio uma mousse de requeijão (importam-se de me arranjar a receita?) acompanhada do inevitável doce de abóbora, creme fino e suave em muito boa dose.

Não bebemos vinho. À Susana não lhe apetecia e eu tenho por boa regra não beber sózinho. No entanto fica a dica de que a carta não sendo extensa me pareceu boa e aparentemente todo o vinho se serve igualmente a copo.

A noite na rua ficava por ali mas com a certeza de querer voltar pois há por lá certamente muito mais o que provar.

Este jantar veio compensar a noite anterior sobre a qual confesso, me é muito dificil arranjar termo para, de forma a manter o nivel de educação aqui do sitio, descrever. Fico-me pela ideia que facilmente bom entendedor ligará ao conselho: Não confundir as obras-primas do mestre com as primas do mestre d’obras. A Casa do Algarve não é a Casa do Alentejo. Mas não tentem descobrir o que é.

Alfândega – Armazém dos sabores
Rua da Alfândega, 98
1100-016 Lisboa
21 886 16 83

Uma vez mais a falta de tempo a imperar sobre o browserd.com. E desta vez não tem mesmo havido tempo, nem em casa pois esta tem servido essencialmente para dormir desde que a Patricia foi para casa do avô. Isto significa que, do ar condicionado do escritório tenho saido quase directamente para o ar condicionado de uma sala de cinema ou restaurante. A semana começou com a benção do pirata Jack Sparrow que corria pelas areias deixando-me com um gostinho a Road Runner mas a dobrar que é como quem diz, ora agora sou coiote ora agora sou beep-beep… Johnny Depp em alto nivel, comédia como d’antes mas muito mais aventura. Viva os filmes de piratas… Keira Knightley aproveita a deixa para mostrar ao mundo que também ela é uma verdadeira pirata. Há para ai muita gente a falar mal e a dizer que não gostou… Temos pena efectivamente pois se gostassem não teriam dado o tempo por perdido. Eu gostei, e muito…

Terça-feira foi noite de Adega do Kais. Com um casal amigo (não se preocupem que eu não digo os vossos nomes) só foi pena a noite acabar cedo. Gostei e a meio da Quarta ainda estava cheio… Já não estou habituado a tais andanças.. E eis que chegou a Quarta-feira e caída que estava a noite, foi gozada no Luca. Também em muito boa companhia lá fomos aos Raviolis de Bacalhau, aos Pennetes e a um outro prato de carne cujo nome não me lembro. Regados a Quinta de Cabriz Encruzado, branco (sim, nem parece meu) e fresco, fiquei capaz de dizer que talvez o tinto não tivesse ficado ali tão bem. As noites já estão quentes. Coulant de Chocolate com gelado de caramelo e um Porto vintage à sobremesa foi o inicio do fim. Os daiquiris e as grapas que vieram a seguir, foram a  forma de complementar a garantia de que lá queremos voltar. O serviço e a simpatia, que como sabemos não é obrigatória mas muito apreciada, foram a garantia em si.

Ontem foi noite de cinema novamente e desta feita para assistirmos a Lucky Number Slevin em Portugal chamado de “Há dias de Azar”. Thriller negro e estranho até, vai certamente sofrer com a data de estreia mas não merecia pois com um elenco a contar com Sir Ben Kingsley, Morgan Freeman, Josh Harnett e Bruce Willis já se vê o que lá vem… E por favor, não se deixem enganar pelo ambiente disco que leva o filme de uma ponta à outra. Dificil mas compensador…

Tal como disse ali em cima, ando a sofrer de falta de tempo. Agora não digo mais nada que estou com pressa…