Perdi a conta ao numero de vezes que comecei este post. Perdi a conta aos temas e às formas de abordar os mesmos.
Perdi a conta de quantas horas estive em frente ao monitor a teclar furiosamente até perceber porquê. Até perceber porquê não acertava, porque não saia nada de jeito, porquê nada me soava bem. Porque não era sobre nada daquilo que eu queria escrever. Porque o que me apetecia realmente era gritar ao mundo o quão furioso estou, quanto estou angustiado, revoltado e, raios me partam e diabos me carreguem, frustrado.
Sim, sei qual é o problema. Não posso falar, não posso escrever e pior, também não há nada que possa fazer. Só esperar. Mas eu tenho um caso com a espera. Sério. Um grande e complicado caso com a espera.
Sou capaz de esperar anos a fio, uma vida se for caso disso. Mas pelas piores razões, com as piores das intenções. Já dizia ela entre voluptuosas curvas de luxúria, Eu não sou má. Só fui desenhada assim.
Esperar por esperar, esperar sem saber porquê? Como posso eu esperar assim?
Diacho, eu não durmo pois é tempo perdido. Quero viver tanto quanto puder, aproveitar cada minuto, cada segundo, apanhar cada gota de chuva, escapar a cada raio de sol e procurar cada sombra… Eu não quero esperar. Não este esperar.
Como diria o génio, tenho os lábios secos e arde-me a cabeça. O mundo gira que eu sei que gira. Gira o vosso e o meu gira ainda mais depressa. Ouço as máquinas ao fundo, receio que me queiram triturar.
Não passarão! – grito alto. Mas em surdina. Não posso gritar para que outros ouçam e não posso fazer mais nada. A não ser esperar.
E mais custam as horas como esta, as minhas horas, aquelas em que me encontro comigo, em que me devoro pedaço a pedaço só para saber o quão agridoce posso ser, pois é nelas que mais entendo que não suporto esta espera. Com esta espera azedo.
Anseio por fazer O Caminho. Ter tempo e saber o que me espera no fim.