O trocadilho do nome diz tudo. Restaurante de fondue’s mas que serve também raclettes. Enquadrando-se perfeitamente no Bairro Alto, não é o típico restaurante da zona. Uma decoração pop a branco tocada de dourado dá-lhe um ar chique retro e sofisticado ao mesmo tempo. Há quem fuja de restaurantes de fondue’s devido ao cheiro característico com que de lá se costuma sair mas aqui a solução foi inventiva e deverá ser eficaz: extractores individuais sobre cada mesa. Cheiros não há. A música ambiente é isso mesmo, ambiente. Lounge da moda e com vozes brasileiras em fundo. Não estava mal. Avancemos então para a nossa experiência.


Optámos por não comer entradas (e ainda bem caso contrário teria sido difícil comer a sobremesa) mas mesmo assim não poupámos os couverts que se apresentaram na forma de pâté de tomate seco, bastante saboroso e possivelmente à base de maionese e um outro igualmente saboroso mas que não recordo agora de que se tratava. Também duas pequenas tartletts de queijo fresco, mel e nozes e ainda uma surpresa oferta do chef em forma de caldo servido em chávena de expresso que picante ao paladar da Susana estava no meu ponto de agrado.No entanto na próxima visita (está já garantida e quase agendada) não se perdoarão as iscas de foie gras com salada de maçã verde e morcela de arroz.

O numero de fondue’s apresentados é grande e com sugestões tão cativantes como lagosta e gambas ou queijo com champanhe mas optámos por algo não tão costumeiro e escolhemos uma raclette. De entre as várias possíveis optámos pela raclette com carnes frias que é como quem diz, com presunto, paio, peito de peru e batatas cozidas. Batatas cozidas? Sim. Batatas cozidas. Eu também pensava que não, mas ficam lá a matar. Pois que estava mesmo tudo muito bem. O queijo derretido sobre a combinação das carnes e da batata (servida na agua a ferver e com pele) rapidamente forma uma capa uniforme sobre o conjunto que se leva à boca já menos quente e muito, muito saboroso. O repasto teve a companhia de um Marquês de Borba tinto que não sendo reserva continua a ser um vinho não muito caro e de bom paladar. De sobremesa não podíamos deixar de experimentar um fondue de chocolate (aqui também já está escolhida a sobremesa para a próxima visita: Abacaxi flamejado em azeite com sorvete de tangerina) e optámos por sugestão da casa pelo fondue de chocolate negro e café. É servido com frutas várias amiúde cortadas (uva, maçã, ananás, banana), pedaços de palitos de la reine (que lá ficaram) e ainda uma outra travessa com um bolo seco de que não ficámos adeptos. Bom que estava não se fez notar o sabor do café tomando o chocolate ao fim de algum tempo o gosto da saturação. Ainda assim, se forem mais os comensais não será de desprezar. Para dois, é muito.

Restaurante Found You
Travessa dos Inglesinhos 34-40 – Lisboa
1200-223 LISBOA
Telf. 213461137
nota de rodapé: faz-se pagar. bem.

Agora vou dormir que já é um bocadinho tarde não acham?

Estamos já com uma semana de Agosto e ainda aqui não se tinha escrito nada sobre restaurantes. Ninguém estranhou?

Ora bem, como se quer para uma noite especial, procurámos um restaurante especial. Procurávamos um restaurante calmo em Lisboa e onde se pudesse comer bem. Como pensávamos em ir também ao cinema, a zona do Saldanha vinha mesmo a calhar. O restaurante escolhido foi o Duq’s no Atrium Saldanha. E foi muito bem escolhido. A ideia de restaurante de centro comercial pode ser desde logo afastada quer pelo ambiente quer pelos pratos que lá se servem. Com uma decoração moderna mas simples q.b., o Duq’s cativa também pela vista (caso se fique como nós ficámos, numa das mesas junto à janela panorâmica para a Praça do Saldanha). É engraçado ver a noite que cai mesmo ali ao lado principalmente numa noite de Agosto com o sossego que estas carregam em Lisboa. Adiante que a fome aperta. De entre os pratos da ementa – tal como a decoração, modernos e sofisticados – entrámos com cogumelos Paris suados em brandy. Cortados aos pedaços e com umas ervas aromáticas a complementar foram uma entrada excelente. Nesta altura chegou o vinho escolhido que, pelo calor da noite e pela sensação da prova, foi um italiano de seu nome Bollini Pinot Grigio. E que boa prova. Um vinho fresco e frutado de citrinos mas com corpo a encher a boca. Não é um vinho caro e é uma boa alternativa aos brancos portugueses. Altura de pedir o prato principal. Por falha no fornecedor, o risotto de lagosta teve que ficar para outra ronda e foi substituído por cherne grelhado com legumes e de carne uma posta mirandesa igualmente com legumes e gomos de batata dourada. No que aos principais toca tudo bom. O peixe fresco e cozinhado ao ponto do dente trincar e não se desfazer. A carne macia e em volume adequado ao prato. Os legumes estavam também ao nosso gosto ou como nós lhe chamámos, no ponto Wok ou seja de cozedura curta e levemente salteados. Muito, mas muito bons. O peixe trazia para além do feijão verde, das cenouras e dos courgettes (haarrrgggg) alguns brócolos que substituíam a batata acompanhante da carne. A batata com mais tempo de cozedura do que os legumes, levava também um salteado mais prolongado dando-lhe assim o dourado do nome. Tal como já disse, tudo muito bom.

O serviço foi esmerado do principio ao fim nunca deixando os copos vazios e com a dose certa de acompanhamento. Esclareceu as dúvidas levantadas sobre o vinho e sobre a sobremesa sem pretensões a sabe tudo e com a modéstia de quem sabe o que está a servir. A refeição chegava ao fim e era hora da sobremesa. Cheesecake com o tradicional doce de frutos silvestres (que pecou um pouco por não estar mais frio) e um muffin de chocolate, com recheio de chocolate quente servido com uma bola de gelado de nata (em taça à parte que as misturas devem ser na dose que o cliente entende). Uma delicia e um regalo para os olhos que definitivamente também comem. O café é costumeiro e o garoto muito muito clarinho foi tirado como deve de ser (mesmo só leite e a pinga de café mas quente como se quer).

Uma referência devida ao espaço lounge do Duq’s a que é reservado o rés-do-chão. Aquando da nossa entrada estava com gente de fim-de-tarde tipico de um centro de negócios como é a Praça do Saldanha mas quando da nossa saída já a sala estava muito mais composta com um ambiente cosy e aparentemente de habituées.

A experiência foi muito boa e pede repetição. Não vamos esperar mais oito anos para lá voltar. Mas Agosto ainda agora começou e mais coisas boas estão para vir. As férias da Patrícia permitem-nos visitar com mais calma os sítios que vamos descobrindo durante o ano e temos que aproveitar mesmo que a falta dela faça a semana parecer uma eternidade nós sabemos que no fundo no fundo, o tempo passa a voar.

Duq’s
Atrium Saldanha, Av. Casal Ribeiro 63-A
Das 12 às 16 e das 19 à 01
Telf.21351230
nota de rodapé: não é propriamente barato.

A Sexta-feira passada foi dia de jantar fora. Sim, isto de ter uma filha pequenina obriga a que coisas tão simples como ir jantar fora a um sitio diferente tenham que ser planeadas e agendadas com a devida antecedência… Este jantar não foi excepção.

Sexta-feira, 20h30, Praça da Figueira apontados para o rio. Paralela à Rua da Prata fica a Rua dos Douradores e ao fim desta, quase a chegar à Rua da Conceição fica o Nectar Wine Bar. Só pela localização já é de louvar uma vez que a Baixa Lisboeta parece morrer a partir das Sol posto. Além disso, mesmo durante o dia há já muito quem feche as portas às portas abertas das paralelas e transversais à Rua Augusta pela caça ao euro descarada que por ali se pratica. Mas o Néctar era uma novidade para nós e o conceito era apetecível. Um bar de vinhos com petiscos e refeições completas. Mesa reservada e eis que começa a noite. A simpatia é notada (e apreciada) assim que chegamos. Instalado num antigo armazém de tecidos o Néctar prova também que a Baixa Lisboeta pode ter futuro assim lho queiram dar. O espaço é moderno e convidativo. O numero de comensais era grande e justificou a divisão da mesa. Estava entendido. Foi-nos apresentada a casa e a carta que era a mais esperada. Esta abria com a sugestão de vinhos ao copo (bem vindos para provar) e seguia com uma bem recheada lista de garrafas onde Portugal estava de lés-a-lés e o estrangeiro estava também com boa representação (a curiosidade de provar um vinho que por lá estava proveniente da Austrália ficou por aqui a moer). Poucos que éramos ainda, optámos pelo copo e lá veio o Cortes de Cima 2002. Tivesse eu adivinhado o corpo e textura deste alentejano da Vidigueira e viria para a mesa do principio ao fim para acompanhar em beleza a refeição que se seguiu. O Cortes de Cima 2002 é um vinho que pede mais. Pelo menos, que se beba mais. Mais do mesmo. Vermelho fosco aos olhos deixa no nariz o cheiro a fruta madura e a alguma especiaria quente por identificar. Um corpo sólido daquele que enche a boca e mantém o gosto durante muito tempo dizia logo que era um vinho bom para toda a refeição. À medida que todos chegavam, todos o iam experimentando. Todos ficaram rendidos. Chegou então à mesa a Salada de Pão e Tomate com queijo Feta. Tirando um dos convivas que se assustou com a terrina em que a salada foi servida (ainda ninguem percebeu porquê) não houve quem não gostasse. Para a acompanhar serviram-se as garrafas de Quinta dos Poços Reserva 2003. É um Douro e só por isso já se esperava algo mais leve. Independentemente dos prémios já ganhos por este vinho não fez adeptos entre os que o provaram. Certo é que abrir um pouco no copo lhe fez favor mas mesmo assim não chegou para repetir. Altura de servir os pratos principais: Porco preto com puré de maçã, bem servido, nacos macios e puré aveludado; Tagliatelle Nero com Peperoncino e Gambas que é como quem diz, massa preta (a milagrosa coloração com sabor que lhe dá a tinta do choco) salteada com pequenas gambas e alguma malagueta. Muito boa. Aqui ouviu-se a sugestão e provou-se o vinho da casa: Taká 2005. O Alentejo estava novamente à mesa. Sendo um vinho relativamente novo mostrou ser mais tentador pelo cheiro agradável, intenso, e pela cor forte tipo cereja. Mas sendo para a mesa, não é um vinho de paixões. Ainda todos os presentes falavam no Cortes de Cima e já se servia a sobremesa. O bolo de chocolate italiano. Quente e muito saboroso… Houve ainda quem se aventurasse pelos chás aquando do café mas sobre esses já não escrevo que não os experimentei.

Apreciação global: Ganharam novos clientes. O facto de abrirem logo pela hora do almoço (funcionam das 12 às 23 de Segunda a Quinta e das 12 às 24 às Sextas e Sábados) é uma mais valia e contando com uma bem fornecida listas de petiscos que por lá vi, garante também que umas visitas de fim de tarde se impõem.

Nectar Winebar
Rua dos Douradores, nº 33
1100-2003 Lisboa
Telf: 912 633 368

Pois que o dia foi assim mais ou menos como os outros. E ponto.

Não, claro que não podia ser só isto certo? Então e eu não escrevia aqui sobre a supresa que a Susana me preparou desta vez? Pois bem, e que supresa foi essa? Com uma semana de antecedência falou com a minha mãe e combinou com ela para que ficasse lá em casa na noite de Quarta-feira ao que ela de imediato anuiu (mortinha está ela para ficar com a neta uma noite). Fui eu buscar a Patricia ao colégio e espanto meu quando esta me disse que a avó é que ficava com ela essa noite pois eu ia sair com a mãe. Sim, ainda não fez três anos… Muito bem ensinada sim senhor…

O restaurante Kaetanos

Ála que se faz tarde e estamos de novo a caminho da Graça. A Graça tem graça sim senhor, com uma vista fantástica (apesar de só me lembrar daqueles anuncios imobiliários que dizem com vista para o rio mas que se esquecem de referir que é quando se coloca uma tábua de passar a ferro na janela ao mais belo estilo prancha de navio pirata, e se esgueiram até à ponta) mas sinceramente, tem ruas e becos que intimidam um pouco quando de noite… Eis que chegámos. A mesa estava reservada no Kaetanos. Quem passa na rua não imagina o que está lá dentro. O espaço é enorme ainda que dividido em várias salas diferentes. Fomos prontamente recebidos à porta e acompanhados até à nossa mesa onde logo à chegada nos propuseram beber algo sugerindo a caipirinha como sendo muito boa. Diga-se já para não haver enganos: o Kaetanos é um restaurante de sabores portugueses ainda que confeccionados com um especial requinte que lhes pode dar um agradável aspecto de fusão. A caipirinha era efectivamente muito boa. Apresentaram-nos uma ementa que me pareceu propositada para a ocasião, com os tais corações que não podiam faltar mas ainda assim, sobria e elegante qb (teremos que lá voltar para ver a ementa completa) da qual começamos por escolher de entrada Ovos Mexidos com Farinheira. Enquanto estes chegam e não chegam vêm à mesa o tipico prato de presunto Pata Negra fatiado fino, o par de mini-mini-chamuças que de tão mini (note-se simpáticas) nem a Susana reclamou muito do caril, e umas maravilhosas torradinhas, muito muito finas barradas a manteiga, salsa e algo que nos pareceu pequenas lascas de presunto. Chegados os ovos comprova-se a frescura dos mesmos e a combinação agradável com o enchido. Tudo muito bom.

Chegou entretanto à mesa a garrafa escolhida: Convento da Tomina Tinto 2005, vinho bastante aveludado ainda que bem forte (a contribuir para tal os 14,5 graus) idealmente a ser consumido com pratos bem temperados (para suportar o alcóol) parecendo adivinhar o que se seguia. Este vinho passou a fazer parte das minhas preferências. Vieram então os pratos pedidos que ao que parece se enquadram nas especialidades da casa. Posta de Bacalhau Fresco Escalfado em Azeite com Migas à Pescador e uma mui originalmente apresentada Empada de Caça com molho de Frutos Silvestres. Nada a dizer aqui senão bem. Só indo lá para provar. O Bacalhau impressionou pela frescura e a Empada supreendeu pelo sabor. Tanto um prato como o outro me convenceram com uma textura daquelas que se desfazem na boca.

Num espaço como este e com refeições de tal calibre, requere-se tempo e só com este de abundancia (ainda que nada tenha demorado note-se) se disfruta plenamente do Kaetanos. É aqui que entra a conversa. Não é necessário falar baixo para que na mesa ao lado não nos ouçam mas também não é necessário falar alto para alguem nos ouvir. Parece que tudo está bem estruturado por aqui. E de referir que o restaurante devia estar cheio pois as mesas da sala onde nos encontravamos forma todas completas com reservas prévias, vi passar pelo menos 12 caipirinhas para a sala de baixo e à saida vi que a sala junto à entrada estava igualmente completa sem contar quem em pé aguardava ainda sitio para se sentar.

Faltava ainda um doce para terminar que o vinho assim o pedia. Veio um leite creme queimado à hora que cremoso em dose certa finalizou a refeição. Tal como já referi acima, tudo muito bom. Sem contar com a prenda final (prometido brinde aquando da reserva) para comemorar o Dia de São Valentim: O sabonete de cheiro em forma de coração para a senhora e o charuto personalizado com marca da casa para o cavalheiro.

Assim foi. A Susana mantem a tradição de me surpreender com estas pequenas grandes pérolas gastronómicas e de bem passar o tempo. Ao fim e ao cabo, são 18 anos de namoro.

Restaurante Kaetanos

Rua da Bela Vista à Graça, 126/128
1170-059 Lisboa
Telf: 21 814 38 10
Telm: 96 379 52 19

Hoje fui almoçar a Birre com a Susana e uns colegas e eis senão quando dou com a Ana a comentar os filmes que temos visto no cinema. – “Foram ver o Colisão, os Quatro Fantásticos…” – Perante a minha admiração sobre como saberia ela disto, a resposta foi simples qb: “Tenho lido o teu site.”. E pois. E já está. Aqui se cruza a realidade online com a outra, a IRL (In Real Life). Alguém que efectivamente me conheçe, que sabe onde trabalho e onde vivo e que também lê o que escrevo aqui. E eu não sabia. Assim que pude fui olhar para os stats do browserd days. Em 40 dias foram já 5800 visitas. Com 106 posts e 124 comentários, a resposta da Ana foi um toque de realidade para além do virtual. Ela nunca comentou aqui no site mas pelos vistos, centenas de outras pessoas que por cá passaram também não. E depois? Elas passaram e muitas continuam a passar. Algumas até me conheçem. Isto sabe bem. Com um pouco de insistência ainda acabo a gostar do termo blog (que eu detesto já vos disse)…

Restaurante e Pizzeria “Gigino e Gigetto”
Estrada de Birre, 829
(frente às bombas da Galp)
Tel. 214 871 105 Fax: 214 871 449
BIRRE – Cascais