Porque nem tudo pode ser tão sério como a vida que levamos, o mais recente livro de Tom Sharpe, O Legado de Wilt, pareceu-me um bom começo para leitura de férias. Aliás, não é a primeira vez que Tom Sharpe me acompanha em Setembro.

Tom Sharpe tem agora 82 anos e há pelo menos 20 que me faz rir de viva alma. Tenho todos os seus livros publicados em Português e não me lembro de um que não tenha gostado.

Wilt tem sido o seu personagem de estimação desde o livro com o mesmo nome que escreveu em 1976… Acho que o ultimo li deste azarado personagem foi em 2005. Wilt agora volta, em pleno século XXI e, ainda que as gargalhadas não sejam as mesmas, os sorrisos sinceros e as horas em que não pensei em outras coisas com menos graça, estão lá.

Foi um bom começo. A ver vamos que mais por ai vem…

Tom Sharpe - O Legado de Wilt

Nota para a Teorema: Gostava muito mais das vossas capas antigas… Sério…

Acabei agora mesmo de ler (dentro de uma manga de vidro entre um edificio e outro) Wilt em parte incerta de Tom Sharpe. Quase 20 anos passados sobre as primeiras obras deste autor publicadas por cá (lembro como devorei Wilt ou Vicios Ancestrais em viagens de autocarro Areeiro > Almada), eis que o humor deste génio inglês volta a atacar (e atacar é o termo certo). Eva e as quadrigémeas estão de férias na América e Wilt resolve tomar rédeas do seu destino procurando durante 15 dias uma qualquer desculpa para viver como vive pelos campos da Inglaterra profunda. Eis senão quando:

(…) Desta vez foste longe demais. Encenar o suicidio da tua senhora deitando uma boneca insuflável vestida com as roupas dela num buraco aberto para uma viga quando sabias perfeitamente que ela estava viva num barco roubado com aqueles californianos é uma coisa, mas fogo-posto e assassinato de um ministro-sombra é outra.

Aconselha-se profundamente. A sério.