State of Fear coverTenho estado a cumprir um dos objectivos que tracei para o ano de 2007: Ler um livro por mês. Acabei agora de ler “State of Fear” de Michael Crichton que por cá foi editado com o nome de Estado de Pânico. Foi mais uma das minhas compras nova-iorquinas e posso dizer, muito bem comprado. Gostei muito do que li. Não lia Michael Crichton desde “Congo” que li há uns bons 18 ou 19 anos atrás e foi como se nunca o tivesse lido. É certo que Michael Crichton também me tem acompanhado ao logo destes anos seja através de filmes como Jurassic Park e Disclosure ou pela já incontornável referência televisiva que é E.R. (Serviço de Urgência) mas um livro é sempre um livro e este achei-o muito bom. A sério. Sendo que não tenho muito tempo livre para leitura, este foi daqueles livros que me levava a ler mesmo quando em pé numa qualquer carruagem de metro fosse pela manhã ou ao final do dia.

O autor faz um bom uso do seu background cientifico (estamos a falar de uma licenciatura em Medicina de Harvard) quer nos temas que aborda quer na forma como documenta os factos e neste caso em particular os factos são muitos. Mas vamos por partes. State of Fear fala-nos do fenómeno do aquecimento global e do verdadeiro mercado que se criou à sua volta dando-nos a entender que este tipo de mercados se cria à volta de muitos mais fenómenos do género. Aqui etá um livro de conspirações globais em que os maus da fita não são os Estados Unidos, a CIA ou o Vaticano. Neste livro espelha-se uma realidade em que muita gente já pensou mas que não se fala porque até nem fica nada bem… Falar mal dos ecologistas? Justificar o degelo? Informar que Quioto não perdeu grande coisa por não ter sido subscrito pelos Estado Unidos (sim, informar)? Nem sei como não houve para ai manifestações a quererem queimar o homem na fogueira…

Aqui temos terroristas. Verdes, tecnológicos e de armas automáticas em punho. Ora estamos no meio do gelo, numa plataforma de investigação com tecnologia NASA ao dispor, ora estamos numa ilha tropical com canibais em transe. Viajamos entre Paris, Malásia, Vancouver e Tóquio. E tudo tão real. Quase que os sentimos. E os diálogos??? Autênticas palestras que nos deixam agarrados a cada frase esperando a outra que vem a seguir… Tal como escrevi acima, gostei. Muito. É certo que por vezes me encontrei a pensar que já sabia o fim,e era verdade, que sabia como se iria desenrolar certa situação, e era também verdade mas sinceramente, entre a minha percepção e a confirmação textual da mesma mais mil situações se colocavam elevando assim a fasquia do desafio.

Venha o próximo.

3 thoughts on “Estado de Pânico

  1. Vi que a FNAC fez um bom lançamento colocando-o nos escaparates durante algum tempo mas nada mais do que isso. Efectivamente acho que este livro merecia um bocadinho mais tendo em conta a actualidade (globalidade) do assunto…

  2. Se gostou desse livro, recomendo vivamente o Der Schwarm, do alemão Frank Schatzing – em português O Quinto Dia, tb editado pela D. Quixote.
    Boas leituras

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