Certo. Eu provoco. Eu provoco porque lhe respondo e porque desço quase ao nível da arrogância do Paulo Querido. E quando isso acontece corro o risco de nessa batalha perder por experiência do adversário. Lembro-me da expressão que aparecia na assinatura de alguns e-mails há uns anos atrás e que no caso em questão prova o quão certa pode estar a sabedoria popular:
“Never argue with an idiot, they drag you down to their level and beat you with experience”
O homem escreve um post datado de 26 de Fevereiro intitulado “Blogosfera Portuguesa faz cinco anos”. Começa por referir o blog “Os Marretas” como ponto a marcar referência para logo depois revelar o que de melhor há em si referindo que o seu site pessoal (ou pelo menos um dos seus antepassados) faria também cinco anos agora em Março.
Pôrra! Não há pachôrra para este tipo. Já não falo das mil e uma barbaridades coisas que por lá já li e algumas que até terei comentado sempre por achar (sim, é a minha opinião) que o autor em questão é de uma arrogância tremenda quando de Internet (e em particular da Internet em Portugal) se trata. Esqueço essas. Mas esta é demais. Não. Mesmo que o homem tenha lá um exercito a defender tão honrada posição, esqueço o facho por um minuto e defenderei o valor tal qual comunista empedernido: O Paulo Querido está errado. A blogsfera portuguesa não faz cinco anos. E digo-lhes já antes que me perguntem quantos anos terá ela então: Não sei. Mas não tem cinco. Já havia blogs por terras lusas bem antes disso. Ele afirma que “… O punhado de blogues e páginas que já existiam em Portugal antes de 2003 não se podem classificar de blogosfera.” Claro. Blogosfera só aparece quando falamos de um punhado mais um: o dele! Irrita.
Diz-me ele que “Uma andorinha não faz a primavera…” Pois mas se houver duas ou três e uma delas for ele mesmo (a sério, as andorinhas não me dizem nada e no primeiro dia de Primavera costuma chover a cântaros) a Primavera chega radiante… E ainda me tenta ofender perguntando: “… compreende o ditado popular?”.
Sabem os que por aqui passam regularmente que não sou de querelas pessoais. E tenho ódios de estimação como quase toda a gente. Não posso com alcaparras, alcachofras, anchovas, lixias e muitas outras coisas mas nem por isso venho para aqui escrever que não posso com elas… Pois que há coisas e coisas certo?
O termo blogsfera (blogsphere no original que diga-se de passagem deveria ter-se mantido como piada que era na sua origem) não está cunhado na rocha. Surgiu como piada entre outros como blogiverso ou blogmos. Tendo sido levado mais a sério do que o autor do termo inicialmente previa, blogsfera foi ficando como termo colectivo, representativo de todos os blogs e das suas interligações. Será talvez a forma representativa da noção da existência dos blogs enquanto parte de um todo, de uma comunidade de blogs ou de um grupo de comunidades de blogs.
Ainda que o Paulo Querido não saiba, ou pelo menos que diga não saber (caso contrário não poderia ser um dos fundadores), em Portugal, antes de 2003 já havia várias comunidades de blogs. Lembro-me de uma em particular por fazer parte activa da mesma. Tratavam-se de blogs sobre design e webdesign. Eram muitos. Mais que muitos. E tinham um espírito de comunidade (de blogsfera) muito maior do que o que hoje vemos. O mundo estava verdadeiramente interligado. O que se via na altura em qualquer um destes blogs eram pequenos icons representativos de outros sites, nacionais e internacionais, com interesses comuns. E isso seria o quê? Já sei. Era a Blogsfera. Essa já existia antes de 2003. Só agora reparei que o Paulo Querido falava da Blogosfera. E isso é uma coisa diferente. Serão os blogos? Devem ser. Confesso que não reparei se esses surgiram só em 2003 pois estava na altura a escrever e ler blogs que já por cá andavam há algum tempo e outros que por essa altura despontavam (como o acima referido “Os Marretas”).
Em Novembro de 2001 o António Granado do Ponto Media escrevia assim:
Pela opinião do Paulo Querido isto ainda não era “blogosfera“. Talvez porque ele ainda não tivesse aderido aquela cena de colocar o link para os sites que gostávamos e com os quais nos identificávamos.
Nesses (já velhos) tempos, onde hoje se lê “blogroll” lia-se “Respect” ou “Respeito” nalguns casos. O Paulo Querido mostra mais uma vez que não entrava nesses grupos… É outra onda, é da “Blogosfera“.
Vou jantar.
Pena já não estar funcional para confirmar, mas a Rita certamente terá um bom arquivo desses tempos (iniciado em Julho de 2001):
http://marciana.org/diarios/
Nestas coisas da blogosfera (ou será blogsfera? estou um pouco confuso), já não é a primeira vez que o Paulo Querido tem destas coisas. Lembro-me do lançamento da TubarãoEsquilo e da forma como tomou para esta rede o estatuto de primeira rede editorial de blogs (ou blogos?!).
Mais recentemente, vem-me à memória um desentendimento (que me pareceu propositado, mas isto é só a minha opinião) com o Francisco, do Planetuga.
Devem ser apenas estranhas coincidências…
hmms…
De memória, o primeiro “blog” que vi a ser usado/editado foi em ’99 pelo pessoal que trabalhava na Digito.pt na altura, acho que foi o Pedro Balbis.
Era mantido em Frontier, que gerava o site todo em html, e depois era colocado online algures por FTP.
Quanto ao Paulo Querida^Ho, não vale a pena o esforço.
Inté,
Pedro, chamo a sua atenção e a dos seus leitores para duas imprecisões do seu texto:
1. em circunstância alguma disse que era um fundador da blogosfera
2. o que de melhor há em mim está-lhe vedado.
De resto agradeço a honraria mas não é verdade: por muito bom que eu seja, ainda não posso tirar alguém de um local onde a pessoa não está.
Mas conseguiste :)
Citando Nuno Job:
«Tu ligas a estes atrasadinhos (o corrector ortográfico sugere quadradinhos) mentais que fazem do blog “uma arte” e – quiça – uma profissão?»
Ó Nuno Job (Job? LOL) portanto depreendo das tuas palavras que todos aqueles que querem ser bloggers profissionais são atrasadinhos mentais? É isso? E quando escreveste quiçá, espetaste o dedo no ar com muito força? Não estarás a ser um bocado, sei lá, quadradinho…?
Yuuupiiiiii…
Adiante…
Nem vale a pena…
E ainda mais uma deixa, vir à minha casa escrever-me na parede que eu não sou sério, é bom. É muito bom… Melhor ainda é saber que não deixo de ter razão. Não que não o soubesse já (pelo menos no que a este assunto respeita) mas é tão boa a confirmação… Não sei a quem se dirigia o comentário da Mª João Nogueira mas de qualquer forma aproveito a deixa e digo ao “muito bom”: Conseguiste!
Bem vindo!
Pedro,
O meu comentário dirigia-se ao autor do post.
Thank you ma’m… Desculpa. É do cedo da hora a um Domingo… Hoje é dia de festa cá por casa uma vez que pela 1ª vez em muito, muito tempo a Patrícia dormiu até às 11 e, consequentemente nos deixou dormir a nós causando um estranho efeito de jet lag…