Geração Alpha a ditar as regras…

Geração Alpha

Ontem ao almoço o Pedro Vieira falou-me do artigo da Sandra Alvarez no Público mas já a noite ia longa e não me tinha sido possível ler o dito. Eis senão quando, o tal artigo me aparece num alerta do Facebook. Não é tarde nem cedo, vamos lá ver o que escreve a Sandra sobre a Geração Alpha.

A coisa parece-me começar logo mal. No primeiro parágrafo escreveu a autora:

Assim, depois das gerações Z (2000-2010) e Y (1985-1999), que ainda no início do ano passado despertavam especial atenção junto das marcas enquanto as primeiras gerações digitais e verdadeiramente globalizadas, está agora na altura de ficarmos atentos à geração Alpha.

Na minha opinião (que é somente isso, a minha opinião), ou a autora estava atrasada o ano passado, quando achou que as gerações Z e Y estavam a despertar as atenções, ou a autora está muito adiantada agora deixando um ano de intervalo entre o despertar de atenções de uma geração e a outra seguinte.

Eventualmente haverá ainda uma terceira opção: a autora estava atrasada o ano passado e está muito atrasada este ano. Este argumento ganha força no parágrafo seguinte.

Geração Alpha, a que vem depois da Z

Escreve Sandra Alvarez que há poucos dados sobre a Geração Alpha. Diz-me o Google que nem por isso mas, já antevendo o argumento de que há muita coisa no Google que não interessa, passei também pelo site Academia.edu onde encontrei vários trabalhos académicos sobre o tema. Sendo que neste site também se poderão encontrar coisas que não interessem, vamos assumir, para bem da discussão, que há efetivamente muito material de trabalho sobre o tema.

E se era a outros dados que a autora se referia, bem, Mark McCrindle (uma das pessoas a quem se atribui o uso do termo Geração Alpha) há já alguns anos que se dedica a recolher e compilar informação que também a poderia esclarecer.

Mas o parágrafo continua e, poucas linhas depois de nos ter dito que estava na altura de ficarmos atentos à Geração Alpha, dá como referência um documentário da Heinz Papinhas (não perguntem). Certo, é uma fonte como outra qualquer mas (porque os mas são sempre muito importantes nestes argumentos) o que causa alguma estranheza é que o documentário em questão foi apresentado em 2013.

2013. 3 anos antes das gerações Z e Y terem despertado a atenção da autora já a Heinz Papinhas apresentava um documentário sobre a Geração Alpha, sobre a qual diz Sandra Alvarez “está agora na altura de ficarmos atentos”. Agora, em 2017.

A estranheza continua

Daqui em diante várias outras coisas me causam estranheza ou fazem confusão. Entramos na descrição mais ou menos polémica da referida Geração Alpha. Pouco falta para dizer que os indivíduos desta geração já nascem de chip eletrónico atrás da orelha. Não diz mas nem por isso deixa de os assumir como verdadeiros ciborgues:

…integrando-os (os dispositivos tecnológicos) sim na sua vida de forma tão natural que já nem sequer pode ser considerada como uma extensão dos próprios — como constatámos com a geração Z —, mas sim como parte de si.

Também gostava de saber em que diacho se baseia a autora para achar que estes indivíduos terão “forte apetência para criar marcas e empresas desde muito cedo — talvez desde crianças” ou o que quer exactamente dizer com “o ensino escolar será menos didático” e entristece-me sinceramente, pensar que esta nova Geração Alpha possa ser um grupo de meninos mimados “esperando que tudo seja customizado de acordo com as suas necessidades”.

E depois, eis que me lembro das relações humanas e do texto do Luís Bettencourt Moniz, onde se lia sobre “a emergência do H2H (Human to Human)” e sobre as pessoas que “querem ser ouvidas e querem conversar”. Curiosa pois a coincidência de, 24 horas depois, escrever a Sandra que os indivíduos da Geração Alpha “comprarão muito mais online e, por isso, terão menos contacto humano do que as gerações anteriores”.

Em que ficamos? Na fantasia utópica do Luís ou na realidade (desculpem o abuso mas certamente perceberão o sentido) distópica da Sandra?

A publicidade nos blogs parece ter saído do radar em Portugal mas, ainda que a discussão tenha arrefecido, é necessário que não se deixe cair o tema no esquecimento.

Com o aumento do interesse no marketing de conteúdo, o tão falado content marketing, os blogs ganharam um novo fôlego no panorama da comunicação digital e, quer da parte dos bloggers (obviamente interessados em rentabilizar o seu espaço), quer por parte das marcas e agências de comunicação, a questão da publicidade nos blogs voltou a estar em cima da mesa.

Publicidade nos blogs Pedro Rebelo: Porque as imagens carregam segredos

Há muito que este é um tema sensível mas, inicialmente, a questão da publicidade nos blogs era sensível essencialmente entre bloggers, que se preocupavam com a credibilidade da sua plataforma de eleição, quando cada vez mais se publicavam em blogs, conteúdos que mais não eram que press releases e claros anúncios comerciais.

A proliferação desta prática levava a que muitos utilizadores da internet tivessem a ideia de que a publicidade nos blogs era o que definia a plataforma. Era um erro mas, citando Goebels (quem diria que um dia iria citar Goebels no browserd.com), “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade” e aparentemente era o que estava a acontecer.

A publicidade nos blogs e a lei

Em Maio deste ano, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, ERC, colocou em consulta pública o novo Código da Publicidade, onde a determinada altura se podia ler:

A promoção de bens ou serviços sob a aparência de opinião pessoal de quem a veicula, mediante contrapartida financeira ou material, deve ser inequivocamente identificada como publicidade, independentemente do meio utilizado para a mesma.

Aqui d’el Rei. Levantaram-se as vozes. Foram escritos mil artigos, revistas, jornais, até blogs (principalmente blogs) escreveram que os bloggers tinham que assinalar como publicidade nos blogs tudo o que fosse artigo pago. E note-se que, como artigo pago entendiam-se também os artigos em que ao blogger era oferecido um qualquer produto ou serviço de uma marca e ele escrevia sobre o assunto.

Pois é, aparentemente, os arautos da desgraça, e outros, esqueciam-se que o facto de a um blogger ser oferecido um produto ou serviço, não quer dizer que ele tenha que escrever bem do mesmo no seu blog. E quando alguém escreve, digamos, menos bem, sobre um produto, vamos chamar a isso de publicidade nos blogs?

Há bloggers que aceitam “encomendas” e, independentemente de acreditarem ou gostarem do que lhes é proposto, apresentam o melhor que conseguem sobre o assunto. Mas ao que consta também há jornalistas que o fazem, há políticos que o fazem, empresários que o fazem… Se faz disso bons ou maus representantes da sua classe, deixo à vossa consideração. Não é sobre esses que escrevo.

A questão da publicidade nos blogs e os blogs como órgãos de comunicação social

Este tema da publicidade nos blogs e o papel da ERC no assunto já na altura não era novo. Infelizmente, há muita boa gente que, por ter chegado mais recentemente a esta coisa a que se chama blogosfera ou por mero desinteresse no tema noutros tempos, não conhece ou não recorda coisas como as referidas pelo Luis Santos em 2005, no seu blog Atrium, quando após questionar o gabinete do então Ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, sobre a eventual abrangência das competências da ERC relativamente aos blogs, recebeu da chefe do gabinete do Ministro, uma extensa resposta onde em determinada altura se podia ler:

… visando salvaguardar o direito à liberdade de expressão consagrado no artigo 37º da Constituição da República Portuguesa, a proposta de Lei apresentada pelo Governo pretendeu excluir, de forma notória, as comunicações electrónicas de conteúdo privado e de conteúdo não comercial (como, em regra, serão os ‘blogs’). Assim, foram incluídas as expressões ‘submetidos a tratamento editorial’ (cfr. Lei da Imprensa) e ‘organizados como um todo coerente’. Daqui decorre que, enquanto não assumirem uma linha editorial definida, através da sujeição das opiniões nele vertidas a um tratamento uniformizador, de cunho editorial, os ‘blogs’ não serão enquadráveis na alínea e) do artigo 6º dos Estatutos.

Note-se que o artigo 6º dos Estatutos da ERC estabelecia a competência desta sobre ‘todas as entidades que, sob jurisdição do Estado português, prossigam actividades de comunicação social’ e a alínea e) estipulava: “As pessoas singulares ou colectivas que disponibilizem regularmente ao público, através de redes de comunicações electrónicas, conteúdos submetidos a tratamento editorial e organizados como um todo coerente.”

Ou seja, dizia a chefe do gabinete do Ministro dos Assuntos Parlamentares que os blogs não estavam sob jurisdição da ERC. Bem claro.

Quase 10 anos mais tarde, o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social elaborou em Outubro do ano passado o estudo  Novos Media – Sobre a redefinição da noção de órgão de comunicação social, e publicou-o no site da ERC para submissão a consulta pública.

Ora, se há uma preocupação com a publicidade nos blogs e se se levanta a questão dos blogs puderem ser considerados órgãos de comunicação social, este documento deverá ser lido com particular atenção tendo em conta que a publicidade nos órgãos de comunicação social tem regras muito especificas.

Neste documento da ERC, lê-se em determinada altura:

Advinha-se a dificuldade em decidir, por exemplo, se um blog que apresente (…) elementos que o permitam qualificar como um órgão de comunicação social, deve ser submetido a registo junto da ERC.

A frase acima remete para uma nota de rodapé onde se lê:

A generalidade dos blogs que encontramos hoje na internet têm como principal objetivo o entretenimento e a partilha de gostos/interesses dos utilizadores sobre as mais variadas temáticas. Não existe assim qualquer preocupação editorial, vontade de atuar como media ou intenção de agir de acordo com os padrões da profissão de jornalista, tais como foram definidos nos critérios de identificação de um órgão de comunicação social (…).

Eu concordo. Sou blogger. Não sou jornalista. E não é porque não pudesse ser. A minha formação académica é em Ciências da Comunicação. Em determinada altura, tal qual um Bartleby do séc. XXI, preferi não o fazer.

Talvez por os autores do estudo Novos Media – Sobre a redefinição da noção de órgão de comunicação social terem um entendimento semelhante, referem ainda no texto:

Não faz por isso sentido que lhes sejam exigido um conjunto de deveres tais como pluralismo, contraditório, rigor, respeito pelas regras ético-legais que conformam o exercício do jornalismo, entre outras, uma vez que não estamos perante um órgão de comunicação social.

Pronto, ao que parece, estamos mesmo entendidos. Não tem sentido exigir aos bloggers que se comportem e obedeçam às mesmas regras que obedecem os jornalistas pois falamos de entidades diferentes. E se assim é, porque deverá então a publicidade nos blogs obedecer às regras impostas aos órgãos de comunicação social?

Já Giuseppe Granieri escrevera no seu livro Blog Generation que, não se pondo em discussão que os blogs sejam uma forma ulterior de circulação de informações, blogging não é jornalismo. Aliás, Granieri escreve também nesse livro:

Às vezes os bloggers mais dotados tornam-se jornalistas. Muitas vezes, cada vez mais frequentemente, os jornalistas tornam-se bloggers. Mas não há confusões de papéis, visto que importantes elementos de contexto diferenciam as duas actividades (…) A mudança é pois medida através das relações, não através da simples produção de conteúdos e de uma taxonomia actualizada que os codifique (…) Os blogs e o jornalismo tradicional são complementares, são duas áreas diversas do ecossistema dos media, fortemente interligadas mas com regras e equilíbrios diferentes.

Mas eis que se levantam as tais vozes novamente: “Mas se os bloggers estão nos mesmos eventos que os jornalistas, e com acesso às mesmas informações…”. A haver culpa nisso, de quem será? Dos bloggers ou de quem lhes dá acesso? Em última análise, quem dá igual acesso a bloggers e jornalistas que responda por isso.

Publicidade nos blogs? Sim, porque os publicitários são pagos em croquetes e rissois.

“Ó senhor blogger, gostaria de o convidar para vir à minha conferência de imprensa… Cá iremos ter croquetes, rissois e, eventualmente, oferecemos aos convivas o pratinho do IKEA em que servimos os acepipes.” Desculpe lá, mas não posso ir sabe? Sou blogger e tenho regras que me dizem que, se depois escrever sobre isso, tenho que fazer um disclaimer a dizer que é um caso de publicidade nos blogs…”. Sinceramente? Não me parece. Além do mais, gosto de croquetes e gosto de rissois. Claro que vou. Escrevo num blog, não num jornal.

Talvez por perceberem que tal como eu, muitos bloggers também gostam de croquetes e rissois (ou por outras razões mais sérias sobre as quais não me apetece de momento fazer considerações mas que estou certo, vós leitores farão), o estudo da ERC refere ainda:

Remeter estes conteúdos para o território da regulação seria exorbitar o âmbito de competência da ERC, uma vez que a atividade exercida não é uma atividade de comunicação social. Não obstante, alguns blogues são utilizados com outras finalidades que não as referidas. Alguns blogues são hoje usados para a divulgação de informação, sendo os seus conteúdos submetidos a tratamento editorial. É em relação a esta segunda categoria de blogs que a questão se coloca com maior acuidade. (…) A proliferação de blogs e páginas pessoais, que vieram trazer novas fontes e novas formas de produção e distribuição de conteúdos informativos, desafiou as tradicionais fronteiras entre jornalistas e leitores (…) A Internet é uma fonte de enorme riqueza informativa e há cada vez mais cidadãos e organizações a produzirem conteúdos próprios. O jornalismo, e o jornalista, não têm como fugir a esta tendência.

Os blogs não são órgãos de comunicação social, pelo menos, não no sentido a que tradicionalmente nos referimos a órgãos de comunicação social. Os blogs são novos media, da ordem dos media sociais, da ordem a que chamamos de forma simplista, redes sociais. A haver regras, que sejam novas regras.

Publicidade nos blogs: Os blogs são conversas

“Um blog não é imprensa e um blogger não é um jornalista” escreveu o Rodrigo Moita de Deus em 2010. Por sua vez, e relativamente à situação que levou o Rodrigo a tal expressão, escreveu o Fernando Fonseca no 31 da Sarrafada:

Enquanto os órgãos de comunicação social são obrigados a produzir notícias para encher espaços que são pagos pela publicidade, os blogs não são obrigados a absolutamente nada.

De uma forma provocatória, poderia nesta altura alguém perguntar: Querem melhor explicação?

A publicidade nos blogs e a regulação light

Até se entende que possa haver quem esteja chateado com isto da publicidade nos blogs… Mas não podem atribuir responsabilidades aos bloggers, por de repente o mundo ter descoberto que há mais quem escreva, e bem, sobre os mais variados assuntos.

Querem leis e regras e tratados (surge em mim o José Régio, porta adentro, exclamando…)? O Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social também pensou algo nesse sentido. Ainda no documento apresentado em finais do passado ano sugere-se:

No presente, a atuação regulatória num panorama composto por órgãos de comunicação social com configurações muito díspares e diversas funções mediáticas deve distinguir-se entre dois níveis: regulação light e regulação clássica ou tradicional. A regulação light está reservada para serviços não lineares em plataforma aberta, os demais media devem estar sujeitos à regulação clássica. (…) a regulação light será mais acessível, pedagógica, passando pela sensibilização destes novos media a subscreverem uma carta de princípios (um “estatuto editorial”) a observar pelos próprios de forma voluntária.

Foquem. Foquem e atentem: a observar pelos próprios de forma voluntária!

No mês passado, o então secretário de Estado da Economia, Leonardo Mathias, afirmou que o Governo desistira de aprovar o novo Código da Publicidade, por não haver tempo que garantisse a possibilidade de uma “profunda reflexão” e um “amplo consenso na sociedade” sobre o mesmo.

Estranhamente não vi os bloggers a escrever sobre isto (e jornalistas muito poucos). Estranhamente porque, mais do que a publicidade nos blogs, o tema dos blogs enquanto base de estratégias de conteúdo está na ordem do dia para muitos profissionais da comunicação digital, para muitas empresas e, consequentemente, deverá também estar para muitos bloggers.

Na minha opinião, é preciso não o deixar esquecer, é preciso que o debate sobre a publicidade nos blogs se promova para que a lei quando chegar, e sim, estou certo de que há-de chegar, chegue justa e num sentido: Não se legisla a Vox Populi.

periscope photorealistic logo - pedro rebelo

Ontem, enquanto dava uma formação sobre Redes Sociais, a conversa passou ao de leve pelo tema Periscope. Para quem não sabe o que é, trata-se de uma aplicação (recentemente adquirida pelo Twitter pela módica quantia, consta, de 100 milhões de dólares) para instalar em Smartphones (já é possível dizer isto pois foi ontem lançada a versão Periscope para Android. Anteriormente era exclusivamente para iOS, o sistema operativo dos iPhones) que permite o streaming de video que é como quem diz, a transmissão em directo para a Internet, de qualquer coisa que se filme com o telemóvel.

periscope photorealistic logo - pedro rebelo

Lembrei-me que há umas semanas atrás fui contactado pela Carolina Reis para uma peça que ela estava a preparar para o Expresso, precisamente sobre o Periscope, e as questões de segurança e privacidade em torno da utilização da referida aplicação. Na altura, era motivo de debate na Internet a queixa que a rede televisiva HBO apresentava sobre o Periscope, pelo facto de alguns utilizadores desta rede terem “transmitido em directo” o primeiro episódio da nova temporada de Game of Thrones.

Mas, mesmo sendo motivo de debate, tendo dado origem a uns quantos artigos e blog posts, não foi coisa que chegasse a “aquecer o lugar” e rapidamente deixou de se ouvir falar de tal tema. Em Portugal por exemplo, tirando um pequeno apontamento da TSF, nem me lembro de ter visto qualquer referência ao caso.

O Periscope vai mudar o mundo?

Nessa altura, lembro-me de ter referido à Carolina que não achava que o Periscope fosse a next big thing. Se é uma coisa boa? Claro que acho que sim. Se tem utilidade? Obviamente (note-se que o Expresso por exemplo, já o está a usar activamente para alguns apontamentos de reportagem em directo, nas suas presenças online). Se o mundo vai mudar por causa dele? Não me parece.

Curiosamente, foi também ontem que o WHY Group da Horizon Media divulgou um infográfico sobre o Periscope (e a outra aplicação que tendo sido lançada mais ou menos ao mesmo tempo, faz literalmente o mesmo que o Periscope, o Meerkat).

É certo que ainda é cedo, que estas aplicações são relativamente novas no mercado, que ainda não vão em velocidade de cruzeiro, que estas coisas levam o seu tempo a entranhar mas, ainda assim, olhando para os dados recolhidos, não posso deixar de pensar que, se o Periscope fosse a next big thing, já daria provas disso. E aparentemente não dá.

Os dados mostram que a faixa etária que mais usa a aplicação (bem, estas aplicações na verdade, o estudo aborda o Periscope e o Meerkat) é a que se situa entre os 18 e os 35 anos de idade e que, os principais factores que levam as pessoas a usar são o facto de ser gratuita e a possibilidade de transmitir informação em directo, em tempo real. É para isso que ela serve, não é de estranhar. É curioso que a maioria dos utilizadores (53%) refere como possível uso para o Periscope, a partilha de eventos entre amigos e família mas ao mesmo  tempo, também a maioria do utilizadores (49%) refere como a maior preocupação o facto de perder tempo a ver filmes desinteressantes. Imagino que filmes estarão a falar… Filmes com familiares e amigos?

Não há qualquer referência a uma utilização mais profissional ou tão pouco, do colmatar de uma necessidade.

Um outro dado que pode ser preocupante, é o aparente desconhecimento da existência desta plataforma, principalmente quando comparado com outras aplicações como o Snapchat, o Instagram ou até o Vine (plataforma para publicação de pequenos videos, também do Twitter).

Como disse anteriormente, eu sei que ainda é cedo, sei que ainda há muito a escrever sobre o Periscope e outras aplicações do género (nota para ti Carolina: a peça soube a pouco). Não penso que seja pela abordagem da privacidade (ainda andamos nisso? 1999 telefonou, já a semana passada, e pediu que lhe devolvessem o tema que por lá já está toda a gente cheia de saudades) ou da segurança mas talvez pela ideia do Citizens Journalism ou da formação online.

Por enquanto, os dados:

Periscope e Meerkat analisados pela Horizon Media - Pedro Rebelo

Depois do post sobre os Vingadores: A Era de Ultron não resisti a ir procurar entre os meus livros de banda desenhada, as várias presenças da Viuva Negra. Scarlett Johansson à parte, a Viuva Negra é, como referi no outro post, um dos meus personagens femininos favoritos em todo o universo Marvel.

Encontrei o #1 do Black Widow Volume 4, lançado em 2010, com argumento de Marjorie Liu e desenho de Daniel Acuna e fiquei com leitura para o final da noite…

Black Widow Vol 4 #1 Pedro Rebelo

Depois resolvi procurar um pouco mais por ela, eventualmente encontrar um bom preço por outros volumes que não comprei na altura. Foi então que descobri no site Bulimia.com uma versão alternativa da Viuva Negra. Em abono da verdade, descobri uma versão alternativa de uma série de heróis…

Como seriam os super-heróis se tivessem corpos normais? Sem as curvas impossíveis dos corpos femininos ou os abdominais à Cristiano Ronaldo super-vitaminado dos personagens masculinos?

Black Widow not a Barbie

Numa abordagem bem humorada aos problemas que a imitação de certos estereótipos podem causar, o Bulimia.com deixa-nos com algumas capas de comics em que os heróis possuem corpos desenhados com proporções mais normais, mais humanas.

Parece-me uma estratégia de valor, uma forma de adereçar ao público certo, um problema sério nos dias que correm.

E vocês? Que vos parece? Quanto à estratégia e quanto aos comics claro.

 

Parem as máquinas (bem, licenciei-me em Ciências da Comunicação, um dia teria que dizer tal coisa)! O Pedro Couto e Santos disse no Facebook que gostava muito (com direito a coração e tudo) do browserd.com.

De forma a eternizar tal feito (porque o Facebook não eterniza pôrra nenhuma a não ser coisas que não interessam como as malas da Pêpa e outras que tais) deixo aqui a imagem que comprova o momento em que um dos bloggers que há mais tempo consta da minha lista de bloggers favoritos, resolve homenagear o browserd.com de uma forma tão… Amorosa.

Um daqueles momentos - Pedro RebeloNuma nota de rodapé, se ele descobre que eu falo dele e do Macacos nas minhas formações de blogging, tenho que o ouvir para o resto da vida… Joana, schiuuu. Caladinha.