Certo. Isto tem andado paradinho por aqui e entre hoje e sexta também não deve mexer muito… E se eu tenho temas para falar (leia-se escrever). Mas, para variar, falta tempo.

O dia de hoje vai começar mais cedo do que o que é costume. Mas mais vale prevenir do que remediar.

É hoje apresentada a largos milhares de colegas a nova Intranet da casa. Bem, das casas uma vez que se trata de uma nova Intranet para todas as operações do banco espalhadas por vários países e continentes. A mudança é tal que tenderá (espera-se) a mudar comportamentos e formas de trabalho mas como se sabe, tais mudanças (autênticas revoluções quando de instituições tão regradas se trata) acarretam questões, dúvidas e birrinhas.

Tecnologicamente estou certo do sucesso (quase mais certo do que os responsáveis pelo mesmo que quase se mataram mas fizeram um excelente trabalho) mas quando falamos de comportamentos e atitudes, quando falamos de sentimentos sobrepondo-se à lógica…

A coisa vai cair em cima de alguém e tenho as minhas dúvidas sobre se o help desk saberá responder ás questões do tipo “mas por que é que aquele menu já não é verde?” ou pior ainda “mas o link para aquela aplicação (que só eu no meio dos 20 mil empregados uso) já não está na homepage porquê? Onde está agora?”. Ora vejam lá se imaginam agora onde irá parar a chamada telefónica? – O colega é da Comunicação não é? O colega não está na equipa que desenhou “isto”?… Vai ser bom.

A somar a isso, um exercicio de imaginação. Imaginem-se a trabalhar na casa mãe de uma grande instituição internacional (ou pelo menos com uma forte presença em vários países). Sim eu sei, alguns de vós trabalham. Ok. Certo. Imaginem-se a trabalhar na Direcção de Comunicação dessa instituição. Imaginem que na próxima sexta-feira os vossos colegas dos quatro cantos do mundo (juro que nunca percebi bem esta ideia mas enfim) aparecem ai no vosso cantinho dizendo qualquer coisa do género: “Então quais são os planos para este ano?”. Ok. Imaginaram? A sexta-feira de que falo é no fim desta semana e no dia a seguir é reunião geral da casa mãe…

Está de antemão explicada a razão de uma eventual demora na actualização do site, na aprovação de comentários, nas respostas ao e-mail e definitivamente, a explicação para uma mais parca presença no Twitter…

A minha disponibilidade sempre foi, modéstia à parte, famosa lá no trabalho. E confesso, sempre me tenho orgulhado disso. Nunca fui de entrar tarde nem de sair cedo e mesmo quando via a minha hora de saída condicionada pelo acesso a transportes, muitas vezes me estiquei pensando que depois logo se veria o que fazer…

Ontem sai do trabalho por volta das 17h30. O que tinha urgência de ser feito feito estava. Não estava tudo porque nunca está, porque há sempre mais.

Fui buscar a minha filha ao colégio e nada paga o sorriso que fez quando me viu chegar. Fomos os dois para casa de Metro (sim, ela gosta muito de andar de Metro) e ainda deu tempo para uma léria de conversa com a dona da mercearia da rua.

Em casa vimos desenhos animados juntos e ainda treinámos algumas palavras em inglês. Dei-lhe banho (contando com meia-hora de brincadeira aquática) e depois do jantar ainda me deitei um pouco com ela.

Processei algumas fotografias da viagem a Nova Iorque, vi uns episódios de umas séries de televisão de que gosto, escrevi este artigo e, antes de ir dormir ainda vou ler um bocado…

A minha disponibilidade sempre foi, como já disse, famosa lá no trabalho. A Susana e a Patrícia agradecem, e isso sente-se, quando ela aparece cá por casa… Ao fim e ao cabo, esta é a minha casa.

O dia de ontem foi em meeting_mode all day long. E no Porto ainda por cima e por causa das tosses. A manhã a começar cedo para saber o que isso custa. Bem, pelo menos, mais cedo do que o costume e a 300 e tal quilómetros de distância.

8 horas de reunião com uma de intervalo para reabastecer ao almoço. Quem me vier cá dizer que isso de definir menus de navegação e layouts é coisa de menor importância (e ficariam admirados com a quantidade de vezes que já ouvi tais coisas) leva um sopapo atrás das orelhas. Com força.

Bate-se na mesa, gastam-se folhas e mais folhas de flipchart, o projector já deita fumo de tão quente, litros de agua engarrafada e muitos, muitos rabiscos no papel.

Não é fácil. Uma Intranet, dezenas de milhar de utilizadores espalhados por vários países, em 3 continentes…

Misturam-se em campo a usabilidade, a arquitectura de informação, o desenvolvimento… É um mundo dentro do mundo e tal como o mundo, gira e gira e gira…

Não é dificil fazer um mundo pior. E quando o dia chega ao fim, cansado, a satisfação de que, aquele ecran, aquela funcionalidade que tanto me preocupava, já está decidida.

Isto de chegar a casa todas as noites a horas de dar um beijo de boa noite à minha filha de 4 anos não está com nada.

Não há dinheiro que pague.

Podem fazer o favor de colocar o ênfase da frase anterior onde bem entenderem.

Como nota de rodapé fica o facto de cada vez melhor entender o porquê da criatividade ser tão bem paga por esse mundo fora.

Se o Barclays Bank usasse o e.Life teria de certeza entrado em contacto comigo há mais tempo. Os meus posts sobre o mau serviço do Barclays Bank na questão da fraude com o Cartão de Crédito seriam mais do que suficientes para um alerta a requerer acção imediata. Passo a explicar.

Há já muito tempo que conheço empresas que se preocupam com a monitorização do ciber-espaço. Mantendo equipas dedicadas (por vezes equipas de 1), estas empresas preocupam-se em vasculhar a Internet em busca do que sobre elas se escreve. Já havia quem o fizesse nas bbs’s, depois no Gopher, nos newsgroups, nos sites e mais recentemente, nos blogs, redes sociais e afins.

Esta monitorização não é meramente de observação. Algumas dessas empresas optaram pela politica de responderem e participarem activa e declaradamente aos artigos, comentários e queixas em que são os principais visados. É uma questão de comunicação, frontalidade e transparência.

Mas dai a Big Brother…

No entanto, o facto de uma empresa andar a “cheirar” a Internet não é só por si nada de extraordinário. O X faz isso, o Y também e o Z, o A, o… No entanto quando se contrata uma empresa para que faça isso por nós a coisa já é mais séria. E quando essa empresa se compromete a descobrir tudo o que sobre nós se diz (escreve),ler, analisar, elaborar relatórios, métricas e aconselhar vias de acção então ai podemos dizer: Bem vindo ao Big Brother dos Blogs.

É a isso que se propõe a Seara (empresa responsável pelo serviço em Portugal) através do e.Life.

Nascido no Brasil em 2004 para monitorizar o que se escrevia on-line sobre uma campanha publicitária para a Visa Brasil esta monitorização foi a primeira do género naquele mercado. Logo no ano seguinte a e.Life monitorizava canais alternativos e emergentes como a blogsfera e as comunidades de social networking como o Orkut e o Hi5 para o Banco Bradesco.

A apresentação no Pestana Palace

Jairson Vitorino apresentou na passada Segunda-feira a forma de funcionamento de e.Life para uma plateia interessada. E Jairson percebe de comunicação, sabe o que faz. Tudo o que nos mostra é simples e muito, muito útil para qualquer marca no mercado.

A aplicação do e.Life na Gestão de Crise é a primeira coisa que nos é mostrada. Se alguém fala mal da sua marca ou produto num blog ou numa comunidade virtual pode causar danos muito sérios. Através do e.Life a empresa pode ser imediatamente avisada da necessidade de acção e assim, entrar em contacto directo com o autor da informação original ou até, preparar toda uma campanha de imagem.

Mas os usos do e.Life não ficam por ai. Da mesma forma pode ser aplicado a estudos de Consumer Insights, permitindo agrupar gostos, interesses e opiniões de forma a tomar decisões comerciais de futuro. Imaginem por exemplo, e uma vez que estamos na época dos festivais de Verão, uma determinada marca que promove um desses festivais. Meses antes monitoriza a blogosfera cruzando os termos que identificam a sua marca com as palavras musica, grupo, banda, etc… Esta marca pode obter facilmente uma relação do tipo de bandas musicais que os seus Clientes mais apreciam e assim tentar contratar essas mesmas bandas para o seu festival. Resultado, a identificação do consumidor com a marca aumenta pois a marca X é quem lhe permite ver as bandas que gosta…

E como funciona?

O e.Life percorre a web em busca de palavras-chave pré-definidas e agrega os resultados mas para além disso utiliza uma série de métricas que permitem classificar e hierarquizar esses mesmos resultados tais como o numero de incoming links do blog onde o post foi encontrado, o numero de comentários que esse post gerou, o tamanho da rede social do autor entre outros…

A análise não é só feita pela aplicação mas também por analistas humanos de forma a que possam avaliar o conteúdo dos posts e classificar os mesmos como positivos, negativos ou a requerer acção imediata.

A empresa (ou particular) Cliente tem acesso através de um interface web aos resultados diários sintetizados desta pesquisa e análise. Para além disso são enviados relatórios regulares com todo o detalhe da monitorização.

Parecendo que não, facilita.