Imagina-te um agente secreto ou melhor dizendo, um espião. Imagina agora que, de um momento para o outro deixas de ter suporte. Qualquer tipo de suporte. Alguém te queimou. Deixaste de fazer parte da lista de convidados para as festas de smoking… Tu só soubeste disso agora, mesmo no meio de uma importante missão mas, como é óbvio, toda a gente já sabe.

A vida complica-se mas tu não desistes. Despedido pode ser mas ao menos queres saber porquê. Mas saber coisas nesta vida (e na tua em particular) custa dinheiro e para o arranjar vais ter que te sujeitar a fazer uns biscates, dar umas ajudinhas, fazer uns favores. Ainda bem que tens amigos. E família…

Sam é um amigo de longa data. Anda a vender-te ao FBI mas enquanto tu souberes a coisa não está mal. Fiona foi (ainda é) o amor da tua vida. Também é uma ex-operacional do IRA com tendência a rebentar com tudo só pelo gozo mas isso dá-lhe um certo toque de graça. Sobre a tua mãe… Bem, sobre essa é melhor nem falar…

Michael Western (Jeffrey Donovan) é o agente. Durante cada episódio desta série ele vai-nos dando dicas de como deve agir um espião. Desde a construção de bombas caseiras (falsas ou verdadeiras) à forma correcta de como partir a cara a alguém, passando pelas mais variadas escutas, a informação é sempre passada com um sorriso na cara.

Séries de espiões estão na moda. Aliás, sempre estiveram. Actualmente, numa era pós-11/Setembro, temos quase sempre espiões sérios, carrancudos, que lutam contra os piores males do mundo como em 24. Aqui temos claramente outro tipo de espião.

A série passa-se em Miami e claramente os biquínis e as cores à lá CSI Miami estão presentes mas aqui em dose moderada o que ajuda a criar um ambiente agradável para toda a história. A existência de uma trama central (mas afinal porque é que o rapaz foi “queimado”?) dá-lhe o factor “aguarde pelo próximo episódio” e o facto de termos uma história diferente em cada episódio vai mantendo a imunidade ao “isto já cansa”.

Até ver, uma boa série para descontrair…

Battlestar Galactica… Pois. Que lá vem ele outra vez escrever sobre as gajas boas que vieram agora ocupar o lugar dos robôs… Não, o gajo vai escrever que gosta da série mas não é por causa das gajas… É politica. E religião… Pois…

Pois que não é nada disso. Aliás, nem tão pouco venho escrever sobre a série. Bem, talvez só um pouco porque é muito difícil dissociar a série daquilo que hoje me leva a escrever: Battlestar Galactica, a banda desenhada (ou os comics para ser ainda mais correcto).

Não é novidade que gosto de banda desenhada e muito menos que gosto da Galactica. ora havendo a possibilidade de ter banda desenhada da Galactica não a podia deixar escapar.

Também não é nenhuma novidade ver uma série televisiva adaptada ao formato quadradinhos (ou quadrinhos como se diz do outro lado do atlântico e já tanta gente ouço a dizer por cá) e confesso que poucas foram aqueles que optaram por este caminho e das quais gostei mas esta é diferente. A Battlestar Galactica tem neste formato uma hipótese de continuar mesmo após o seu fim anunciado.

Ainda que confinadas a um nicho (assim me dizem os vendedores destas edições) estas edições encontraram um publico avido de mais um pouco daquele mundo fantástico. E digo edições porque, enquanto no mundo real muito se fala de Caprica (o tão esperado spin-off de Galactica) mas pouco se vê, no mundo dos comics em poucos anos assistimos não a uma mas a várias edições separadas: Battlestar Galactica, Battlestar Galactica: Season Zero, Battlestar Galactica: Origins, Battlestar Galactica: Zarek, Classic Battlestar Galactica e ainda ao one-shot (edição unica) Battlestar Galactica: Pegasus.

Tudo isto para vos dizer que adquiri recentemente o Volume 3 de Battlestar Galactica que é nem mais nem menos do que a compilação em edição de luxo dos volumes 09 a 12 dos comics mensais da Dinamyte Comics finalizando assim uma das séries.

Que eu gosto de banda desenhada não há dúvida. Já por aqui o afirmei mais do que uma vez. E não é só franco-belga e coisas do género. Também gosto de uma boa dose de american comics.

E se a estes se juntar uma boa dose de conspiração, religião, tipos que são suicidados e coisas do género, já se está mesmo a ver que o interesse sobe em flecha. Tudo isto misturado com um bom desenho e estou completamente rendido.

Revelações

Ora aqui está um sumário das boas razões para ter comprado “Revelações” ou Revelations no original.

Antes de mais foi uma boa surpresa ver a edição nacional da BDMania. Uma qualidade invejável que saltava à vista entre tantas outras edições da estante. A combinação cor / papel é meio caminho andado para folhear o livro.

Entretanto chega o desenho. Num estilo quase cartoon, os desenhos parecem fluir de página para página com bastante expressividade e a forma como são coloridos parece dar corpo à história, fazendo com que, apesar de negra, nos encha os olhos.

Depois chega o enredo. Com ele chegam detectives, padres e cardeais, suicídios no Vaticano, sexo, advogadas jeitosas, sociedades secretas e… O quarto segredo de Fátima!

O detective Charlie Northern vai ter muito com que alimentar as suas tão apreciadas teorias da conspiração.

Já vimos isto em algum sitio não?

O Codigo DaVinci? sim. E depois? Quantas histórias, boas e más, giram à volta destes temas? Esta é mais uma. Das boas.

Tenho estado a ler (entre um monte infindável de outras coisas) “Everything Bad is Good for You – Why Popular Culture is Making Us Smarter” (Tudo o que é mau é bom para ti – Porque é que a cultura popular nos está a tornar mais espertos) de Steve Johnson e sinceramente acho que talvez seja um dos melhores livros que tenho lido ultimamente.

Televisão demais com violência a mais, jogos de computador demais com violência a mais, musica a mais com violência a mais… Tudo é demais e com violência a mais. Bem, talvez a coisa não seja completamente má.

Steve Johnson tenta (e consegue) mostrar como a complexidade por trás da aparente futilidade atribuida à chamada “cultura de massas”, é na realidade tão ou mais desafiante e mentalmente estimulante do que muito do que é transmitido e “impingido” na transmissão cultural “convencional”.

E exemplifica:

Há alguns anos atrás decidi introduzir o meu sobrinho de sete anos de idade às maravilhas do Sim City 2000, o lendário simulador de cidades(…). Uma hora depois, eu estava concentrado em recuperar uma determinada zona industrial da minha cidade e estudava as minhas várias opções quando o meu sobrinho disse: “Penso que devemos baixar os impostos industriais.” Ele disse isto com a mesma naturalidade e confiança com que poderia ter dito “Acho que temos que matar o gajo mau”(…). O meu sobrinho estaria a dormir em 5 minutos se tivesse numa sala de aula sobre estudos urbanos mas de alguma forma, uma hora a jogar SimCity 2000 ensinou-lhe que impostos elevados em áreas industriais são um impedimento ao desenvolvimento.

Steve Johnson mostra-nos que os jogos de computador evoluiram no sentido de se compararem à realidade ou seja, o seu primeiro objectivo é cada vez mais levar o jogador a perceber qual é o objectivo o que não é mais ao fim e ao cabo do que a nossa vivência do dia a dia. Os jogadores hoje são levados a explorar e a testarem várias hipóteses de forma a conseguirem perceber o jogo e avançar no mesmo…

E ainda não cheguei ao capitulo sobre televisão.

Agora pensem nas infindáveis horas que passamos com Lost ou com 24 e imaginem a ginástica cerebral a que nos obrigamos para relacionar as 5, 6, 7 ou mais histórias que se desenrolam em cada episódio. O esforço despendido para relacionar essas mesmas histórias com os episódios anteriores…

Este post não é uma análise a “Everything Bad is Good for You – Why Popular Culture is Making Us Smarter” . tal como referi no inicio, tenho estado a ler, ainda não o acabei. De qualquer forma, apeteceu-me deixar a nota, o livro é fantástico.

Linhas eróticas. 0641. “Me liga vai”… Há uns anos atrás grande polémica se gerou sobre estas linhas telefónicas de valor acrescentado onde por alguns cobres uma voz sexy nos sugeria as mais loucas fantasias sexuais…

Bem, pelo menos era o que a publicidade vendia. vendia e vende. As linhas eróticas e o sexo por telefone não acabaram. Basta que se vejam as páginas de classificados de qualquer jornal para descobrir mil e uma jovens de corpos esculturais, seios de alabastro, ruivas, morenas ou loiras, prontas a conversar assim que os impulsos começarem a pingar.

Mas quem está do outro lado da linha? Nesta linha ou noutra, em todas aquelas linhas que de uma forma ou de outra, por uma razão ou por outra, nos prometem sossego, alivio, prazer?

Operadoras de Sexo Telefonico

Phillip Toledano é um fotografo que vive e trabalha em Nova Iorque. Irá lançar no próximo mês de Julho Phonesex The Book. Neste livro ele mostra-nos o outro lado.

Entrevistado por Rosecrans Baldwin para o The Morning News, Phillip diz que não está interessado em fotografar quem liga para as linhas eróticas. Já chega de sexo por telefone para ele. Vá-se lá saber porquê…