Fazer as coisas “ficarem mais próximas” é uma preocupação tão apaixonada das massas modernas como a sua tendência a superar o caráter único de todos os factos através da sua reprodutibilidade. A cada dia fica mais irresistível a necessidade de possuir o objeto, tão perto quanto possível, na imagem, ou antes, na sua cópia, na sua reprodução. A cada dia fica mais nítida a diferença entre a reprodução, como ela nos é oferecida pelas revistas ilustradas e pelas atualidades cinematográficas, e a imagem. Nesta, a unidade e a durabilidade se associam tão intimamente como, na reprodução, a transitoriedade e a repetibilidade.
Walter Benjamin
Sendo um desabafo meu, poderia ser esperado que tivesse um intento, um claro objectivo, radicalmente, um alvo.
Não tem. Não agora, não aqui. Serve essencialmente para me lembrar que não desisto, para me lembrar que aprendi cedo que o poder se conquista e que, mesmo que várias formas possam contribuir para tal, umas terão mais valor que outras e dependerá dessas o respeito que o poder nos merece, logo, a força do mesmo.
Foi realmente uma grande semana. Sem parar um único dia, da Estratégia de Redes Sociais, sem Facebook até ao relacionar do Twitter com as Cidades Inteligentes, passando pela Identidade Digital e voltando ao Twitter para explicar o quanto essa rede social tem para nos dar, foi uma grande semana para a formação em redes sociais.
Grande pois parecia não acabar, e garantidamente, as 26 horas do dia pareciam nunca ser suficientes para tudo quanto queria dizer, tudo quanto queria lembrar, tudo quanto queria ensinar.
“Mas haverá assim tanto para dizer numa formação em redes sociais?” já me perguntaram alguns. Aliás, não é tão incomum quanto possa parecer, perguntarem-me “Mas para que é que alguém quer formação em redes sociais?“.
Sou capaz de dizer que é um pouco arrogante assumir que sabemos tudo o que há para saber sobre determinado tema mas, para além disso, há que lembrar que formação não implica obrigatoriamente, só falar de coisas novas, coisas que desconhecemos. Formação pode ser um relembrar de conhecimentos, ou um re-organizar dos mesmos, dar um sentido, um contexto, uma ordem, a determinados conceitos e práticas que, mesmo que conhecidos, não são aproveitados da melhor forma.
E formação em redes sociais é muitas vezes um juntar dessas duas vertentes.
Mas toda a gente tem Facebook. É mesmo preciso ter formação em redes sociais?
Há uns tempos atrás, uns alunos da minha faculdade colocaram um meme (para quem não sabe o que é, há formações onde se fala disso, ou então perguntem ao Google ou a mim. Qualquer um dos dois pode responder) no Facebook, com uma alusão pouco simpática a um determinado professor. Não sendo verdadeiramente explicita, para quem conhecesse o professor era clara. Antevendo o que iria acontecer, comentei:
Muito bom este meme. Agora quero ver quantos alunos vão ter coragem de fazer um Like.
O post foi apagado poucos minutos depois. É um erro não é? Sabemos que não se devem apagar posts do Facebook não sabemos? Alguns, aparentemente, não sabem.
De imediato fiz eu um novo post no Facebook, e desta feita não com um meme mas com um screenshot do post feito pelos alunos e com o meu comentário. Caiu o Carmo e a Trindade.
Alguns minutos depois, começa a conversa:
Sim, isto acontece. E não acontece só a quem nunca mexeu nas redes sociais ou a quem não percebe nada disto de computadores ou de comunicação. Acontece a alunos, universitários, de Comunicação, com centenas de amigos espalhados por diversas redes sociais. E a pessoas que nunca tiveram formação de redes sociais também.
Mas se ainda assim acham que nada disto tem interesse, não no “mundo real”, não onde somos pessoas responsáveis, no mercado de trabalho, bem, poderia dizer-vos que estes alunos, universitários, serão em breve essas pessoas responsáveis, no mercado de trabalho. Mas mais do que isso, posso dizer-vos que há pessoas responsáveis, no mundo do trabalho, que aparentemente também nunca tiveram qualquer formação em redes sociais. Se tivessem tido não fariam coisas como estas:
Sim, a Justine, tal como o Outro Aluno no exemplo anterior, também argumentou que escreveu o tweet só para divertir os seus 170 amigos no Twitter. Um deles era o jornalista Sam Biddle cuja conta no Twitter tem mais de 20 mil seguidores. É preciso contar o que aconteceu a seguir?
A viagem de Justine até Africa demorou 9 horas e quando aterrou, Justine já tinha sido despedida do seu cargo de Directora Sénior de Comunicação Corporativa na IAC, uma das grande empresas internacionais de Comunicação e Internet.
Formação de redes sociais para quê? Bem, é certo que gente com falta de bom senso há em todo o lado mas, convenhamos, o risco diminui com a formação certa.
Este post já vai longo e é Quinta-feira, véspera de feriado. Esta será uma semana mais curta. A ver vamos como será a semana que vem.
Que me digam que fazer sentido é um paradoxo ou que deve ser entendido como tal, bem, consigo entender, reconhecer o sentido que tem tal argumento. Se pensar no paradoxo como uma forma de expor contraditoriamente uma ideia, terá algum sentido.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
Bem, Camões terá paradoxalmente descrito o que entendia por amor. Tem sentido? Parece que não mas no entanto, observando o padrão na relação dos contrários, encontramos um sentido que estando além do senso comum, pode estar carregado (arriscaria escrever pragnante) de verdades ou possíveis verdades.
Mas aquilo com que discordo é que se afirme um paradoxo como a forma correcta de expressar um sentido.
O paradoxo é, por sua natureza, algo que vem de fora (o para) da opinião comum (a doxa) e basear o que se entende como correcto em algo paradoxal não me parece ter sentido. Pelo menos um sentido que me oriente na direcção do que é correcto, do que é melhor. Obviamente, isso seria uma outra discussão.
Percebo por exemplo, o sentido de “É proibido proibir” (e recordo sempre as palavras do Professor Adriano Duarte Rodrigues a quem agradeço parte deste perceber) mas percebo o sentido que tem a frase e não o sentido que possa fazer.
Sim, eu sou daquelas pessoas que acham que as coisas têm sentido. Haverá eventualmente coisas que nem por isso, que não tenham sentido algum mas, assim de repente, não me lembro de nenhuma. De igual forma, sou daquelas pessoas que acha que as coisas não fazem sentido. Até pode haver alguma que faça mas sinceramente, também não me lembro de nenhuma.
E o argumento de que “toda a gente diz que as coisas fazem sentido” não me parece ser o mais válido. Não é porque em inglês se diz it makes sense que a forma é a correcta. Em Espanha diz-se tener sentido e a expressão hacer sentido, ainda que usada, é criticada como um anglicismo, uma deturpação da linguagem…
E quanto a vocês? Que vos parece? Para vós isto tem sentido ou faz sentido? E já agora, uma vez que eu sei que sentido tem, se para vós faz sentido, que sentido é esse?
Encontrei esta imagem da Tierney Milne, autora do blog Tear-Knee Design, e de imediato pensei:
“É isto Pedro Rebelo. O grande tema do dia é este mesmo. A privacidade online.”
Bem, este tema leva directamente a uma questão: existe essa coisa de “privacidade online”?
Eu tenho a minha opinião. É pública. Uns dias mais que outros mas, é pública. Hoje talvez não seja a data indicada para a discutir mas, gostava de saber o que pensam vocês sobre o tema. Existe privacidade online?
Diacho Luis, parece que foi ontem… Parece que foi ontem, que depois de anos a falarmos sem nunca nos termos encontrado, finalmente demos o tal abraço, num fim de tarde entre um copo e conversas mais ou menos filosóficas… Parece que foi ontem…
Tantas vezes conversámos, comentámos… Temas e gostos em comum, histórias dos que cá ficam… E sempre com um sorriso.
Parece que foi ontem Luis, que me perguntaste como estava das minhas dores nas costas e me disseste “Chocolate negro é um repositor imediato de magnésio”…
Também tu partiste cedo demais.
Um abraço Luis Miguel Rocha. Aproveita e descansa um pouco.