Foi há muitos, muitos anos atrás, numa daquelas alturas da vida em que tudo parece correr mal, quando entre angustias adolescentes e rebeldias que se pensam próprias da idade, uma amiga me ofereceu o Requiem de Antonio Tabucchi.

Veio do nada, apareceu ao fim da tarde naquela esplanada manhosa onde as pernas enferrujadas da mesa branca começavam já a enterrar-se na areia da margem do rio. Uma garrafa de Porto branco já meio vazia turvava a vista da Lisboa que estava ali, no outro lado.

Já não me lembro da conversa (ou do silêncio talvez) mas certamente terá acabado comigo a embarcar, sozinho, numa daquelas viagens que se fazem para que a hora não chegue, aproveitando a magia que o embalo das ondas calmas me fazia sentir… Ir e voltar. O Requiem foi comigo.

A Lisboa de Tabucchi

Poucas páginas viradas e o sentido tinha agora lugar. O narrador era eu, porque não? Alucinações eram lugar comum na altura e tal como sobre mim, também sobre ele pairava um fantasma… E tal como ele, e o dito fantasma, também eu amava a cidade branca.

Li e voltei a ler Requiem. Em Lisboa fiz da alucinação verdade e vi a verdade muitas vezes parecer pura alucinação, mas Antonio Tabucchi já me tinha preparado. Para os taxistas, os empregados de bar, para os taberneiros, as senhoras da praça e as outras, de outras vidas. Todos que passam ou vão ficando. Por Lisboa.

A cidade é desde então uma outra cidade. É deles (vês fantasma? Não me esqueço de ti Pessoa.) certamente mas é minha também, é nossa de uma forma muito especial. Obrigado Antonio Tabucchi.

The Anatomy of an All-Nighter

As minhas noites acordado frente aos livros já são bem conhecidas de quem por aqui passa… Nunca fui de dormir muito mas desde que voltei à universidade, retomei o mau hábito de passar noites em claro a estudar ou a fazer trabalhos…

Sim, sim eu sei… Se estudasse um pouco todos os dias já não precisava disso… Dizem vocês. A mim, custa-me a acreditar mas de qualquer forma, não é esse o tema da conversa.

Noites sem dormir. Sejamos sinceros: Não fazem bem a ninguem.

Dormir pouco é bastante diferente de não dormir. ainda assim, para mim, tal como decerto para outras pessoas, não há como o evitar. De quando em vez, por isto ou por aquilo, lá se passa mais uma noite acordado.

O site Online Colleges publicou recentemente um infografico que compila de várias fontes “entendidas” no assunto, uma série de informações que não só ajudam a passar melhor essas noites sem dormir como também nos alertam para os efeitos nocivos, a curto e a longo prazo, que tal prática pode acarretar… Pode ser que nos demovam: The anatomy of an all-nighter.

(3×3;1×2;4×9;2×3;1×6;3×6;4×7) + (2×4;3×6;1×5;2×3) + 23 + (1×2;2×6;3×6;4×7) + (1×3;2×3) + (2×6;1×2;1×6;3×6;3×7;3×6)!

(2×3) + (2) + (4×7;2×8;4×7;1×2;3×6;1×2) + (1×7;2×3;3×6;4×7;1×2) + (2×7;2×8;2×3) + (2×3;2×8) + (1×6;2×3) + (2×3;4×7;2×7;2×8;2×3;3×2;3×4)…

Ele há prendas e prendas no Dia dos Namorados. Toda a gente sabe disso. Há quem as dê, há quem nem por isso. Há quem ache uma parvoíce, há quem lhe ache piada. Há quem se lembre e gosta, há quem se esquece e agradece que se esqueçam também… Ele há prendas e prendas.

Na noite de namorados, chegam mãe e filha a casa e trazem com elas a minha prenda. Vem de imediato a introdução:

Pai, vou dar-te uma pista do que é…
Porquê? Tens que dar pista?
Vá lá, tenho a certeza que vais gostar…
Então e o que é?
Vais ver… Lá, lá, la-la-la-la-la, lá-lá, lá, lá (trauteando a música que  tão bem conheço: ” Our whole universe was in a hot dense state, Then nearly fourteen billion years ago expansion started. Wait…”).

E enquanto abro a caixa, ainda se fez acompanhar de três suaves toques na cómoda à entrada dizendo “Penny…”.

Os pais educam os filhos, os filhos educam os pais…

Atomic boxers for S. Valentine day

É verdade. Os Nazis estão de volta. E que melhor sitio para aparecerem (reaparecerem) do que Berlim? Será já no próximo dia 11 de Fevereiro que se apresenta no Festival Internacional de Cinema de Berlim, Berlinale, o filme Iron Sky, do realizador finlandês Timo Vuorensola.

A premissa: No final da Segunda Guerra Mundial, alguns cientistas Nazis conseguiram alcançar grandes avanços nas tecnologias anti-gravitacionais. A partir de uma base secreta na Antárctida lançaram uma nave que alcançou o lado negro da Lua onde desde então até ao ano de 2018, os cientistas e os seus descendentes estiveram a desenvolver uma frota espacial para voltar à Terra. E eles vão voltar!

Quão louco pode ser? Muito. De certeza.

Com vocês, Iron Sky Official Theatrical Trailer:

A frase «The World is sick. And we are the doctors!» é de uma genialidade brutal. Fica ainda um outro video, com o anuncio da apresentação do filme ao Mundo.