Estamos já com uma semana de Agosto e ainda aqui não se tinha escrito nada sobre restaurantes. Ninguém estranhou?

Ora bem, como se quer para uma noite especial, procurámos um restaurante especial. Procurávamos um restaurante calmo em Lisboa e onde se pudesse comer bem. Como pensávamos em ir também ao cinema, a zona do Saldanha vinha mesmo a calhar. O restaurante escolhido foi o Duq’s no Atrium Saldanha. E foi muito bem escolhido. A ideia de restaurante de centro comercial pode ser desde logo afastada quer pelo ambiente quer pelos pratos que lá se servem. Com uma decoração moderna mas simples q.b., o Duq’s cativa também pela vista (caso se fique como nós ficámos, numa das mesas junto à janela panorâmica para a Praça do Saldanha). É engraçado ver a noite que cai mesmo ali ao lado principalmente numa noite de Agosto com o sossego que estas carregam em Lisboa. Adiante que a fome aperta. De entre os pratos da ementa – tal como a decoração, modernos e sofisticados – entrámos com cogumelos Paris suados em brandy. Cortados aos pedaços e com umas ervas aromáticas a complementar foram uma entrada excelente. Nesta altura chegou o vinho escolhido que, pelo calor da noite e pela sensação da prova, foi um italiano de seu nome Bollini Pinot Grigio. E que boa prova. Um vinho fresco e frutado de citrinos mas com corpo a encher a boca. Não é um vinho caro e é uma boa alternativa aos brancos portugueses. Altura de pedir o prato principal. Por falha no fornecedor, o risotto de lagosta teve que ficar para outra ronda e foi substituído por cherne grelhado com legumes e de carne uma posta mirandesa igualmente com legumes e gomos de batata dourada. No que aos principais toca tudo bom. O peixe fresco e cozinhado ao ponto do dente trincar e não se desfazer. A carne macia e em volume adequado ao prato. Os legumes estavam também ao nosso gosto ou como nós lhe chamámos, no ponto Wok ou seja de cozedura curta e levemente salteados. Muito, mas muito bons. O peixe trazia para além do feijão verde, das cenouras e dos courgettes (haarrrgggg) alguns brócolos que substituíam a batata acompanhante da carne. A batata com mais tempo de cozedura do que os legumes, levava também um salteado mais prolongado dando-lhe assim o dourado do nome. Tal como já disse, tudo muito bom.

O serviço foi esmerado do principio ao fim nunca deixando os copos vazios e com a dose certa de acompanhamento. Esclareceu as dúvidas levantadas sobre o vinho e sobre a sobremesa sem pretensões a sabe tudo e com a modéstia de quem sabe o que está a servir. A refeição chegava ao fim e era hora da sobremesa. Cheesecake com o tradicional doce de frutos silvestres (que pecou um pouco por não estar mais frio) e um muffin de chocolate, com recheio de chocolate quente servido com uma bola de gelado de nata (em taça à parte que as misturas devem ser na dose que o cliente entende). Uma delicia e um regalo para os olhos que definitivamente também comem. O café é costumeiro e o garoto muito muito clarinho foi tirado como deve de ser (mesmo só leite e a pinga de café mas quente como se quer).

Uma referência devida ao espaço lounge do Duq’s a que é reservado o rés-do-chão. Aquando da nossa entrada estava com gente de fim-de-tarde tipico de um centro de negócios como é a Praça do Saldanha mas quando da nossa saída já a sala estava muito mais composta com um ambiente cosy e aparentemente de habituées.

A experiência foi muito boa e pede repetição. Não vamos esperar mais oito anos para lá voltar. Mas Agosto ainda agora começou e mais coisas boas estão para vir. As férias da Patrícia permitem-nos visitar com mais calma os sítios que vamos descobrindo durante o ano e temos que aproveitar mesmo que a falta dela faça a semana parecer uma eternidade nós sabemos que no fundo no fundo, o tempo passa a voar.

Duq’s
Atrium Saldanha, Av. Casal Ribeiro 63-A
Das 12 às 16 e das 19 à 01
Telf.21351230
nota de rodapé: não é propriamente barato.

A Sexta-feira passada foi dia de jantar fora. Sim, isto de ter uma filha pequenina obriga a que coisas tão simples como ir jantar fora a um sitio diferente tenham que ser planeadas e agendadas com a devida antecedência… Este jantar não foi excepção.

Sexta-feira, 20h30, Praça da Figueira apontados para o rio. Paralela à Rua da Prata fica a Rua dos Douradores e ao fim desta, quase a chegar à Rua da Conceição fica o Nectar Wine Bar. Só pela localização já é de louvar uma vez que a Baixa Lisboeta parece morrer a partir das Sol posto. Além disso, mesmo durante o dia há já muito quem feche as portas às portas abertas das paralelas e transversais à Rua Augusta pela caça ao euro descarada que por ali se pratica. Mas o Néctar era uma novidade para nós e o conceito era apetecível. Um bar de vinhos com petiscos e refeições completas. Mesa reservada e eis que começa a noite. A simpatia é notada (e apreciada) assim que chegamos. Instalado num antigo armazém de tecidos o Néctar prova também que a Baixa Lisboeta pode ter futuro assim lho queiram dar. O espaço é moderno e convidativo. O numero de comensais era grande e justificou a divisão da mesa. Estava entendido. Foi-nos apresentada a casa e a carta que era a mais esperada. Esta abria com a sugestão de vinhos ao copo (bem vindos para provar) e seguia com uma bem recheada lista de garrafas onde Portugal estava de lés-a-lés e o estrangeiro estava também com boa representação (a curiosidade de provar um vinho que por lá estava proveniente da Austrália ficou por aqui a moer). Poucos que éramos ainda, optámos pelo copo e lá veio o Cortes de Cima 2002. Tivesse eu adivinhado o corpo e textura deste alentejano da Vidigueira e viria para a mesa do principio ao fim para acompanhar em beleza a refeição que se seguiu. O Cortes de Cima 2002 é um vinho que pede mais. Pelo menos, que se beba mais. Mais do mesmo. Vermelho fosco aos olhos deixa no nariz o cheiro a fruta madura e a alguma especiaria quente por identificar. Um corpo sólido daquele que enche a boca e mantém o gosto durante muito tempo dizia logo que era um vinho bom para toda a refeição. À medida que todos chegavam, todos o iam experimentando. Todos ficaram rendidos. Chegou então à mesa a Salada de Pão e Tomate com queijo Feta. Tirando um dos convivas que se assustou com a terrina em que a salada foi servida (ainda ninguem percebeu porquê) não houve quem não gostasse. Para a acompanhar serviram-se as garrafas de Quinta dos Poços Reserva 2003. É um Douro e só por isso já se esperava algo mais leve. Independentemente dos prémios já ganhos por este vinho não fez adeptos entre os que o provaram. Certo é que abrir um pouco no copo lhe fez favor mas mesmo assim não chegou para repetir. Altura de servir os pratos principais: Porco preto com puré de maçã, bem servido, nacos macios e puré aveludado; Tagliatelle Nero com Peperoncino e Gambas que é como quem diz, massa preta (a milagrosa coloração com sabor que lhe dá a tinta do choco) salteada com pequenas gambas e alguma malagueta. Muito boa. Aqui ouviu-se a sugestão e provou-se o vinho da casa: Taká 2005. O Alentejo estava novamente à mesa. Sendo um vinho relativamente novo mostrou ser mais tentador pelo cheiro agradável, intenso, e pela cor forte tipo cereja. Mas sendo para a mesa, não é um vinho de paixões. Ainda todos os presentes falavam no Cortes de Cima e já se servia a sobremesa. O bolo de chocolate italiano. Quente e muito saboroso… Houve ainda quem se aventurasse pelos chás aquando do café mas sobre esses já não escrevo que não os experimentei.

Apreciação global: Ganharam novos clientes. O facto de abrirem logo pela hora do almoço (funcionam das 12 às 23 de Segunda a Quinta e das 12 às 24 às Sextas e Sábados) é uma mais valia e contando com uma bem fornecida listas de petiscos que por lá vi, garante também que umas visitas de fim de tarde se impõem.

Nectar Winebar
Rua dos Douradores, nº 33
1100-2003 Lisboa
Telf: 912 633 368

Uma de bacalhau assado com batatas a murro (especialidade da casa) e outra de posta barrosã (outra especialidade???).


Já tinham vindo antes os mini-pasteis de bacalhau e os mini-rolos de salsicha, o salpicão e as azeitonas. O pão e a broa… Tal qual cowboys em final de filme clássico também nós nos encontrámos a caminho do Oeste na Sexta-feira de Pascoa com o Sol que se punha mesmo à nossa frente. O céu ainda estava meio alaranjado quando chegámos ao Pão Saloio numa terrinha de nome Toledo (sem espadas) um pouco antes de chegar à Lourinhã. Rua acima, rua abaixo não hà sitio para estacionar. Faltava a placa (ou pelo menos não a vimos) a indicar o estacionamento privado. Espaço para 300 carros diz o guarda que nos indica a porta e o lugar. Difícil tarefa pois o outro carro que lá estava estacionado era muito, muito grande. Sobe escada, passa a rua, sobe escada outra vez e já lá estamos. O espaço é grande e quem passa por fora não o diria. Um pequeno bar entretém quem espera por mesa a ser caso disso. Mesa para três, é já aqui ao lado e pronto. Pouco tempo passado e já se comia o afamado bacalhau. Bem regado com azeite macio e batatas bem assadas, branco como se quer e de muita febra. Já a posta barrosã, macia e mui bem servida, ficaria a ganhar com uma apresentação mais cuidada e substituindo a batata palitada por rodelas a crispar… Mas mais uma vez, da carne só se aconselha retorno para comer mais.

O repasto ficou manchado pela sobremesa que, apesar da boa vontade do senhor que nos servia para nos trazer algo diferente (seria Ambrósio?), já nos tinha decepcionado e resolvemos pedir o café. Tratava-se do Cheesecake que nem em aparência nem em gosto se identificava o tal bolo de queijo que se conhece como tal. Lá ficou.

Não é um sitio barato mas sem dúvida que se come bem. Já havia largos anos que por lá não parávamos mas fica de boa memória. Só não se percebe que numa casa com heliporto privativo não se aceite Visa. “Multibanco. E à saída.”.

Restaurante O Pão Saloio
Rua da Guerra Peninsular nº 27
Toledo
2530-782 Vimeiro

Telefone 261 984 355
Fax 261 984 732

Mas o fim-de-semana ainda mal tinha começado e mais surpresas gastronómicas se reservavam para os dias a vir. A Susana resolveu reavivar uma receita da avó: Os bolinhos secos do Moledo… Pois… Que não ficaram assim tão secos mas sim fofos e mesmo à medida do dente. Bem, talvez só se tenha enganando um pouquito nas medidas pois fez um panelão de bolos que não acaba mais. Pela minha parte, agradeço e ao que me parece, os colegas da Susana também e os amiguinhos da Patrícia no colégio vão ter uma surpresa ao lanche… Dá para ter uma ideia?

Já por terras de Lisboa e numa onda mais cosmopolita, eis que o fim do Domingo Pascal é presenteado com um magnifico gelado de Filipinos… Yeap. Filipinos. Sei que leva natas, leite condensado e… Filipinos. De ir ás nuvens.

Ao chegar à mesa encontramos uns pequenos pães de rosmaninho que não me convenceram ao contrário d’outro fatiado que por lá estava com recheio de azeitonas e cuja suavidade combinava com o azeite aromatizado que disponibilizavam na mesa em pequenos recipientes. Mais uns pratos bem compostos de tomate maduro às rodelas e queijo Mozarella (Insalate Capresa) já cortado assim como uns outros com umas fatias de carne que só precisavam de ser um pouco mais fininhas para serem bem chamadas de Carpaccio e queijo parmesão bem seco como ali se quer.

Venha de lá a comida. Gnocchi ala Gorgonzola que é como quem diz, pequenas bolinhas de massa de batata, envoltas (mais mergulhadas mas enfim) em molho de queijo gorgonzola e gratinadas por cima… Tortellini alla rucola e al mascarpone ou seja recheados de queijo mascarpone e com molho de rucola… Ainda uma prova de Rotolo que apesar do nome um pouco duvidoso é uma complicada torta de massa verde em fatias, enrolada com folhas de espinafre e requeijão italiano que depois é gratinada e coberta com creme de tomate fresco e parmesão… O manjar foi regado com umas garrafas de Chianti empalhado tinto de 2005 novo e fresco.

De sobremesa veio a Panna Cotta dello Specchio que é um belo pudim de natas acompanhado de creme de frutos silvestres e menta (apesar desta, felizmente, não se fazer notar). Vieram também uns Profitteroles recheados com gelado de nata mas que, ao contrário do anunciado na ementa, não vinham cobertos de chocolate negro mas sim chocolate de leite tornando-os assim um pouco mais doces do que o aconselhável.

O Specchio é um espaço da moda. Uma moda nitidamente jovem e em grupo (aliás, a casa disponibiliza ementas pré-feitas para grupos) que se prepara para o resto da noite que a partir dali fica tudo perto. Esta faceta faz também com que a casa se possa tornar um pouco barulhenta. Falta dizer que não é barato. Ponto.

Ristorante Specchio
Rua Fradesso da Silveira 4 Loja 7 – Lisboa
1300-255 LISBOA
213621677
http://www.ristorante-specchio.com

p.s. Quase que me esquecia do “vamos lá ver…” ali do titulo. é mesmo um comentário sobre a vida profissional. Como sabem não é meu hábito escrever aqui sobre o trabalho mas há dias e dias, e em alguns deles há vontades e vontades e algumas destas são… Bem, vamos lá ver como correm as coisas hoje.

Desculpem lá qualquer coisinha.

Ora faz já uns dias que fomos com um grupo de bons amigos jantar na noite Lisboeta e a escolha caiu sobre o restaurante Santo António de Alfama.

Restaurante Santo António de Alfama

Tal como o nome indica fica em Alfama e tem a particularidade de se estender por três andares. O ambiente é jovem e agradável e logo à entrada somos recebidos pelo actor Miguel Melo (sim, esse mesmo, o batanete) um dos novos proprietários que nos indica o nosso caminho. Somos muitos e como tal o espaço reservado é o do último piso. Pelas escadas vamos vendo a decoração que é composta por fotografias e mais fotografias de estrelas da musica e do cinema. Sempre a preto e branco que assim as estrelas brilham mais. Venha então a comida que não tarda se faz tarde. As entradas desta casa são já famosas pois trazem de volta uma tradição da cidade que poucos conhecem: As cascas de batata passadas na frigideira. Só por si agradam bastante. Pedimos ainda um carpaccio de vitela ao qual o queijo deu um pouco mais de vida. Quanto aos pratos propriamente ditos veio a alheira de caça com grelos salteados. Bem, a alheira estava boa e não excessivamente gordurosa (mal de que tantas padecem) mas os grelos traziam agua a mais não esperada neste tipo de acompanhamento. Veio ainda um prato de massa mas a memória deixada não foi ao ponto de recordar agora o que era. Não é de todo mau sinal. Se não tivesse agradado lembravamos de certeza.

O vinho servido foi um Quinta de Cabriz Tinto 2004, que cumpriu mas que agradeceria a ajuda de um copito mais aberto, e um Murganheira branco 2005 que refrescou os animos. A sobremesa foi decepcionante pois contentes pedimos o cheesecake com molho de frutos silvestres – até a conselho do jovem que nos servia – mas infelizmente nem a massa nem o recheio se pareciam com cheesecake. Foi um mau final.

Ok, o ambiente tal como referi no inicio é agradável e engraçado. O serviço foi atencioso mas não ficou em particular referência. Valeu pelos convivas da noite que há muito já não se juntavam.

Restaurante Santo Antonio de Alfama
Beco de São Miguel, 7 (ao largo de São Miguel – Alfama)
Telefone: 21 888 13 28
Encerra às terças-feiras

Restaurante Vegetariano Bem-me-quer

Logo no dia seguinte resolvemos dar a vez à comidinha saudável… Um vegetariano. Sim, fui lá com mil e uma reticências que confesso, não sou dado a essas coisas e por mais que me tentem convencer nunca poderei comparar um bife de tófu com um belo bife do lombo. Adiante… Mesmo ali ao pé de casa, na Avenida Almirante Reis fica o Restaurante Bem me Quer. Já lá passávamos de carro há algumas semanas sempre com a ideia de que estava fechado e iria abrir em breve mas eis senão quando a Susana vê umas letras pequeninas que informam quem passa que o restaurante fica no primeiro andar e não no rés-do-chão onde um cartaz gigante parece tapar uma montra por abrir. esse dia lá subimos as escadas e na estrutura de uma tipica casa da zona (4 ou 5 assoalhadas com uma interior) o restaurante. Ao fim do corredor uma pequena vitrine onde há logo muito por onde escolher. Amesentados, rapidamente nos colocaram a ementa à escolha que, não sendo muito longa era parecia a indicada para a clientela. Escolhemos a lasanha de espinafres e o bacalhau com natas. Enquanto a primeira era o que o nome nos diz, já o prato de bacalhau podia ser chamado de “adivinha lá” pois o bacalhau é aqui substituido por alho françês, e as natas são de soja.

Ambos os prato são servidos com doses pequenas mas complementados de forma abundante e muito decorativa com frutas e queijo fresco satisfazendo por completo à saida. Bebemos sumos naturais (também não havia outra opção nem faria sentido) e finalizamos a refeição com umas sobremesas de chorar por mais: um crepe recheado com puré de maçã, um outro com requeijão de Seia e frutos silvestres e uma fatia de tarte dos mesmo frutos que estava divinal. Ao café ainda nos foi sugerido um café de… mas já não arriscamos. Há coisas com que não se brinca e o café é uma delas.

Foi uma aventura e gostámos. Sim, sou capaz de lá voltar.

Restaurante Vegetariano Bem-me-quer
Av. Almirante Reis nº 152, R/c Esq.
1000-052 Lisboa
Tel: 21 847 66 78
URL: http://www.bemmequer.web.pt/
e-mail: bem-me-quer@oninetspeed.pt