Quem tem dúvidas sobre o termo “Bíblia” quando nos referimos à revista Wired deixará de as ter ao ler “Turn Your Flickr Crush Into Real Romance” que é como quem diz, como tornar num verdadeiro romance aquela paixão secreta que tens no Flickr. O que é o Flickr? Nem vou por ai. Quase toda a gente que aqui passa sabe bem o que é o Flickr e sabe bem o quão fácil é ficar encantado por certas imagens que por lá se encontram. Dai a começar a conhecer melhor a pessoa por trás da câmara é um instante e rapidamente aquele contacto passa a ser o link mais importante do dia. Reconhecem o padrão? Sim? Geeks… Adiante.

O Flickr é uma das ferramentas sociais de maior sucesso na Internet mas a Wired sabe melhor que ninguem (muitos anos de experiência) que o social na Internet é um conceito bastante diferente do social culturalmente aceite na maioria dos povos. Então Keith Axline resolveu compilar uma série de dicas que certamente permitirão aproximar os dois mundos começando por dar o exemplo de um utilizador escocês do Flickr (matt) que numa visita ao Japão tirou uma foto a uma miúda e fez o upload da mesma para o Flickr com o titulo “Mystery Girl in Harajuku“. Algumas semanas mais tarde, um amigo da tal Mystery Girl pesquisava no Flickr por fotografias pelo termo Harajuko e reconheceu de imediato a tatuagem da amiga na fotografia de matt. Enviou o link da foto para a amiga que, por sinal também era (é) utilizadora do Flickr (cherry vega). A cherry visitou a foto do matt e deixou lá um comentário com um link para a foto que ela mesmo estava a tirar quando foi fotografada… Conversa puxa conversa e três meses depois, matt viajava para Londres para conhecer cherry. Já se passaram alguns anos e eles continuam juntos.

Depois desta introdução, o artigo dá-nos lindas pérolas como esta que me permito traduzir:

Não há qualquer garantia de que a tua paixão vá alguma vez olhar para a tua página (no Flickr) mas deves preparar-te para tal antes do primeiro contacto. Coloca na tua página (do Flickr) quantas fotografias tiveres tuas e em que estejas nitidamente atraente. Se não fores capaz de o fazer (tirar as tais fotografias) contrata um profissional para que o faça.

Convem incluir algumas fotografias genuínas mas o principal é que lá estejam muitas fotografias tuas acompanhado por mulheres atraentes, junto a motos, a levantar coisas pesadas ou em que estejas com pinta de artista ou pensador… Usa as tuas aptidões no Photoshop para criar uma imagem de estilo de vida que atraia a tua paixão (do Flickr)…

Ora aqui está uma lição de vida Web 2.0…

Cena lésbica de chocar entre a Scarlett Johansson e a Penélope Cruz. É do que se fala na web do cinema. Ao que parece Woody Allen quer dirigir a cena mais erótica da história do cinema no seu mais recente filme Vicky Cristina Barcelona e tem à partida dois grandes trunfos para tal. A expressão mais referida é algo do género: Extremamente chocante.

Basicamente, em Vicky Cristina Barcelona Scarlett Johansson e a Penélope Cruz entram numa câmara escura de revelação fotográfica (daquelas de luz avermelhada estão a ver a coisa?) e pronto, lá irão protagonizar a cena mais escaldante das suas carreiras (até à data).

Vicky Cristina Barcelona Scarlett Johansson e a Penélope Cruz
Vicky Cristina Barcelona é uma comédia romântica que conta a história das aventuras românticas de Vicky e Cristina no Verão que passam em Barcelona juntamente com um pintor que lá conhecem, protagonizado por Javier Bardem, e a sua completamente louca e muito gira ex-mulher, papel interpretado por Penélope Cruz. Rebecca Hall é Vicky, rapariga certinha e prestes a casar.


Scarlett Johansson é Cristina, miúda gira e dada a grandes aventuras numa de espírito rebelde. Aqui, aventuras e rebeldia devem conotar-se de imediato com sexo. A coisa complica-se quando eles efectivamente se começam a enrolar todos.

Espera-se que Vicky Cristina Barcelona nos faça rir (no sentido WoodyAllenesco do termo) mas também que seja um filme sexy (talvez aqui passando um pouco os conceitos usuais do Mestre). Que Woody Allen está diferente já ninguém tem dúvidas. A sua saida de Manhattan deixou a sua paranóia voar por campos outros que não só o seu aparentemente neurótico eu. Ainda bem digo eu. Pelo menos por enquanto mas admito que gostaria de o ver de volta um destes dias, que mais não fosse, a passar férias. Mas isso será outro post.

Greve dos ArgumentistasJá se pode ler por todo o lado que a greve dos argumentistas norte-americanos acabou. Bem, ao que me parece ainda não acabou. O sindicato chegou a uma proposta de acordo que será votada agora durante dois dias para decidirem se a greve acaba ou não. Aparentemente, acaba. Espera-se que sim. Enquanto os senhores lá do outro lado do Atlântico já andam aos cucos por estarem a ver repetições dos seus talk-shows de fim-de-noite, nós por cá desesperávamos com a hipótese de não haver novos episódios de séries como 24, Galactica, Heroes e outros… A ver vamos como fica a coisa.

Entretanto, ainda no tema Writers Guild of America uma boa noticia. Mesmo não havendo entrega de prémios (ou se bem que é greve ou se bem que nem por isso), foram anunciados os Writers Guild Awards 2008 e o prémio da melhor série cómica foi para 30 Rock. Mais um garante para a dita…

O Peter Pan gosta mesmo é da Terra do Nunca. isso nós já sabemos. Mas de vez em quando o Peter Pan também gosta de passear e ora dá um pulinho a Londres ora vem até Lisboa. Quando por cá passa, sabemos agora, fica ali no Tivoli casa a que ele acha um certo encanto. E tem a sua razão. Há já muitos anos que não entrava no Tivoli mas penso que ainda recordava a sobriedade do espaço… Adiante que a conversa aqui é sobre o Peter Pan.

Peter Pan no Teatro Tivoli
A sala abriu portas já passava da hora marcada. Num espectáculo em que se sabe ser o público grandemente constituido por crianças, não é um bom começo. Já se notava (via e ouvia) a impaciência de alguns dos pequenos espectadores. Já nos lugares a coisa ainda tardou parecendo que se esperava por alguém, ou pior, que a sala ficasse mais composta. Eu estava já a preocupar-me pois as expectativas eram altas. E eis que começa o espectáculo. Depressa esqueci o atraso.


Numa banda sonora virada ao rock (mas que estranhamente funcionava muito bem) foram-nos apresentados os principais intervenientes da história: A familia Darling e a fiel cadela Nana, depois os Meninos Perdidos, Peter Pan, os piratas e o seu Capitão Gancho, os índios enfim, toda aquela gente fantástica que habita a Terra do Nunca. E diga-se, estava tudo muito bem. É certo que a história daria para uma daquelas super-produções à lá Broadway mas aqui consegue-se com um bom enquadramento de cenários e a música a ajudar, um grandioso espectáculo que agrada facilmente a miúdos e graúdos.

A história é bem conhecida (não havia na plateia que não referisse o termo “Bacalhau” à entrada do Capitão Gancho): Peter Pan proocura a sua sombra perdida uma noite em que escutava histórias de encantar à janela de Wendy. Após um breve encantamento leva consigo Wendy John e Michael para a Terra do Nunca onde o malvado Capitão Gancho o tentará envenenar assim como matar todos os Meninos Perdidos ficando com a Wendy para que esta fosse a mãe de todos os piratas. Aventuras e desventuras levam à quase morte da Fada Sininho e é ai que Peter põe toda a plateia em pé cantando “Acreditar, acreditar, acreditar em fadas” para que a Sininho brilhe novamente. É neste momento que, olhando para todas aquelas caras ali à volta, olhando para a cara da Patrícia às cavalitas da Susana, é neste momento que relembro como é bom acreditar em fadas… Elas existem sabiam?

Salva-se a fada, salva-se o Peter e os Meninos também. O Gancho vai parar ao mar e o crocodilo certamente que o comeu. Mas a outra terra, aquela onde há pais e mães espera ainda que os pequenos Darlings voltem. Está na hora de regressar e os Meninos Perdidos vão também. Peter pede-lhes com lágrimas nos olhos que eles nunca cresçam e que nunca esqueçam a Terra do Nunca… Quem quisesse ver a Patrícia a chorar… Mas tudo volta ao lugar. A magia não acaba e até o Barrica e o Rastilho fazem as pazes com o Peter… A miuda lá se convenceu.

Tal como nas histórias originais de J. M. Barrie também neste espectáculo de Peter Pan no Tivoli a Wendy Darling (fantástica Ana Sofia Gonçalves) parece ser a protagonista principal. Também aqui a Wendy é o personagem mais desenvolvido ainda que o Peter Pan se revele igualmente emocional. Mas acho que a voz da primeira bate a do segundo. Opiniões… Já que refiro as vozes, é ainda digna de menção especial (sim, que todos estiveram, volto a referi, muito bem) a magnifica prestação da jovem que interpretava Mr. Tootles. Todos cantaram e encantaram, alguns até voaram e a imagem ficará para sempre…

Peter Pan no Teatro Tivoli. Vale a pena.

Não é meu hábito publicar por estas horas mas um colega acaba de me enviar um link para o video abaixo e, sinceramente, é daqueles que vale a pena ver. Fica também a forma como o tal colega o apresentou e acho que diz tudo:

Independentemente das vossas opções políticas, este discurso é bom.
Simples, sem promessas ou propostas, simplesmente com palavras mágicas como “Change” e “Hope”.