Nestas coisas das interwebs, nós que cá andamos há já algum tempo, sabemos bem que isso de ter o controlo é um pouco conversa para encher chouriços… Não se controla assim tanto quanto isso e, mesmo aquilo que se controla por vezes, sem se dar por ela, lá nos dá uma ou outra surpresa…

Uma amiga queixava-se ontem à noite no Facebook que tinha apanhado um vírus ao clicar num link para ler o post completo, num daqueles pequenos excertos que a rede Networked Blogs publica no wall automaticamente sempre que um novo post é publicado no blog.

Networked Blogs

Assustei-me pois claro. Era de um link dos meus que ela falava. Um link que tinha um vírus.

De imediato corri tudo quanto era ferramenta online para verificar se existia algum vírus no site. Resultado atrás de resultado, todos me deixavam mais descansado. Limpo. Site sem vírus, sem qualquer problema. Então que raio se estava a passar.

Lembrei-me então que há uns dias atrás, um outro amigo se tinha queixado de algo parecido. Não referia o acesso através do Facebook mas dizia que ao entrar no meu site, que lhe aparecia uma mensagem de alerta, para fazer o download do anti-vírus. Impossível.

Depois de alguma conversa com quem tinha seguido de perto, e solucionado, o problema do computador da minha amiga, a coisa ficou um pouco mais clara. Ela entrou no site e possivelmente apareceu-lhe uma daquelas mensagens de falso anti-vírus que sugere o download imediato de um ficheiro para “limpar o computador”. Um clique é quanto basta. E depois já não há muito a fazer. Computador infetado.

Fake Anti-virus no link do Networked Blogs?

O serviço da Networked Blog publica no Facebook um pequeno excerto do post original publicado no site. Logo abaixo publica um link para o site, com o url completo do mesmo e, um link para o artigo em particular e desta feita, não com o url completo mas sim através de um url alterado e gerado a partir do próprio serviço Networked Blogs, algo do género http://networkedblogs.com/qualquercoisa. Este url deveria apontar diretamente ao post original mas, ao que parece, por vezes passa por outros caminhos antes de lá chegar.

Esta manhã, ao chegar ao trabalho, diz-me um colega que ao clicar no mesmo link que a minha amiga tinha clicado, também lhe apareceu uma mensagem de alerta e a sugerir que fizesse o download de um anti-vírus. Apareceu e desapareceu. Ele estranhou que tal acontecesse no meu site, tentou replicar mas já não conseguiu. Já não apareceu tal mensagem.

Confirma-se. Preocupem-se. Networked Blogs sob suspeita?

Não sei. Tentei esclarecer. Pesquisei um pouco, perguntei por ai. Não tenho de momento tempo para mais mas não arrisco. Fica a nota:

O site browserd.com não tem nem há registo de ter tido qualquer vírus.

E para que não restem dúvidas, mesmo mantendo-me na rede Networked Blogs, até ter o assunto completamente esclarecido, a publicação dos posts do browserd.com no Facebook passa a estar a cargo da aplicação RSS Grafitti.

Comentei há uns dias atrás, sobre um post no A Source of Inspiration, que o Armando Alves nos lembrava que, ainda que indivíduos sociais, nós somos antes de mais, indivíduos. Temo que muita gente se esteja a esquecer disso. Vou particularizar.

Tirando algumas situações muitos especificas tais como a Novela Barclays ou o paradigmático caso de A Letra L (sobre o qual ainda muito se escreverá), aqui o browserd.com raramente foi alvo de grandes avalanches de comentários. Tal como em muitos outros blogs pessoais, as visitas vão passando, algumas lendo, e algumas comentando mas são mais as que passam do que as que lêem e mais estas do que as que comentam.

O valor dos comentários

É certo que como autor, me interrogo por vezes, porque raio alguns dos meus textos sobre temas eventualmente mais polémicos não provocam comentários ou porque outros aparentemente sem grande “profundidade”, dão origem a verdadeiras tiradas de mestre comentador… Ainda assim, não faço disso uma questão existencial. É assim porque sim e, como não estou nisto para ganhar dinheiro, não me preocupo muito. Comenta quem quer, neste espaço que é meu.

Já tinha por hábito divulgar no Facebook, assim como no Twitter, cada texto ou fotografia que aqui publicava, através de um link e uma pequena nota. Quem tinha interesse em ler, clicava no link e visitava o site.

Na boa tradição da hipertextualidade, pelo milagre dos links, muitas vezes, quem vinha atrás de uma fotografia da Scarlett Johansson, acabava a ler um texto sobre Woody Allen e dai a um livro sobre filosofia era um pulo (ou um clique)…

Os posts do blog no Facebook.

Há uns tempos atrás, usufruindo das possibilidades dadas pelo Facebook, passei a replicar os posts do browserd.com, nas Notas dessa rede. Com um desfasamento temporal incerto (que o Facebook é o maior nestas coisas da incerteza), umas vezes algumas horas, outras vezes vários dias depois, os posts do browserd.com lá aparecem no Facebook, das minhas Notas, para o meu Mural e deste para todos os meus “amigos”. Comment Frenzy on the Way… É ver os comentários a aparecer. E os Like e… Pois. E é isso.

Convenhamos, eu gosto de comentários. É saudável comentar e responder a quem comenta mas, e o meu site, o meu blog?

Quantas vezes chega alguém perto e mim e me diz «… aquele teu texto do Facebook…» referindo-se claramente a um qualquer texto que escrevi no browserd.com? São muitas acreditem. Deusas, eu escrevo esses textos no meu blog e não no Facebook. Eles são replicados no Facebook.

O meu blog é a minha casa, o meu castelo. O Facebook é o café da rua, o bar da esquina.

Perguntava-me o Bruno Amaral um destes dias, porque não fazia eu como ele, e publicava só links no Facebook? Eu entendi o que quis dizer. Ele por vezes publica por lá mais que isso. Um pequeno desabafo, uma nota solta, um qualquer Call to Action mais imediato, faz sentido. Mas os textos do meu blog? Definitivamente, esses vão voltar ao meu blog. E os links para os textos, esses vão para o Facebook, para o Twitter e para todos os outros sítios onde houver quem eventualmente os queira ler. E comentar.

Já pararam de rir? Posso começar? Pronto. Lá vai.

Poderá alguém pensar que a Banca não está já nas redes sociais? Ou melhor, e direccionando a reflexão no sentido da pergunta que dá titulo ao post, poderá alguém pensar que, chegando à estranha conclusão de que a Banca não deveria estar nas redes sociais, a pode de lá tirar?

Não sendo um «Admirável mundo novo», é admirável e novo este mundo em que vivemos e, tal como naquele, também neste o controlo mudou de paradigma. O grito de Stop the presses já não é eficaz e comprar o medium está fora de questão.

A Banca está nas redes sociais e não vai de lá sair. A grande questão talvez seja, de que forma deve a Banca estar nas redes sociais.

Há quem defenda a posição de mero ouvinte. Posição cautelosa que na minha opinião (IMHO, vão-se habituando) deve ser tomada mas não mantida. Não se sociabiliza muito estando calado. Há que ouvir é certo, mas para melhor participar e responder.

Há por outro lado quem defenda a ideia de que a melhor coisa a fazer é “atacar de frente”. Vini, vidi e… Pois. Não há provas de que seja a melhor forma. Tal como pink is the new black (pelo menos assim o declararam na década de 60), também as redes sociais são os novos cafés, o sitio onde os amigos, parceiros de interesses comuns, se juntam, já sem ser só depois da novela da noite, para conversar, contar histórias, mexericos, anedotas e façanhas, negócios das suas vidas. Não me venham entre um café e dois cigarros, entre uma gargalhada sentida ou uma palmada nas costas, impingir-me um aspirador milagroso que até tira cafés ou uma cozinheira que dispensa avental. Quem o fizer, muito provavelmente, sai da minha lista de prendas de Natal. Na hora.

Então que atitude deve a Banca ter perante as redes sociais?

Acho que a primeira coisa a fazer seria perguntar a essas mesmas redes. Mas não perguntar de fora. Perguntar nas redes. Criar presença, informar da mesma, disponibilizar a ajuda num novo canal, jogar pelas mesmas regras, ouvir para ser ouvido quando falar criando valor acrescentado (como deve a Banca gostar do termo. Só não consigo aqui encaixar o raio do ROI. Seria perfeito.)

Michael Blum, enquanto responsável da divisão de serviços financeiros da HP disse que «os bancos não têm estratégia para o Facebook nem para o Twitter. E eles não percebem que estão a perder clientes que poderiam começar a acompanhar hoje e servir pela vida toda.»

As redes sociais podem permitir às entidades bancárias conhecer melhor os seus Clientes, as suas necessidades e preocupações. Um conhecimento desse género poderá nos dias de hoje, significar a razão de escolha entre o Banco X e o Banco Y. Que diabo, as taxas, juros e prendas que me dão não são assim tão diferentes. Antes, noutros tempos, ainda contava aquele que estava mais junto à porta mas hoje, hoje estão todos ali ao virar da esquina, ao abrir do browser.

Sabemos que o banco escolhido o é, muitas vezes, porque era já o banco onde os pais tinham contam. Ora, só isso já nos dá uma ideia clara do quão humana pode ser a decisão da fidelização. Se os bancos tentam gerar imagens que dêem a ideia de valores e compromissos com que os seus Clientes se podem identificar, então porque não aproveitar o sentimento de comunidade para, de forma transparente, se aproximarem dos seus Clientes? E se hoje um banco pode ser tão mais que só um banco (aliás, deve ser ou nada haverá que fidelize o Cliente ao dito)…

Promoção, research, serviço ao Cliente são alguns dos argumentos normalmente ouvidos mas, comunidade, responsabilidade social, sustentabilidade, património arquitectónico, património artístico… Há tanto para falar, tanto para mostrar, tanto que o mundo, o mundo real, aquele que interessa, não conhece ou conhece mal.

A JP Morgan (2,514,.581 seguidores), a American Express (513,887 seguidores), o Barclays (351,547 seguidores), o BNP Paribas (117,617 seguidores) e a Visa (96,786 seguidores) podem efectivamente estar errados mas, caso não estejam (ou ainda assim), são milhões as pessoas que os ouvem sempre que dizem algo no Facebook (só para dar o exemplo da rede mais visada do momento).

Era para ter começado este post com uma referência a Lucas 23:33. Fica a referência no fim. Entendam-na como melhor vos parecer.

Nota: Este post é a expressão da minha opinião pessoal sobre o tema e, ainda que eventualmente defendida por mim em determinados fóruns a nível profissional, não deve ser entendida como a posição da entidade para a qual trabalho.