Acho que desta vez, opto por isto, até porque está a soprar uma leve brisa que certamente me iria virar as páginas antes de tempo.
fcsh
No final do semestre passado (para quem não sabe, estou agora no ultimo ano do curso de Ciências da Comunicação) encontrei-me numa daquelas situações que certamente será comum a muitos estudantes: Não sabia nada da matéria. As razões que levaram a tal poderão ser tema de um futuro post mas hoje, a ideia é dizer-vos o que me ajudou a ultrapassar o problema.
A redescoberta do Jazz.
Efectivamente, atribuo ao Jazz grande mérito porque sinto ter sido graças a ele que consegui passar noites seguidas em claro, frente a folhas de papel em branco, a resmas de fotocópias e a incontáveis livros que se espalharam pela sala lá de casa…
Entre luz ténue (será porventura influência de filmes antigos mas estudar com muita luz é coisa que, como diria o outro, não me assiste) e alguns copos de vinho tinto (confirmei que ter estes como companhia complementar representava maior sucesso do que chávenas de café), a redescoberta do Jazz foi sem dúvida, não só acompanhamento de luxo como musa inspiradora.
Foi uma redescoberta pois o meu gosto pelo Jazz não é de agora mas, o gosto que tenho agora é verdadeiramente novo. É aquele gostar que vai além do easy listening, do «não sei o que é mas gosto de ouvir». Um gosto que me levou a vasculhar as prateleiras da música na FNAC em busca de Dave Brubeck, Paul Desmond, Bill Evans, Stan Getz entre outros. Um gosto que me levou a querer ouvir Cool Jazz em certas ocasiões e Bebop noutras alturas. Um gosto que me levou a procurar o que dentro do Cool é West Coast e o que dentro deste é California Hard.
Lembrei-me agora de escrever sobre isto, ao recordar o meu amigo João Nogueira, que ao ver uma fotografia de uma das minhas prateleiras de livros comentou que ainda gostaria um dia de ver uma fotografia das minhas prateleiras de CD’s. Pois bem, fica a fotografia de uma delas e a promessa de mais escritos sobre o tema.
Eu sei, eu sei… Devia estar a dar a volta ao Tom Gunning e ao seu espanto, ao Freud e ao seu… Vá lá, como traduzir uncanny? Ou ao Nadar, ao Heidegger ou ao Agamben… Pois. Devia.
De alguma forma, de alguma estranha forma, acho ainda assim que Bataille tem também a sua razão de ser aqui no meio de tudo isto… Não sei se o Professor José Bragança de Miranda concordaria mas quase arrisco a dizer que sim. Afinal, é de terror e êxtase que se fala…
Sim, sim, eu sei… Mas no exame não será de Bataille que se vai falar…
Eu não devia. A sério, não devia. E nem é pelo Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde que devia já sabido na ponta da lingua (do livro a três das suas tentativas de adaptação cinematografica) nem pelo Agamben ou o Heidegger que me deviam estar a fazer companhia há meses… Nada disso. Não devia por uma questão de amor próprio, por achar que há tanta outra coisa boa sobre o tema. Não devia porque já está feito. Não devia porque está bem feito…
Estou a ler porque… Bem, vamos ver se consigo fazer melhor…
E o raio que parta o dispositivo…